2017/03/23

App Vudu transforma DVDs em cópias digitais com um simples scan


A indústria de Hollywood (e não só) há muito que se tornou especialista em nos fazer pagar repetidamente pelos mesmos conteúdos, e não é com a passagem para o digital que isso deixa de acontecer... muito pelo contrário.

A Vudu, pertencente à Walmart, quer espremer mais alguns dólares de quem já pagou pelos seus filmes em DVD ou Blu-Ray, com a promessa de simplicidade. Aqui o truque está no processo de conversão, que não implica passar horas a converter discos para ficheiros digitais, e em vez disso bastando fazer o scan do código de barras da caixa do filme.

Tecnicamente, passam a ter acesso a uma cópia digital UltraViolet do filme, mas não pensem que isso ficará de borla. Cada "conversão" terá uma taxa de $2 para qualidade idêntica, ou $5 no caso de quererem melhorar a qualidade de um filme DVD para HD. Esta ideia de colecção digital é interessante, mas importa relembrar que continua a ser uma colecção "fechada" e que não pode ser acedida a partir de serviços que já possam utilizar, como Netflix, Amazon Video, iTunes ou Google Play.

Por outro lado, não deixa de ser curioso ver a esperteza destes senhores sempre preocupados com as piratarias... a app de conversão vai ao ponto de verificar a nossa localização, para garantir que estamos a validar os códigos dos filmes na nossa própria residência (e não numa loja ou casa de um amigo, por exemplo). E não se preocupem, daqui por mais um ano ou dois estarão a pedir nova taxa de conversão para se ter acesso aos filmes em 4K, e uns anos mais tarde uma taxa extra para o upgrade para os 8K.

...Será que também estão a contemplar descontos para quem vê ou ouve mal e não pode tirar total partido da qualidade visual ou sonora do filme?

2 comentários:

  1. Concordo muitas vezes com as criticas feita às grandes editoras, mas neste caso digo: Que todos os males fossem este Carlos! :)

    Quem comprou o DVD pagou para ter aquele conteúdo naquele formato naquele momento. Se sair a seguir um DVD ou Bluray com mais pistas de audio, com remasterização audio, em 4K, com cenas extra ou comentários do realizador, whatever, tb teria de o ir comprar. É que neste caso, além da ferramenta ser de facto útil e engenhosa, os preços que referes até me parecem bastante proporcionais. ;)

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  2. Temos a mesma questão cá com o NOS PLAYER, ontem vi um anúncio (na tv se não me engano) em que faziam publicidade a um filme da Disney o Vaiana que já estava disponível para compra nesta plataforma. Este anúncio surpreender-me por várias razões, primeiro, é o único anúncio que vejo a fazer publicidade a uma cópia digital; segundo, pelos vistos está plataforma é a única no território nacional (ou a única que a Disney refere); terceiro, é o equivalente ao "já disponível em VHS/DVD/BLU-RAY; quarto, será que as novas gerações têm interesse sequer em cópias físicas?
    E em relação a esta plataforma em específico, pergunto-me, até quando dá o distribuidor suporte ao acesso do programa de DRM? Imaginemos que nos próximos 5 anos, o streaming é corriqueiro e esta plataforma da NOS é abandonada? Não vamos poder fazer upgrade do sistema operativo para continuar a ter acesso? Como é que o guardamos e como lhe acedemos?
    Basicamente sem cópias físicas parece-me mais que certo que o ritual de olhar para a estante e partilhar um filme com convidados e amigos que estão em casa deixa de ser algo possível ou acessível, sobretudo se a biblioteca já não estiver no formato da vanguarda. Claro que a tecnologia avançou muito e hoje os vhs são obsoletos e todos tivemos razoáveis colecções delas. O digital poderia trazer uma solução definitiva para nos libertas de um formato físico proprietário, mas na verdade parece que está a ser ao contrário.

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