2019/08/03
UbiquitiLink quer rede de satélite ligada aos smartphones actuais
Há uma startup - UbiquitiLink - que está a apostar numa abordagem diferente para as redes de telemóveis via satélite, colocando no espaço antenas celulares que tragam comunicação directa a qualquer telemóvel ou smartphone sem, sem necessidade de qualquer modificação ou acessório adicional.
São várias as empresas, como a SpaceX, que estão numa corrida para criar redes de internet via satélite usando constelações com centenas ou milhares de satélites. A questão é que, embora representem um novo patamar a nível da distribuição da internet, continuarão a estar dependentes de estações no solo que convertam as comunicações para 4G / 5G / WiFi, para que possam ser utilizadas pelos smartphones. Mas agora chega uma startup que quer revolucionar isso.
A UbiquitiLink quer remover o intermediário e criar uma rede de satélite que possa comunicar directamente com os telemóveis e smartphones no solo. No fundo, o equivalente a colocar uma antena celular no espaço, a fazer o mesmo serviço das que fazem em terra. O conceito é simples mas a implementação é bastante mais complicada. Por exemplo, teve que desenvolver soluções curiosas, já que os telemóvel foram criados para comunicar com torres fixas a distâncias relativamente curtas (aliás, os telemóveis desligam-se automaticamente de torres que estejam a mais de 35 km de distância) o que desde logo é um problema quando se quer po-los a comunicar com um satélite a 500 km de altura, e que ainda por cima está em movimento. A solução foi simples: mentir!
Os satélites da UbiquitiLink conseguem enganar os telemóveis no solo, de modo a que estes pensem estar a comunicar com uma antena a 20 km de distância, assim tratando-a como qualquer outra antena da rede.
O objectivo da UbiquitiLink não é ultrapassar os operadores de telecomunicações, mas sim fornecer um serviço que lhes permita expandir a sua cobertura, de modo a que possam levar a sua rede até aos locais onde actualmente não têm cobertura satisfatória.
Mas antes disso há que demonstrar que o conceito funciona, e para isso já está na ISS o segundo módulo de testes que começará a ser posto à prova a partir da próxima semana quando for lançado a bordo da cápsula de carga Cygnus; e seguir-se-á um terceiro teste no final do ano. Se tudo funcionar como previsto, teremos mais um concorrente a querer lançar uma constelação de satélites que permitirá usar os telemóveis comuns em praticamente todos os pontos do globo, directamente via satélite.
Se isso nos livrasse da chulices das operadoras nacionais, e baixasse os preços é que era bom!
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