2012/10/15
Apple vai Abandonar Componentes Samsung?
Já por várias vezes aqui coloquei algumas questões hipotéticas... algumas das quais depois de vieram a concretizar em maior ou menor grau. Já coloquei a hipótese de a Apple cortar o Google do seu iOS (e no iOS6, os mapas e YouTube já lá vão)... e perante a batalha com a Samsung, também já abordamos a questão de quem precisaria mais de quem: se o cliente do seu fornecedor, ou se o fornecedor do seu principal cliente...
E novamente, parece que estaremos prestes a descobrir: pois parece que a Apple se prepara para dar o "corte" à Samsung e deixar de lhes encomendar os componentes que usa nos seus equipamentos!
A situação entre estes dois gigantes parece ter chegado a tal ponto que a parte judicial das patentes de design e interfaces já está a afectar a parte dos componentes, havendo quem diga que a Apple apenas está interessada em cumprir com os actuais compromissos, para de seguida abandonar por completo a Samsung enquanto fornecedora.
Essa tendência já se faz sentir no iPhone 5, com alguns componentes que habitualmente seriam fornecidos pela Samsung a terem sido substituidos por outros de outros fabricantes. E o desenvolvimento do novo chip A7, uma tarefa que tradicionalmente seria feita com a colaboração entre a Apple e a Samsung, foi algo que já foi feito inteiramente pela Apple, sendo a Samsung apenas responsável pelo seu fabrico. Fabrico esse que a Apple pretende passar para a TSMC, o maior fabricante mundial de chips "por contrato".
Embora este tipo de transição seja coisa que demorará bastante tempo e acontecerá de forma gradual (reduzindo o volume de encomendas de um lado, aumentando no outro), será sem dúvida uma situação preocupante para a Samsung, que assim deixar de contar com muitos milhares de milhões de dólares "garantidos" à custa da Apple. E ao mesmo tempo ver esse dinheiro ir para um seu concorrente, que certamente usará esse capital para se tornar num "gigante" ainda maior na área do fabrico de chips.
Para além disso, parece que também a Amazon está disposta a ter maior controlo sobre o hardware que utiliza, e se prepara para ficar com as operações da Texas Instruments referentes aos chips OMAP para smartphones e tablets. Se assim for, passaremos a ter mais um gigante que terá total controlo sobre o hardware e o software que utiliza (estão a ver a tendência?)
Gigantes, com (quase) total controlo sobre todos os aspectos dos equipamentos que produzem, e que certamente desejarão utilizar essa potencial para se diferenciarem dos demais concorrentes. Se a marca A é obrigada a usar CPUs e GPUs genéricos fabricados pela empresa X, e eu posso criar o meu próprio CPU e adicionar "algo" (mais autonomia, mais potência, etc), então já fico com uma mais valia sobre eles.
Estaremos prestes a entrar numa era onde apenas estes gigantes poderão ter acesso ao hardware de topo mais apetecível, e os restantes fabricantes sem essa capacidade terão que se contentar com os componentes genéricos que conseguirem encontrar? Já nem digo nada...
O que eu acho pessoalmente é que o consumidor final só tem a perder.
ResponderEliminarOs padrões que hoje temos na engenharia, de que todos usufruímos e se pautam com uma concorrência, que beneficia o consumidor pode ter os dias contados, eu já tinha percebido isso a algum tempo.
Ao que me parece a nível de empresas que lideram no campo dos sistemas operativos, existe apenas uma empresa interessada em preservar o paradigma dos padrões genéricos.
Cabe-nos a nós consumidores decidir, que tipo de electrónica e engenharia queremos no futuro.
A este movimento está associado também o comunicado do Ballmer, que quer tornar a Microsoft mais parecida com a Apple,
http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/mercados/2012/10/11/ballmer-quer-microsoft-a-imitar-apple
Pessoalmente tenho medo deste paradigma, mas enfim sou consumidor e apesar de ser apenas um "sei como votar nestas eleições permanentes"
E tu Carlos, já pensaste neste aspecto como consumidor, como participante ativo no futuro da sociedade de consumo electrónico?
Precisamente por pensar nisso, é que partilhei a coisa.
EliminarComo sempre, idealismos poderá haver muito, mas caberá ao mercado decidir com aquilo que - no final - mais conta: a sua carteira.
Se as empresas continuarem a ter sucesso e a ganhar dinheiro, vão prosseguir no seu caminho, quer seja "bom" ou "mau" a curto/médio/longo prazo.
Fazia-me "espécie" como é que a Apple e a Samsung andavam em guerra nos smartphones e tablets e ao mesmo tempo a Samsung era um dos principais fornecedores de componentes para a Apple.
ResponderEliminarUma explicação que li em tempos e que tem todo o aspecto de ser verdade, é que a Samsung é um conglomerado de empresas/departamentos, pelo que a guerra com a Samsung "mobile" não afectava os negócios com a Samsung "factory".
Sempre achei isto um equilíbrio precário. Pelos vistos a Samsung já só se limita a fabricar os chips, já sem a parte da sua concepção e desenvolvimento. O que se está a falar é de entregar o fabrico a outro concorrente da Samsung, a TSMC.
Não vejo nada de estranho nisto.
Bem nessa parte tenho que concordar contigo Dos Passos, não houve nada de especial agora.
ResponderEliminarPrecisamente é nessa parte que discordo do Carlos também, o problema não é de agora, é desde à uns 5/6 anos atrás.
Apesar de os números se estarem a compor agora, e de começar a ver agora uma luz ao fundo do túnel, vimos neste intervalo de tempo, modelos de negócio que agora servem de exemplo, para a industria.
É aí que está o problema, como é que a sociedade de consumo fez crescer tanto, modelos de negócios tão fechados?
Sistemas perfeitos não acredito que existam simplesmente.
Tenho sistemas preferidos claro, para desktop para mobile e tablet e sou o primeiro a enumerar uma carrada de defeitos, contudo têm a maior das qualidades a liberdade.
O que eu quero dizer com liberdade é, se eu tenho uma empresa, posso fazer uma aplicação na plataforma que escolhi, com a máquina que escolhi, com o IDE que escolhi, pago ou não e instalar livremente e legalmente, porque o equipamento é meu.
A apple isola-se cada vez mais. Será bom, será mau? Aliás é um caminho que começa a ser adoptado por outras grandes empresas... Para mim não é mau, é muito mau....
ResponderEliminarReferes-te a ter acabado com as parcerias com a Google (YouTube, Mapas) e estar a caminho de acabar a Samsung (hardware) ?
EliminarAcaba com essas cria outras: TomTom, Facebook, Twitter, Yelp, Fandango, Open Table, e outras que têm agora maior ligação ao iOS/Siri, como destaca Pipper Jafray.
São essas parcerias que, segundo ele, permitirão à Apple ganhar a 3ª fase da "smartphone war". Do lado do Android assiste-se, em vez disso, a uma integração de uma panóplia de produtos Google: search/mapas, Google Now, Zagat, Google+, Gmail, Gtalk, etc. Vistas as coisas assim, é difícil dizer que a Apple se isola ( que corta laços com a Google e a Samsung, parece óbvio).