A questão da qualidade de imagem quando se trata de séries de TV (e também de filmes) é um poço sem fundo de opiniões diversas. E desta vez, é a Netflix que se lança de cabeça nesse tema, com a disponbilização da série "A Different World" dos anos 80.
Já seria suficientemente polémica a questão da Netflix ter feito o "corte" do formato original 4:3 para um formato 16:9 que enche os ecrãs actuais, mas o que está mesmo a dar que falar é o facto de ter optado por tecnologias AI para fazer o upscaling da reduzida resolução original para a agora indispensável resolução HD. A ideia até poderia parecer boa no papel, mas na prática, revela-se um desastre.
Embora à primeira vista os espectadores possam ficar entusiasmados por reverem a série com uma qualidade idêntica à das suas memórias, um olhar mais atento depressa revela coisas estranhas. Há elementos que não são bem como deveriam ser, e o caso mais notório faz-se notar em todas as cenas onde exista texto presente, e que quando não é suficientemente legível, dá origem a verdadeiros hieroglifos HD.
Embora eu seja todo a favor do uso de tecnologias para melhorar a qualidade de imagem, neste caso estamos perante efeitos que se revelam demasiado penalizadores, e que deveriam ter sido detectados e tratados pela Netflix.@shanselman They used artificial intelligence #AI upscaling on #ADifferentWorld and it…sucks. #Netflix ♬ original sound - Scott Hanselman
E o mais ridículo é que este tipo de coisa tem uma solução extremamente simples: os serviços de streaming não estão limitados pelo "tempo de emissão", pelo que muito facilmente poderiam disponibilizar estas versões remasterizadas a par das versões no seu formato original - esta mesma série é disponibilizada em formato original 4:3 na Max e Amazon Prime Video. Assim, agradavam a todos: quem preferisse a qualidade melhorada, mesmo com ocasionais artefactos estranhos e hieróglifos ocasionais, e quem preferisse ver a série tal como era, na sua gloriosa versão original low-def.
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