2025/02/03

Google reduz autonomia dos Pixel 4a para poucas horas

Alguns Pixel 4a têm baterias defeituosas, e a Google não tem lidado da melhor forma com este defeito de fabrico.

Os relatos de problemas com as baterias dos Pixel 4a são numerosos, e a própria Google reconhece o problema. No entanto, em vez de efectuar um "recall" oficial, a empresa lançou uma polémica actualização que reduz significativamente a autonomia nos smartphones afectados.

A Google alterou os parâmetros da bateria no kernel do Pixel 4a. A tensão máxima de carregamento baixou de 4.44V para 3.95V, reduzindo a capacidade da bateria para metade em alguns modelos. O problema parece afectar baterias de fabricantes como a ATL e a Lishen, com algumas unidades LSN a passarem de 3.080 mAh para apenas 1.539 mAh. O resultado prático: os utilizadores relatam que a autonomia dos seus Pixel 4a é agora de apenas duas horas, tornando o telemóvel praticamente inutilizável. E para agravar a situação, a Google removeu todas as imagens de fábrica do Pixel 4a, impedindo os utilizadores de reverterem a actualização para a versão anterior.

Note-se que, apesar destas alterações, a Google não deu qualquer justificação para as mesmas, nem refere qualquer tipo de riscos de segurança associados.
Ao abrigo do "Pixel 4a Battery Performance Program" a Google está a oferecer três formas de compensação aos utilizadores: a substituição da bateria, 50 dólares (ou equivalente), ou 100 dólares em crédito na Google Store para comprar um novo Pixel. Mas são ofertas que acabam por ser bastante enganadoras e não tão benéficas como parecem.

O pagamento dos 50 dólares de compensação exige que os utilizadores abram uma conta no serviço Payoneer, que cobra uma taxa de 30 dólares por ano se os utilizadores não atingirem 2.000 dólares em transacções. Os 100 dólares de crédito só podem ser usados em telemóveis Pixel a preço total, fora de qualquer campanha de promoção (que frequentemente oferece modelos com descontos superiores a esse valor). Por último, a opção que poderia parecer mais sensata - trocar a bateria - tem o cúmulo de voltar a usar uma bateria que se arrisca a ter o mesmo problema, mantendo poucas horas de autonomia tal como a bateria que foi substituída.

No passado já vimos polémicas relacionadas com bateria, desde o abrandamento secreto que a Apple aplicava em iPhones com baterias envelhecidas, e que mais tarde acabou por admitir e tornar visível através de informação na secção da bateria, ao inesquecível caso do cancelamento total da série Galaxy Note 7, devido a um problema nas baterias que as podia fazer explodir. Agora, parece que poderemos juntar a Google e os Pixel 4a a esta lista.

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