2024/11/30

Sistemas AI levam monitorização de funcionários humanos ao extremo

Muitos "visionários" vendem as suas ideias de como as novas tecnologias, como os robots e AI, levarão a humanidade rumo a um futuro idílico, em que cada pessoa poderá simplesmente dedicar-se ao que bem entender, livre da obrigatoriedade de ter um trabalho "só" para ganhar dinheiro, mas o percurso até lá não será assim tão directo - bastando ver como estão a ser usadas essas tecnologias.

Os novos sistemas de monitorização AI podem levar a análise da actividade de cada pessoa a níveis que podem surpreender os mais maquiavélicos escritores de ficção científica. Só que, neste caso não estamos a falar de ficção, mas sim de produtos que já estão a ser vendidos às empresas.

Por exemplo, estes sistemas monitorizam continuamente a actividade do rato e teclado de cada funcionário, sabendo a que velocidade escrevem, como mexem o rato, e em que coisas clicam. Podem fazer coisas como avaliar o número de erros dados através do uso da tecla "backspace", e também analisar a velocidade de escrita ao longo dos dias da semana ou diferentes horas do dia - o que poderá sinalizar que um funcionário seja menos produtivo numa sexta-feira, ou nas últimas horas do dia, quando já começa a pensar em ir para casa.
Se isto são coisas que estão a ser vendidas hoje mesmo, nem será bom pensar no tipo de coisas que estará a ser preparado, correlacionando ainda mais informação. E se mesmo os sistemas tradicionais já faziam coisas que pareciam quase "adivinhar os nossos pensamentos" - como nos casos da publicidade direccionada que invariavelmente tinha a capacidade de nos apresentar coisas com que tinhamos falado com amigos no dia anterior - estes novos sistemas arriscam-se a que o seu funcionamento pareça ser literalmente "magia" segundo a definição de Arthur C. Clarke de que "qualquer tecnologia suficientemente avançada será indistinguível da magia".

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