2017/01/19

Análise iPhone 7 Plus + Apple Watch 2


Demorou, mas cá está ela: a nossa análise ao iPhone 7 Plus com a sua câmara dupla, e ao mais recente Apple Watch 2.


O iPhone 7 (Plus)




Embora seja fã de longa data dos iPhone, não é segredo que não me senti atraído pelos iPhone 6 e 6S (e por isso optando pelo iPhone SE). Não por não serem excelentes máquinas, mas pelo simples facto de haver "algo" neles que não me atraía... tanto pelo tamanho, como pela presença das inestéticas linhas "das antenas" na parte traseira. Com o iPhone 7 a Apple resolveu finalmente este pequeno detalhe, passando essas linhas a estarem muito melhor dissimuladas nas arestas, permitindo ter a secção traseira com muito melhor aspecto.

O hardware do iPhone 7 deu obviamente novo salto em relação ao iPhone 6, com um SoC A10 mais potente e, pela primeira vez, 3GB de RAM no Plus (2GB no "pequeno"). Também no Plus temos a estreia de um módulo de câmaras duplas de 12MP na traseira, sendo que uma delas conta com uma lente de 28mm, f/1.8, e estabilização óptica, e a outra com uma lente de 56mm, f/2.8, permitindo-lhe fazer um zoom óptico de 2x (e digital até 10x). A bateria é de 2900mAh, e também passamos a ter um home button sem actuação física, sendo o feedback táctil produzido através de vibração pelo "taptic engine" - um actuador mais avançado e que ocupa parte do espaço poupado pela remoção da ficha dos headphones. Nesta geração a Apple também oficializa a resistência à água, com certificação IP67.


A câmara saliente continua a ser "chata"... mas considerando que a maioria das pessoas irá proteger o seu investimento com uma capa de protecção, deixará de ser problemática.


O ecrã



Embora a resolução Full HD tenha permanecido inalterada, o iPhone 7 conta com um ecrã LCD mais evoluído que os iPhones anteriores... e embora isso possa passar despercebido a quem não tiver referências para comparação, a verdade é que a melhoria é significativa. Quem alternar entre smartphones com ecrãs AMOLED e iPhones irá notar uma gama mais limitada de cores nos iPhones... mas não num iPhone 7.

Embora os OLEDs continuem a ter algumas vantagens (e também algumas desvantagens) face aos LCDs, o que é certo é que em termos de cores, o ecrã do iPhone 7 nada fica a dever ao que de melhor se faz no momento.



[LCD iPhone 7 Plus enfrenta sem receios o AMOLED do Google Pixel]

... Pior é depois saltar de um iPhone 7 para um iPhone SE... que tem um ecrã LCD já com várias gerações de atraso! ;P


A câmara



Com uma das grandes novidades do iPhone 7 Plus a ser a câmara dupla, e considerando que o Galaxy S7 tinha superado as expectativas neste campo, estava com muita curiosidade para ver o que a Apple tinha desencantado neste capítulo... e felizmente não desapontou.

A câmara(s) do 7 Plus estão ao nível do que de melhor se pode ter num smartphone actualmente, e comportam-se excelentemente tanto com boa luminosidade como em situações de baixa luminosidade. Curiosamente, a actuação do zoom não é tão "directa" como se poderia suspeitar. Há situações em que uma foto com zoom poderá continuar a ser captada pela câmara "sem zoom", uma vez que a sua lente permite obter mais luz, e mesmo com zoom digital o resultado poderá ser melhor que o obtido pela outra câmara. No entanto isso é algo com que o utilizador não tem com que se preocupar... pois tudo funciona "automaticamente".








Nesta foto acima, de um candeeiro de mesa, importa referir que está com a intensidade mínima de um dimmer (olhando-se a olho nu apenas conseguimos ver o filamento ligeiramente incandescente) - e que é uma cena que, tentando-se fotografar com a câmara de um Nexus 6 (por exemplo), sairia completamente às escuras.



Por fim... o modo de "retrato" que distingue o iPhone 7 Plus dos outros. Usando as duas câmaras e muito processamento digital, este modo permite recriar o efeito de profundidade de campo reduzido que está associado a câmaras com sensores maiores e lentes com maior abertura. Embora ainda estivesse em "beta", os resultados são bastante positivos. O efeito pode não parecer significativo, mas faz toda a diferença entre uma foto "normal" e outra que nos cativa a atenção e parece ter sido tirada por uma máquina profissional.



E ao contrário do que acontece com sistemas de outros fabricantes que tentam replicar este efeito, aqui nota-se que há um processamento a sério, determinando as diferentes distâncias dos objectos e aplicando a desfocagem de forma natural e proporcional (em vez de um simples efeito de "blur" à volta do ponto de interesse).

Muito bom trabalho por parte da Apple, e que esperamos que incentive os restantes fabricantes a aplicarem-se mais!


Em funcionamento



Os iPhones nunca foram lentos, e o iPhone 7 Plus não é excepção. Com o seu A10 e 3GB de RAM, será difícil encontrarem situação em que o mesmo não responda com prontidão e de forma imediata. Relativamente ao novo home button, que tem sido imagem de marca desde o iPhone original (com a evolução para o sensor de impressões digitais no 5S), confesso que o resultado me agradou.

O botão "físico" tem sido um dos pontos problemáticos nos iPhones que vão acumulando anos e anos de utilização e cliques, e com esta opção acaba o desgaste físico dos cliques - ao mesmo tempo que se prepara o caminho para que, eventualmente, no futuro, o sensor de impressões digitais venha a poder ser colocado sob o ecrã e deixe de ser necessário desperdiçar o espaço dedicado ao botão.


Nota: como se deixa de ter um botão físico de home, fazer um restart forçado passa a ser feito pressionando os botões de power e volume down (em vez de power+home button) durante cerca de 10 segundos.



O iPhone 7 continua a ter a capacidade para detectar diferentes níveis de pressão no ecrã (e contrariamente ao que se possa pensar, funciona em "multi-touch", detectando os níveis de pressão para cada dedo de forma individual). Isso é usado um pouco por todo o lado, quer para aceder a atalhos das apps, quer para ver "previews" de fotos e mensagens em notificações, etc. No entanto, suspeito que é algo que continua a passar despercebido a grande parte dos utilizadores... e o que é certo é que ainda não atingiu o potencial que poderia ter. Talvez à medida que o mercado for migrando para iPhones que já têm 3D Touch os developers comecem a tirar mais partido disto... pois por agora ainda não se podem esquecer das centenas de milhões de iPhones sem 3D Touch no mercado.





O Apple Watch 2



Quanto ao Apple Watch Series 2 - desculpem, pois será uma análise em versão ultra-condensada - acaba por ser um smartwatch que vem resolver os principais pontos criticados no Apple Watch original. Para além do novo processador S2 que vem resolver os problemas de desempenho que se faziam sentir no Apple Watch, temos um ecrã bastante mais luminoso que facilita a sua utilização no exterior, para além de agora se poder nadar com ele sem problemas (à prova de água - com um curioso sistema de ejecção de água da coluna usando som) e também ter GPS, para tracking de actividade física.



Continuo a achar que os wearables ainda têm muito que andar até se tornarem verdadeiramente "transparentes" para efeitos de utilização, e por muito versátil e prático que seja, o Apple Watch não é excepção. A nível de tracking de actividade o Apple Watch comporta-se extremamente bem... mas continua a achar que a necessidade de dar início/fim de actividade é algo que deveria tentar ser feito de forma automática pelo Watch... cabendo ao utilizador a tarefa de corrigir nos casos em que isso estivesse mal (e com o relógio a aprender com isso).

A nível de autonomia os resultados são imensamente variáveis... precisamente dependendo do tipo de tracking que activam. Tanto tive alturas em que consegui que o Apple Watch se aguentasse por quase 3 dias... como casos em que a bateria já ia nos 50% com apenas meio dia de uso.


Uma coisa é certa, começar a manter um registo da actividade é uma forte incentivo para que não se fique parado... A questão é que, se for só para isto, terão opções bastante mais económicas para o fazerem... e com autonomias muito superiores.

No entanto, o Apple Watch permite todo um vasto número de possibilidades, e o seu sistema de personalização de "complicações" (que o Android Wear 2.0 vai finalmente copiar) é extremamente versátil.



Na prática, pode ser equiparado à utilização de "mini-widgets" que tanto podem ser os que a Apple disponibiliza como outros disponibilizados por apps de terceiros, e que se podem combinar a gosto nas faces dos relógios personalizáveis. Por exemplo, uma pessoa poderá colocar um indicador com quantos passou já deu, outra poderá optar por exibir a previsão do tempo, ou qual o próximo evento marcado no calendário.



Apreciação final



Há poucas coisas de que não se possa gostar no iPhone 7 Plus. Poderá criticar-se o facto de ser um smartphone gigante, e de que o seu ecrã de 5.5" tem apenas resolução Full HD, mas a verdade é que se pode dizer que é suficiente para proporcionar imagens de boa qualidade - e com fidelidade de cor bem acima da média.

[o iPhone 6 é grande... mas o iPhone 7 Plus não fica longe]


Também (mais que) suficiente é a sua câmara dupla, que vem fazer com que as fotos do iPhone passem a entrar num patamar que, para a maioria dos utilizadores, será uma alternativa prática e eficaz à utilização de uma DSLR ou câmara compacta. Sim, é certo que o efeito via processamento nunca atingirá o que se pode obter com sensor e lente reais... mas estamos a falar de um smartphone que estará sempre à mão, em todos os momentos, e onde o "suficientemente bom" se torna difícil de bater.

Quanto ao Apple Watch não há muito que dizer. Embora seja possível utilizar um Android Wear com um iPhone, as suas capacidades serão severamente limitadas, e só um Apple Watch tem a integração total com o sistema que um utilizador de iPhone esperará.

... Pelo que tudo se resume a uma única questão essencial: o preço.

Tanto o iPhone 7 como o Apple Watch são dispositivos caros - mas o mesmo pode ser dito de todo um outro conjunto de produtos e aparelhos. Um Galaxy S7 ou um Google Pixel também não são baratos... e os melhores smartwatches Android Wear também têm preços idênticos (ou superiores) a um Apple Watch. Por isso, o que importa é saber se, pagando este valor, se fica bem servido... e a resposta é... sim.


Claro que se pode argumentar que é possível ter muitas das mesmas coisas, em menor ou melhor grau, com equipamentos alternativos bastante mais económicos. E sim, é verdade, e continuarão a ser opções perfeitamente válidas. Mas para quem quiser um iPhone e estiver disposto a pagar o seu preço, tanto o iPhone 7 Plus como o Apple Watch 2 são opções...



iPhone 7 Plus + Apple Watch 2
Escaldante



Prós

  • Câmara dupla
  • Desempenho
  • Qualidade do ecrã


Contras

  • Preço
  • Dimensões do iPhone 7 Plus


Galeria de imagens














15 comentários:

  1. Não percebi o "funciona em "multi-touch", detectando os níveis de pressão para cada dedo de forma individual. O que dizes é que posso usar níveis de pressão em dois (ou mais) dedos apoiados no ecrã ao mesmo tempo?
    Podes dar um exemplo?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim. Podes ver na foto logo acima desse parágrafo, numa app de música, onde cada dedo está a fazer pressão diferente (o círculo em redor de cada dedo aumenta com o nível de pressão de cada dedo individualmente).

      Eliminar
  2. o rui não tem aparecido por aqui...... XD

    ResponderEliminar
  3. pena um smartphone desses ainda precisar do itunes ou outro programa para podermos fazer certas coisas

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nem por isso. Há vários anos que não tenho o iTunes instalado nem sentido necessidade dele. :)

      Eliminar
    2. mas deves usar outro programa não? então como passas fotos e vídeos para ele? não é preciso algum programa? ou fazes jailbreak?

      Eliminar
    3. Para quem usa Mac a sincronização via App Fotos é suficiente, para quem não utiliza o Google Fotos cumpre bem o papel. Já vídeos raramente passo para os dispositivos, prefiro ver por streaming ou baixados do Netflix. Para outros casos a conjugação nuvem (Dropbox, One Drive, Google Drive ou Box) resolve bem o assunto.

      Eliminar
    4. Se for para fotos e vídeos basta ligares a qualquer computador (sem iTunes) e dar a permissão no iPhone para aceder aos mesmos, e funciona tal qual uma "pen USB".

      Mas como o Gaius referiu, hoje em dia é bem mais prático utilizar a cloud para as transferências. Para além das fotos e vídeos no iCloud também as tenho no Google Photos e no Amazon Drive. :)

      Eliminar
    5. Este comentário foi removido pelo autor.

      Eliminar
    6. A minha a preferencia para a transferência de quaisquer ficheiros (para fotos e vídeos há formas mais simples), desde que na mesma rede Wi-Fi - a app Portal da Pushbullet:
      - Liga-se a app
      - No browser vai-se apara o endereço www,portal(...), surgindo uma página com um quadrado com código QR
      - o iPhone lê o código e "sincroniza"
      - A página do browser passa a permitir colar/arrastar ficheiros
      - Na app do smartphone- abre-se (copia-se) o ficheiro para qualquer app compatível com o formato do ficheiro.
      "Ah, mas isso dá muito trabalho e há bué de apps que escreve-se no browser o IP indicado pela app e está feito, podem-se transferir os ficheiros". É verdade, mas ao contrário de outras app o Portal nunca me falhou (ou talvez ache graça ao "truque" da leitura do código QR).

      Já agora, a Pushbullet tem também uma excelente app com esse nome (com versão web) para transferir, tipo sincronização, coisas como fotos e links entre os vários equipamentos, como o smartphone e o computador. Em vez de se andar a enviar coisas para o próprio email, a abrir em cada equipamento, mete-se no Pushbullet que lá vai ter. "Eh pá, por que é que não usas o Dropbox?". Em pequenas coisas, como o envio de um link, o Pushbullet é mais simples.

      Eliminar
    7. "mas deves usar outro programa não? então como passas fotos e vídeos para ele? não é preciso algum programa? ou fazes jailbreak?"

      Como tenho iCloud, aquilo está sincronizado.

      Como tenho Mac, se quiser mandar um ficheiro maior, uso AirDrop.

      Para a minha NAS, que é Linux, uso Transmit (pago mas muito bom) ou Documents5 (grátis), e acedo a ela por SFTP, que posso aceder até fora de casa.

      Também podia usar SFTP para aceder ao meu Mac.

      Também tenho acesso à NAS por partilha SMB.

      Para outros computador "estranhos", existe uma App gratuita chamada Document5 (entre outras), que tem uma coisa chamada "Drive WiFi", podes trocar ficheiros usando apenas um browser. No Windows/Mac/Linux, podes mesmo usar como unidade de rede, pois suporta o protocolo WebDAV.

      Eliminar
    8. PS: A Documents5 permite uso de SMB, entre outros protocolos.

      Eliminar
    9. E sabes fazer o download de um vídeo do YouTube, escolhendo a qualidade, usando a Documents 5?

      Eliminar
    10. Eu faço pelo workflow.

      Eliminar
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar