2016/11/22

Análise ao Huawei Nova

Poderá um smartphone de gama média impressionar mais que um modelo topo-de-gama? O Huawei Nova não deixará ninguém indiferente desde o primeiro contacto, mas para sabermos mais temos que ver o que o nosso Luis Costa tem para dizer sobre ele.


O Huawei Nova acabou de chegar ao mercado nacional, mas será por certo um equipamento muito bem recebido junto do público. Depois de no ano passado nos ter apresentado um smartphone com novo design, a Huawei renova essa aposta com algumas particularidades muito interessantes. O design é claramente inspirado no bem sucedido Nexus 6P, mas estando mais refinado e bem conseguido, com este Nova a aparecer num corpo mais delgado, que acaba por se encaixar melhor na mão.

O Huawei Nova



O tom azul utilizado na caixa aponta desde logo para um equipamento pensado para os utilizadores que dão especial atenção ao design e acabamentos.


O sistema de empacotamento segue a linha que tem sido utilizada pela marca, com o smartphone a aparecer na vertical, encaixado entre os acessórios que acompanham o equipamento. Neste campo, temos os habituais headphones, o novo cabo USB tipo C e respectivo carregador.


A parte frontal é dominada pelo acabamento 2,5D. Em cima, a câmara de 8MP e uma coluna de som, em baixo o logótipo da marca. Na traseira, como já referido, aquilo que poderia ser um descendente do Nexus 6P. Em cima, câmara de 12MP e flash, um pouco mais em baixo o sensor de impressão digital.



Do lado esquerdo, apenas o adaptador para o cartão SIM e microSD. Do lado oposto, os botões de volume e power, que aparecem muito bem localizados. Em cima, o jack 3,5mm e um microfone, em baixo a porta micro USB tipo C e a saída de som.



O nível de acabamentos está à altura daquilo que a Huawei já habitou os seus clientes. O corpo em metal combina harmoniosamente com o ecrã 2,5D. A traseira tem ligeira curvatura que permite um melhor encaixe na mão do utilizador. E não faltam detalhes como um anel vermelho no botão de power lhe confere um toque de requinte.

Em termos de hardware, a Huawei fez uma aposta algo inesperada; em vez e recorrer ao seu HiSilicon Kirin optou por um Snapdragon 625 da Qualcomm. Este é um processador octa-core a 2.0 GHz com núcleos Cortex-A53 pensados para um desempenho com menor consumo energético. Temos ainda um ecrã de 5" com resolução Full HD, 3GB de RAM, 32GB para armazenamento, câmaras de 12MP e 8MP e uma bateria de 3020mAH. O sensor de impressão digital continua a ser um dos destaques dos equipamentos desta marca, posicionado na parte traseira e com um desempenho de elevada qualidade.

Em utilização


Para um smartphone poder ter sucesso no saturado mercado actual tem que oferecer um excelente binómio entre desempenho e conforto em utilização. Ao apostar na gama média alta, a Huawei sabia que não poderia descurar nenhum destes aspectos. O ecrã tem excelente qualidade, com cores vivas e boa iluminação, mesmo em locais com muita luz solar. Os 3GB de RAM e os 32GB para armazenamento são suficientes para uma utilização sem compromissos, podendo o utilizador recorrer ao cartão microSD para aumentar este último (de salientar o excelente desempenho do armazenamento).

Como ponto menos positivo, o facto de não apresentar suporte para rede WiFi ac, algo que não seria expectável num produto neste segmento de preço.


O processador acaba por ser o ponto "fraco" no Nova. A opção da Huawei é algo estranha, pois um equipamento neste segmento de preço merecia algo como o Snapdragon 652. Não é que o Snapdragon 625 não cumpra o que lhe é pedido, apenas o poderia fazer de uma forma um pouco mais rápida. É isso que se pretende num equipamento de gama média-alta.


A utilização deste processador tem no entanto uma agradável contrapartida, a autonomia. A bateria de 3020mAh brilha em alto nível, conseguido fornecer energia para um dia de utilização sem compromissos. Durante o período de utilização do Nova, este conseguiu entre 4 e ~7h de ecrã ligado, isto sempre com uma utilização bastante intensiva.



O sensor de impressões digitais continua a ser uma referência em termos de desempenho e, embora continue sub-aproveitado, está muito à frente daquilo que as outras marcas apresentam, permitindo tirar fotografias, atender chamadas ou parar o alarme, por exemplo. Isto, enquanto a Google anda a tornar exclusivas algumas destas funcionalidades para os seus Pixel.



O EMUI, na sua versão 4.1 ofusca o Android 6.0, modificando por completo aquilo que conhecemos nos smartphones da Google. Tratando-se de um smartphone Huawei, não é propriamente novidade.

Continuamos assim com uma interface que apresenta um design ultrapassado, ao mesmo tempo que nos brinda com funcionalidades realmente úteis. Aliás, algumas destas já há muito que deveriam fazer parte do Android na sua versão base. São disso exemplo, o controlo de acesso à rede móvel e WiFi e o controlo de acesso às apps através da impressão digital.


No entanto, nem tudo são rosas. As modificações impostas pela Huawei nem sempre correm bem. Quando utilizei o Google Maps, fui surpreendido por notificações que apreciam cortadas, o que não foi nada simpático.

Este Nova tem também garantida a actualização para o Android Nougat, que ira receber com a versão 5 da EMUI, que traz muitas novidades. Ficará assim resolvida a questão do software (ou assim se espera).


A câmara



O Huawei Nova herda a interface que é utilizada nos topo de gama da série P(9). Apresenta um grafismo simples e intuitivo, bastante completo. Não faltam modos de fotografia para todos os gostos e feitios. Destaque para o All-focus, que permite à posteriori alterar o ponto de focagem e para o modo manual, que possibilita uma configuração alargada, ao gosto do utilizador.


As imagens apresentam excelente detalhe e reflectem as cores reais. A focagem não sendo ultra rápida, é eficiente, o que permite captar uma fotografia sem perder o momento ideal.


Apreciação final



O Nova aparece inesperadamente no catálogo de produtos da Huawei, marca que já tinha vários equipamentos neste segmento de mercado. A sua apresentação gerou alguma surpresa, mas o contacto prolongado com o equipamento deu-nos a conhecer um terminal que até ao momento não tinha igual na marca Chinesa.

Este Nova é um smartphone que prima por um design de excelência, com acabamentos de elevada qualidade. Pessoalmente, não tenho dúvidas em apontar este terminal como o mais bem conseguido da Huawei em termos estéticos, com um superior conforto em utilização. Não sei quais os planos para o P10, mas este design é sem dúvida um vencedor.

Em termos de desempenho, temos um smartphone que será capaz de responder sem problemas às solicitações do dia a dia. Falta-lhe no entanto um pouco mais de pujança para ter o comportamento dos topos de gama. Sendo um gama média-alta, é algo que acaba por se aceitar com naturalidade.

O Nova será por certo um equipamento que terá uma boa aceitação no mercado nacional. Em termos estéticos vai facilmente convencer o consumidor, que apenas se poderá retrair em função do valor pedido. Neste segmento de preço há bastante oferta, alguma com outros argumentos, pelo que será apenas uma questão de escolha, por parte de quem compra.

Pelo acima exposto, o Huawei Nova é merecedor de um prestigiado "Quente".


Huawei Nova
Quente




Prós

  • Design
  • Conforto em utilização
  • Android Nougat e EMUI 5 prometidos para o início do ano

Contras
  • Falta algum "sumo" ao processador
  • Não tem WiFi ac
  • Preço poderá ser um entrave à compra





Por: Luis Costa

3 comentários:

  1. Independentemente de tudo com esse processador quem o comprar a 399€ está a ser roubado VS as alternativas que existem no mercado.

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    1. Porque tudo o que interessa é o processador! /s

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    2. A única coisa que interessa é se tem um logo da Apple, tudo o resto não importa

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