2013/05/24

Microsoft quer Kinect "Big Brother" ao serviço do DRM


O novo Kinect que acompanhará a Xbox One é uma pequena maravilha da tecnologia - e felizmente a Microsoft já confirmou que irá chegar também aos PCs. No entanto, como em tudo... a tecnologia pode ser usada para coisas produtivas (o novo Kinect é até capaz de detectar a frequência cardíaca dos utilizadores - podendo antever-se casos em que uma Xbox poderia alertar automaticamente os serviços de saúde caso alguém revelasse sinais de emergência, como uma paragem cardíaca, ou uma queda seguida de demasiado tempo sem se mexer) ou... para tentar perpetuar medidas pré-históricas que limitam as liberdades dos utilizadores.

Alguns utilizadores já se terão deparados com avisos curiosos ao tentarem ver conteúdos descarregados da internet nas suas consolas, com alertas de que os conteúdos podem ser ilegais e removendo o som (ou impedindo a sua reprodução) - independentemente de terem comprado os mesmos, mas por comodismo não estarem com paciência para os procurar no meio das vossas colecções. Mas agora a MS mostra-nos um potencial futuro bem mais assustador, ao pedir uma patente que usa o Kinect para continuamente nos espiar ao serviço do DRM.

Que vos parece convidarem um grupo de amigos para verem um filme em vossa casa, e serem confrontados com uma mensagem de que o número de espectadores excede aqueles a que têm direito a ver o filme? Ou, extrapolando para versões mais avançadas: que tal um aviso de que através do reconhecimento facial e da altura do espectador, se concluiu que este não tem a idade adequada para ver o que está a tentar ver.

Será isto o tipo de coisa em que se deverão estar a gastar recursos? Será que isto contribui em alguma coisa para o avanço da nossa sociedade? Diariamente, centenas ou milhares de projectos são financiados via crowdfunding, um sistema que demonstra que é possível aos autores/artistas/criadores viverem sem serem dominados pelos estúdios/agentes/distribuidores/etc. Não sei se será esse o sistema ideal para tudo e todos; mas o que sei é que ninguém estará disposto a ter um big brother dentro de casa que lhes diga o que podem ou não fazer.

É que ainda por cima, é daquele tipo de tecnologia ultra-avançada, cara e complexa... que depois pode ser completamente ultrapassada, usando-se um simples media-player "burro" que não se queixará de exibir todo o tipo de conteúdos que lhe for atirado - ou seja... exactamente o mesmo que se passa com todo o tipo de DRMs... e onde continuamente os "piratas" continuam a ter mais facilidade de utilização dos conteúdos do que aqueles que pagam por eles e tentam usar os formatos oficiais.

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