Tizen está Morto?

Segundo um blogger com ligações à indústria, os atrasos que temos visto nos equipamentos Tizen poderão ser prenúncio de algo bem mais grave do que a necessidade de dar uns retoques finais. Segundo Eldar Murtazin estes atrasos são a confirmação de que o Tizen está morto e que todo o projecto estará prestes a ser cancelado.

São afirmações que têm que ser lidas com a devida cautela, pois por muito difícil que seja implementar uma nova plataforma (bastará olhar para a dificuldade que até os Windows Phone estão a ter em arranjar lugar entre os Android e iOS), o Tizen é um projecto que conta com o apoio de vários gigantes da indústria: Samsung, Intel, Huawei, Fujitsu, NEC, Panasonic, KT, Sprint, SK Telecom, Orange, NTT Docomo, Vodafone - tudo nomes com interesse em fugir da dependência de um Google e da Apple.

Para além do mais o Tizen conta com tecnologias bastante atractivas e abertas, que fazem com que possa correr apps HTML5,  Qt, GTK+, EFL... e até apps Android. Algo que até parece "bom demais para ser verdade" (e que também poderá estar na origem dos atrasos que têm surgido). Por tudo isto e considerando a dimensão dos apoiantes deste projecto e tudo aquilo que têm a ganhar, e que vão desde os criadores de chips, aos fabricantes de equipamentos, e aos próprios operadores de telecomunicações - não me arriscaria a dizer que o "Tizen está morto" com tanta certeza.

Se há empresas que se arriscam a lançar novas plataformas no mercado nesta altura com muito menos apoios (como o Firefox OS e o Ubuntu for Phones), será que devemos acreditar que empresas bastante maiores deixarão de perseguir uma plataforma "independente" que sirva os seus propósitos e esteja sob o seu controlo? Como qualquer plataforma, o Tizen não terá a vida facilitada... mas se os seus responsáveis souberem jogar as cartas certas no momento certo, e demonstrar a viabilidade do seu sistema correr todo o tipo de apps - mesmo as das plataformas "concorrentes" - penso que tem todas as possibilidades de se vir a tornar numa das plataformas de referência para o futuro. Agora... isso é algo que depende quase exclusivamente deles.