A Arduino fez alterações aos termos de serviço que estão a gerar preocupação na comunidade maker.
A actualização mais recente dos termos de serviço da Arduino está a gerar preocupação entre a comunidade maker, com muitos entusiastas receosos de que a sua tradição open-source esteja em risco - especialmente tendo em conta que a marca se prepara para ser adquirida pela Qualcomm. Os novos termos proíbem os utilizadores de traduzir, descompilar ou fazer engenharia reversa à plataforma, algo que contraria o longo historial da Arduino como sistema aberto.
Numa publicação em resposta às críticas, a Arduino diz que esta restrição se aplica apenas às suas ferramentas cloud em modelo SaaS, não ao hardware, IDE, esquemas ou bibliotecas open-source. A empresa garante que "tudo o que era aberto, continua aberto", no entanto, várias figuras de destaque do open-source, como Limor Fried e Phillip Torrone da Adafruit, dizem que a explicação deixa muitas dúvidas e não aborda as principais preocupações que foram levantadas.
Os novos termos introduzem ainda regras relacionadas com AI, permitindo à Arduino monitorizar o uso de funcionalidades, tempo de computação e armazenamento. Críticos afirmam que a empresa não esclareceu que dados são recolhidos, quem tem acesso, ou como a aquisição pela Qualcomm poderá influenciar estas práticas. Há também polémica em torno de cláusulas sobre patentes, que impedem os utilizadores de usar a plataforma para identificar potenciais infracções - algo visto como inédito no contexto open-source.
Outro dos pontos polémicos é que a Arduino reclama para si direito sobre tudo o que os utilizadores fizerem, e que legalmente faz com que a Qualcomm possa aproveitar toda e qualquer ideia dos utilizadores, para o que bem entender, sem qualquer compensação para os criadores originais.
Esperemos que este não seja o "princípio do fim" para a Arduino enquanto plataforma de eleição para makers, e que a empresa consiga dar as devidas garantias para sossegar a comunidade e assegurar que continua fiel aos princípios que a fizeram chegar ao ponto em que está.

Sem comentários:
Enviar um comentário