2013/09/01
O que o caso YouTube revela sobre a Fragmentação da Web
O recente conflito entre Microsoft e Google relativamente ao YouTube levanta algumas questões interessantes sobre o futuro da web. O Google quer que a Microsoft utilize uma "web app" em HTML5 para o YouTube (mesmo quando eles próprios não o fazem no Android nem no iOS). A Microsoft diz que não é viável neste momento criar a app em HTML5 devido a várias limitações. Mas então... não seria o HTML5 e as webapps o futuro que se espera que venha a uniformizar todas as apps, tornando-as independentes da plataforma em que forem utilizadas? A ideia seria essa... mas a realidade actual é bem diferente, como se pode comprovar ao espreitar um pouco mais atentamente vários serviços do Google.
Quero apenas ressalvar que eu passei pela fase em que muitos dos sites na internet orgulhosamente apresentavam o "made for IE", e que ficavam com aspecto estranho - ou nem sequer funcionado - quando visitados por outros browsers. Só à minha conta seguiram centenas de reclamações para todas as lojas online onde, na altura visitando-as com o Firefox, nem sequer conseguia concluir uma compra a não ser que utilizasse o IE (e mandava o email informando-os que por muito que gostasse de lhes comprar os seus produtos, não o conseguia fazer pois não funcionavam no meu browser).
Portanto, de certa forma poderão argumentar que agora se trata de repor a justiça, com o Internet Explorer a ser agora o "patinho feio", que nem sequer é capaz de apresentar correctamente muitos dos sites web do Google. Embora por outro lado, se possa olhar para isto como sendo o sinal perfeito de como o HTML, que deveria ser uma plataforma unificadora, pode igualmente sofrer de "fragmentação". É que os developers dos diferentes browsers (ou melhor dizendo, dos seus "rendering engines" - como o WebKit) muitas vezes implementam funcionalidades ainda experimentais e com prefixos específicos. Isto faz com que mesmo que outro browser seja capaz de realizar exactamente a mesma coisa, não reconhecerá o código e não será capaz de apresentar a página como seria desejado.
Neste momento, a maior parte da web está feita para o webkit, que é usado pelo Safari e - até há bem pouco tempo - também pelo Chrome. Mas com o Google a ter decido seguir num caminho separado de evolução do WebKit, para não ficar agarrado a muita da bagagem histórica que esse motor acumulava e ia complicado e atrasado o seu desenvolvimento, vai ser interessante ver se estaremos perante uma nova encruzilhada onde teremos sites que funcionam bem no Chrome e em mais nenhum browser... ou se esta oportunidade será aproveitada para nos trazer um HTML verdadeiramente unificador que todos possam apresentar da mesma forma.
A conclusão que chegamos é que a universalidade será uma utopia, pois a empresa dominante em cada período (e creio que o Google agora está nessa posição) irá ditar que protocolo, browser ou SO será o "universal".
ResponderEliminarPS: Ridículo é sites como o do Cartão do Cidadão só aceitar certificados digitais e autenticações no IE. Aliás os protocolos do Cartão do Cidadão são das coisinhas mais irritantes que tive o desprazer de aturar!
A sério? Eu já usei o site to cartão do cidadão em Ubuntu com Firefox. A única coisa que tive de fazer foi instalar o Java 7.
EliminarPois no Windows aquilo é uma comédia. Se calhar todo o sistema é baseado em Linux.
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ResponderEliminarComo é que se diz nos filmes/livros quando há dramas, facadas e punhaladas ? "Cherchez la femme".
ResponderEliminarComo é que se diz quando duas grandes empresas entram em conflito? "Procurem o móni".
E qual é o "móni" neste caso ? O dos anúncios do YouTube. E vocês a darem-lhe com o HTML5 ! Quanto a mim enquanto não se perceber a histórico do "móni" a coisa não se percebe. A do HTML5 é só fumaça.