2016/03/12

Rússia diz que pode ir a Marte (e voltar) em apenas 90 dias


A ida a Marte é considerada a próxima grande meta da nossa evolução espacial, e a Rússia quer mostrar que ainda tem alguns trunfos na manga: como a promessa de um foguete nuclear que seria capaz de chegar a Marte em apenas 45 dias... e voltar.

Embora a NASA e outras agências espaciais estejam a criar sistemas capazes de levar uma tripulação até Marte, a utilização de foguetes convencionais não só faz com que a longa duração da viagem se torne, por si só, num problema logístico (comida para a tripulação) e de risco acrescido (exposição à radiação) como também faz com que essa viagem seja só de ida - a não ser que se arranjasse forma de gerar combustível em Marte, ou se gastassem muitos biliões de dólares extra para transportar para lá todo o combustível necessário para a viagem de regresso.

A Rússia diz ter uma solução bem mais económica e eficiente, e que resolve ambos os problemas: um foguete com motor nuclear que poderá chegar a Marte em apenas 45 dias, e que ainda terá combustível suficiente para regressar à Terra.

Embora possa parecer bom demais para ser verdade, ninguém pode ignorar que a Rússia desenvolveu este tipo de tecnologia durante várias décadas (a Guerra Fria facilitava esse tipo de "investimentos") e que já na altura estes motores atómicos eram muito mais eficientes que os motores químicos. Com a tecnologia actual essa eficiência seria ainda maior, fazendo com que estas promessas não sejam assim tão descabidas.

Infelizmente, a situação económica da Rússia não é a melhor, e embora o valor pedido para o desenvolvimento deste motor seja uma fracção daquele que a NASA tem destinado para a criação do seu novo mega-foguetão para chegar a Marte, existem sérias dúvidas sobre se este projecto conseguirá chegar ao fim e ter um produto para apresentar. É pena... já estava na altura de todos os países encararem a exploração espacial como um objectivo comum para o bem de toda a Humanidade, e promoverem este tipo de desenvolvimento de forma global e sem fronteiras.

2 comentários:

  1. Toda a gente que trabalha em engenharia aeroespacial sabe que se se recorresse a motores nucleares a exploração espacial já estaria num estado muito mais avançado.

    O problema de não se recorrer a este tipo de motores é devido a riscos ambientais no caso de haver alguma falha nos foguetões que levaria ao espalhar de material radioactivo na atmosfera. Não sei se existe uma forma de dar a volta a isso...

    No entanto, isso não parece ser uma preocupação para os russos.

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    1. Não parece ser uma preocupação para os russos espalhar material radioactivo? Como é que chegou a esta conclusão? Os russos não são fortes em criar hitech a nível de computadores, smartphones etc.,mas que toca a reactores nucleares, espaço, armas são muito bons.

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