2015/04/17

50 anos de Lei de Moore


A Lei de Moore (não confundir com a Lei de Murphy) tem inspirado, e também aterrorizado, a indústria da electrónica ao longo das últimas décadas, mas mais impressionante que continuar a verificar-se é relembrar-nos do quanto as coisas evoluíram desde o artigo que foi publicado em 1965 e que lhe deu origem.

A Lei de Moore diz, de uma forma geral, que o número de transístores num circuito integrado duplica a cada dois anos, mantendo o custo de fabrico mínimo. Ao longo dos anos já sofreu algumas revisões e alterações, mas na sua essência continua a ser aquela a que muitas vezes é associada: que os computadores vão duplicando de potência a cada dois anos, com custos idênticos ou inferiores.

Mas se hoje em dia podemos considerar isso como uma "certeza", torna-se profundamente mais interessante recuar até 1965, e analisar esta previsão feita por Gordon Moore para um artigo na revista "Electronics".


É que Moore falava de coisas como circuitos integrados com 65 mil transístores, que dizia serem possíveis num prazo de 10 anos, numa altura em que um circuito integrado tinha apenas 64(!) transístores. E a acompanhar isto referia tudo o que se tornaria possível com tais chips: computadores económicos que qualquer pessoa poderia comprar (na altura computadores eram sinónimo de milhões de dólares, e mesmo os "mini-computadores" iam para centenas de milhares de dólares - para não falar naqueles que, mais de uma década depois, achavam que nem fazia sentido um computador em casa; ver a previsão #7.)

Na altura, o artigo passou maioritariamente despercebido, um artigo técnico para os "geeks" que se interessavam por aquele nova tecnologia que permitia "desenhar" transístores num circuito de tamanho reduzido... Mas 50 anos mais tarde, tornou-se numa referência que nos continua a maravilhar com as possibilidades do que se tornará possível a cada dois anos que se avance para o futuro.

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