2015/08/15

Ex-funcionários acusam Kaspersky de falsificar malware para prejudicar concorrentes


Algumas pessoas mais desconfiadas já se terão interrogado se as frequentes vagas de malware e virus não estarão a ser patrocinadas pelas empresas que vendem anti-virus. Este caso (ainda) não chega a esse ponto, mas lança já sérias dúvidas, com ex-funcionários da Kaspersky a dizer que a empresa falsificava malware para sabotar os seus rivais.

Segundo as acusações destes ex-funcionários, as ordens terão partido do próprio Eugene Kaspersky, criando grupos de trabalho que tinham por única missão sabotar os seus concorrentes criando registos de malware falsificado, de modo a que os produtos concorrentes considerassem maliciosos ficheiros perfeitamente benignos - e de preferência, que causassem a interrupção do funcionamento normal do computador.

Na origem deste táctica estaria a frustração de Kaspersky ao ver empresas mais pequenas aproveitarem-se do seu trabalho. A empresa gastava os seus recursos a analisar os diversos malware que iam surgindo, enquanto que os seus concorrentes se limitam a copiar o trabalho feito por eles.

A Kaspersky já veio negar tudo, dizendo que se tratam de acusações sem fundamento de ex-funcionários descontentes; mas a verdade é que em 2010 a empresa marcou 10 ficheiros normais como sendo malware, alegadamente como "experiência" para ver que empresas se limitam a copiar esta informação sem sequer a verificarem. E de facto, passados alguns dias, mais de uma dezena de produtos concorrentes passou a considerar esses ficheiros como sendo malware, quando na verdade não o eram. A empresa refere que isso serviu apenas como exemplo para uma discussão entre as empresas da área; mas os funcionários dizem que foi por essa discussão não ter tido resultados práticos que a empresa passou para a fase de "sabotagem efectiva".

Estranhamente, em 2013 a MS sentiu isso na pele, quando um ficheiro relacionado com os serviços de impressão foi considerado malicioso e posto em quarentena; e nos meses seguintes detectando que isso estava a acontecer cada vez mais frequentemente. Mas o mais estranho terá sido o facto do responsável pelo serviço de anti-malware da Microsoft dizer à sua equipa para não tentar descobrir qual seria a origem destes ficheiros falsificados...


Verdades ou mentiras, o que é certo é que estas acusações só vêm atirar "lenha para a fogueira" daqueles que já olhavam para estas empresas com desconfiança.

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