2017/09/05

Automóveis na Europa poluem muito mais que o anunciado


O caso dieselgate da VW veio apenas abrir os olhos para algo que todos sabiam que estava a acontecer, e um novo estudo feito a mais de 500 automóveis populares na Europa vem confirmar que a esmagadora maioria tem emissões poluentes - e consumo - muito acima do que é anunciado.

Se o caso da VW, de ter deliberadamente criado sistemas para enganar os testes de emissões é grave, não menos grave é ter sido necessário tanto tempo para se admitir que os valores de consumos e emissões anunciados pelas marcas são completamente irrealistas e inatingíveis em condições normais de condução. Isto já não é apenas algo que as pessoas saibam de forma implícita com base na sua experiência, mas é algo confirmado cientificamente pelo mais recente estudo que foi feito a 541 automóveis.

O panorama é verdadeiramente assustador a nível de emissões NOx, com apenas 10% dos automóveis que dizem cumprir a norma Euro 6 a cumprirem com o anunciado.



Mas também nas emissões de CO2 existem disparidades enormes, com emissões 30% acima do anunciado - com a disparidade de que isto se torna ainda pior no caso dos veículos mais recentes, onde essas emissões são 40% superiores. A nível do consumo, também é nos automóveis mais recentes que existe mais discrepância, com consumos 40% superiores aos anunciados pelos fabricantes.


... Talvez o mais triste no meio disto tudo seja verificar que, se há 10% de veículos que conseguem cumprir com as emissões, isso significa que não há motivo para que todos os outros não conseguissem fazer o mesmo. De qualquer forma, nesta fase isto já pouco interessa discutir (a não ser para efeitos de aplicar multas exemplares a todos os fabricantes que, durante décadas, andaram a manipular o sistema) - o que interessa é acelerar a adopção dos veículos eléctricos, doa a quem doer.

6 comentários:

  1. "... adopção dos veículos eléctricos" ou de veículos que cumprem a legislação anti-poluente. Não devemos por todos os construtores no mesmo saco.

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    1. Não, e eu refiro isso. No entanto, há que reconhecer que os motores a combustão são tecnologia "ultrapassada" e poluente, pelo que, nesta fase, o que importa é investir em tecnologias (mais) limpas.

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    2. Híbridos plug-in seriam a solução mais razoável...

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  2. E um estudo para os autocarros, camiões, barcos, aviões .... e fábricas?

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  3. É de um egoísmo enorme ignorar a poluição do próprio veiculo tendo o tubo de escape a apontar para quem vem atrás...
    Também concordo que deviam multar proporcionalmente os que mais poluem e investir na rápida mudança para veículos eléctricos, doa a quem doer, se não pode ir e vir ao porto no mesmo dia, não vai, azar, apanha o comboio que tb é eletrico, mete o carro no comboio, vai de bicicleta, ou a pé.
    Isto resolvia-se de uma forma simples: todo e qualquer veiculo que tenha tubo de escape a partir de 2018 tem que ter o tubo de escape a libertar dentro do habitáculo. Querem andar andem de janelas abertas e com o mínimo de poluição, se aguentarem vivos por mais de 1 ano é porque polui pouco e podem continuar a andar de janelas abertas, se morrerem já não poliu nada e não voltam a comprar outro veiculo poluente. Isto a começar pelos CEO das respetivas marcas de automóveis estendendo-se rapidamente a toda a gente.

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  4. "tubo de escape a libertar dentro do habitáculo": que ideia excelente. Sugiro começares tu como exemplo!

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