2017/04/03

Análise ao Huawei P10

Sendo o Huawei P9 um dos modelos de maior sucesso da marca, é com muitas expectativas que se aguardava a chegada do P10. O nosso Luis Costa já passou algumas semanas com um, e conta-nos que tal tem sido a experiência.


Nos últimos anos, Londres fora a cidade escolhida para a apresentação dos topo de gama da Huawei, num evento que ocorria em Abril. Mas a marca Chinesa decidiu mudar de estratégia, tendo escolhido o MWC de Barcelona para apresentar o novo Huawei P10 mais cedo, e que chegou às lojas nacionais na passada sexta feira.


Introdução


A Huawei reforçou a ligação com a Leica e criou novas parceiras, com destaque para a Pantone, responsável pelas cores que marcam a nova linha do topo de gama da Huawei. Tem sido esta a forma escolhida pela marca para reforçar a qualidade dos seus smartphones. Este P10 tem algumas semelhanças com o seu irmão mais velho, o Mate 9, mas não será de todo correcto comparar os dois equipamentos, pois é o lugar do P9 que este novo smartphone vem ocupar.


A caixa tem um sistema de abertura particular, com duas metades, que se abrem lateralmente, revelando-nos o smartphone ao centro.


Por baixo deste, encontramos uma caixa com uma capa de silicone rígido, documentação de referência e um clip para abrir o slot para os cartões. Na secção inferior encontramos o cabo USB tipo C, uns earphones e o carregador, com capacidade até 5V-4,5A. Com este sistema de carregamento rápido, em apenas 20 minutos é possível obter autonomia para um dia de utilização.


O Huawei P10



Como tem sido hábito da marca chinesa, o lançamento do topo de gama é feito com dois modelos, e este ano não foi excepção com o P10 e P10 Plus; sendo que esta análise é referente ao primeiro.

Este smartphone apresenta um processador Octa-core Kirin 960 com 4 núcleos Cortex A73 a 2.4 GHz + 4 núcleos Cortex A53 a 1.8 GHz, o que acabou por ser uma meia surpresa. A Huawei tinha por hábito lançar um novo processador com a série Mate. A série P, lançada uns meses mais tarde, recebia uma versão optimizada do processador que equipava o Mate.

Desta vez a Huawei optou por manter o Kirin 960 que encontramos no Mate 9, processador que já se mostrou capaz de bater de igual para igual com os Snapdragon e Exynos. A acompanhar o processador, temos 4GB de RAM, 64GB para armazenamento e um ecrã IPS, ainda FullHD, com 423ppp. A Huawei optou por reservar o ecrã QHD apenas para a versão Plus, algo que se aceita tendo em conta as 5,1" do ecrã do P10. Ainda a respeito do ecrã, referência para a aplicação de fábrica de película de protecção - mas ponto negativo pela ausência de tratamento olefóbico no ecrã (para quem preferir remover a película). Como ponto positivo, a garantia adicional que a Huawei dá e que cobre a troca do ecrã durante os primeiros meses, em caso de acidente.

As câmaras continuam a ter a colaboração da Leica, com o P10 a apresentar uma dupla traseira de 20 MP Monocromática + 12 MP RGB, F2.2, com OIS (estabilizador óptico de imagem), flash de duas tonalidades, PDAF + CAF + Laser +auto focus de profundidade, zoom híbrido 2x e gravação de vídeo 4K. A câmara frontal tem 8MP, auto focus e a abertura f/1.9.

Apresenta-se com WiFi ac, Bluetooth 4.2 e na versão disponível no nosso mercado tem apenas suporte para um cartão SIM e um microSD, o que nos dias que correm poderá ser uma limitação para os utilizadores que não dispensam o Dual-SIM.


Em termos de design, o P10 herda algumas das linhas do Huawei Nova, de onde se destaca o botão de power com contorno vermelho, a marcar presença no novo topo de gama.


O corpo em metal perdeu o maquinado no anel que circunda o smartphone, passando a estar presente apenas na frente do equipamento. A traseira ficou assim com as extremidades mais arredondadas, o que acaba por ser mais confortável em utilização. A qualidade dos acabamentos está em linha com a excelência a que a Huawei já nos habituou. Basta olhar para a foto em cima à esquerda para constatar isso mesmo.


Na zona frontal do equipamento encontramos uma das principais novidades deste P10, um botão frontal que também tem um sensor de impressão digital. Apesar de mudar da traseira para a frente, este sensor continua a ser uma referência em termos de desempenho.


Em funcionamento



O Huawei P10 apresenta-se com Android 7.0. Estando a Huawei a apostar na melhoria do seu desempenho nas actualizações do Android, teria sido interessante lançar este smartphone com a versão 7.1.1, que foi apresentada pela Google no início de Dezembro do ano passado.

A interface EMUI acabou por receber maior atenção por parte da Huawei, que lançou o P10 com a EMUI 5.1. A versão 5.0 foi analisada em detalhe aquando do lançamento do Mate 9, pelo que recomendamos a leitura do artigo então publicado, para ficarem a par do que esta interface trouxe de novo.

A versão 5.1 também já foi alvo de análise. Aquando da apresentação do P10 em Barcelona, tivemos oportunidade de falar com Christophe Coutelle, o homem que tem a seu cargo o desenvolvimento desta interface. As novidades assentam em três eixos: experiência de utilização, novas funcionalidades e desempenho, com intervenções de baixo nível. Ultra response e ultra memory foram as designações escolhidas para identificar as melhorias em termos de desempenho.

Poderá o leitor pensar que não passariam estas designações de puro marketing, algo que acontece com os nomes pomposos que são atribuídos pelas marcas às cores dos seus terminais. Posso no entanto assegurar que no caso do P10 e da EMUI 5.1 as diferenças são notórias. Comecei a testar este P10 logo após o regresso de Barcelona, altura em que encostei o Mate 9. Só recentemente voltei a utilizá-lo e quando o fiz, dei por mim a notar uma diferença na resposta do Mate 9 face ao que o P10 proporciona. Tendo em conta as semelhanças no hardware dos dois smartphones, é de crer que esta melhoria se deva em grande parte às alterações que o EMUI 5.1 apresenta, razão que nos leva a perguntar quando é que esta versão chega ao Mate 9. :D


A Huawei tem sabido acrescentar valor à sua interface EMUI, adicionando-lhe novas funcionalidades, que se vêm juntar às já existentes, como o controlo de acesso aos dados móveis e WiFi.



No EMUI 5.1, a galeria passa a contar com um novo separador (descobrir) que apresenta as imagens organizadas por locais, eventos e pessoas. A análise e classificação das fotografias é feita nos períodos mortos, quando o smartphone está a carregar, por forma a não ter influência no desempenho do equipamento.

Como curiosidade, a troca de teclado, tendo o Swype dado lugar ao Swiftkey.




Não querendo entrar em grandes detalhes em termos de novidades, há dois aspectos que importa realçar: o botão frontal que, para satisfação de muitos utilizadores, passa para a frente do equipamento e o desempenho do armazenamento, que atinge valores verdadeiramente impressionantes.

Quanto ao botão frontal, podem utilizar o mesmo em combinação com os botões virtuais no ecrã, ou optar pela substituição destes, concentrando as suas funções no primeiro. Este processo requer algum tempo de aprendizagem, nomeadamente no controlo da pressão no botão, que vai diferenciar o voltar atrás, do voltar ao ecrã principal.





A câmara



O Mate 9 já apresentava melhorias face ao P9 e este P10 consegue resultados de ainda maior qualidade. A velocidade de focagem é impressionante, conseguindo a câmara focar rapidamente os locais em questão, adaptando-se com facilidade a uma alteração na zona a fotografar. Esta velocidade de focagem e o detalhe das imagens é de grande qualidade, razão suficiente para se perderem em fotografias a curta distância.


Em zonas com pouca luz, há também uma melhoria de resultados, conseguido o P10 apresentar imagens de qualidade, sem alterar o tom das cores da fotografia.

Os fãs das selfies, contam agora com uma abertura f/1.9 e um modo retrato com 10 níveis para ajustar o resultado final ao gosto de cada um.


A interface não sofre alterações face ao que os modelos anteriores apresentavam, com os modos de fotografia à esquerda, definições à direita, modo pro em baixo e atalhos rápidos em cima.


Apreciação final



Nesta altura é fácil a analisar a estratégia que a Huawei definiu para 2016-2017, mas aquando do lançamento do Mate 9, ficavam algumas dúvidas no ar. Sendo a série P a que maior importância tem para a Huawei, lançar a nova versão da interface EMUI e um novo processador com o Mate 9, causava alguma estranheza a quem acompanha de perto as movimentações da marca chinesa. A interface representou um salto enorme face ao que a Huawei apresentava até à data e o processador conseguia pela primeira vez ombrear de igual com os seus pares, batendo até os mesmos em alguns cenários. Não ficaria assim o novo série P com poucas novidades para apresentar?

Ao lançar o Mate 9 com o Kirin 960 e a EMUI 5.0, a Huawei teve o tempo necessário para amadurecer estes dois vectores fundamentais no desempenho do equipamento, o que lhe permitiu lançar agora o P10 com uma versão optimizada do EMUI. O comportamento do smartphone é exemplar e apenas a bateria de 3200mAh (em apenas 6,98mm de espessura!) poderá ser algo curta para os utilizadores mais exigentes, que terão de recorrer ao sistema de carregamento rápido. Um utilizador "normal" não terá dificuldades em ter mais de um dia de autonomia.

Este Huawei P10 é nesta altura o sinónimo de um smartphone amadurecido, capaz de responder às necessidades de um conjunto alargado de utilizadores, onde só o seu elevado preço (659,90€) poderá afastar alguns dos interessados. Quando o factor preço não for prioritário, sem dúvida que este Huawei P10 é um smartphone sem pontos fracos, sendo por isso merecedor de um muito desejado "escaldante".




Huawei P10
Escaldante



Prós
  • Qualidade de construção
  • Desempenho de topo
  • Câmaras


Contras

  • Preço
  • Ecrã sem tratamento olefóbico (e com película de origem)



Huawei P10

Escaldante (5/5)

2 comentários:

  1. Por metade do preço temos Xiaomi Mi 5S 128GB que tem caracteristicas idênticas, performance equivalente e o design é muito semelhante.

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