Aberto até de Madrugada: Análise LG G

Chegou quase em cima da apresentação do seu sucessor (o LG G2) mas como nunca perdemos oportunidade de espreitar um smartphone, hoje vamos falar sobre o LG G. Este modelo é particularmente interessante pois é o modelo cujo hardware serviu de base ao Nexus 4, embora aqui tenha algumas coisas melhores, como a câmara de 13MP (vs 8MP no Nexus 4).

Vamos então ver o que este LG G tem para oferecer...

O LG G

Embora na altura este modelo ainda fosse anunciado como LG Optimus G (ou Maximo G cá em Portugal), felizmente a LG já deixou cair essa designação e passará a chamar os futuros modelos de apenas "G". Como modelo de gama alta que era por altura do seu lançamento, este G vem muito bem acomodado numa caixa de qualidade. Qualidade essa que se estende também aos seus materiais e construção.

Com design sóbrio e ao estilo "monolítico", temos apenas a destacar o facto de não ter tampa ou bateria amovível, e o da lente da câmara estar ligeiramente levantada face à restante superfície. Não é algo exagerado mas... "estraga" um pouco o efeito (nas versões com câmara de 8MP a câmara fica à face).

A parte traseira apresenta também um padrão holográfico ao estilo do Nexus 4, mas com efeito diferente.

Quanto ao hardware, o LG G dá uso a um ecrã de 4.7" (1280x720), enquanto no interior encontramos um Snapdragon S4 quad-core a 1.5Ghz, 2GB de RAM, 32GB de Flash, câmara de 13 e 1.3MP e, infelizmente, vem ainda com o já datado Android 4.1.2 (no Nexus 4 já podem contar com o 4.3) com o interface modificado pela LG.

Comparativamente ao Nexus 4, o formato rectangular do G faz com que aparente ser mais volumoso que o modelo feito para o Google (com cantos arredondados).

Fotos e Vídeo

Embora nalguns mercados o LG G seja fornecido com uma câmara de 8MP idêntica à que equipa o Nexus 4, por cá temos direito a uma câmara de 13MP.

Mas... não esperem grandes milagres. Embora a câmara seja ligeiramente melhor que a versão de 8MP, não está realmente à altura do que seria desejado numa câmara de 13MP. Se as imagens são relativamente boas nos dias de sol, assim que a iluminação se reduz um bocado, passam a apresentar pouco mais detalhe efectivo face às fotos de 8MP.

Pela parte positiva, a app da câmara da LG é bastante completa e fácil de utilizar, e tem até funcionalidades como tirar fotografias quando se dizem determinadas palavras, ou de captar imagens antes de pressionarem o obturador.

Em Funcionamento

Ligando o G, somos relembrados porque motivo continua a impressionar quem o vê. O ecrã LCD pode ser "apenas" HD 720, mas pouco ou nada fica a dever aos mais recentes ecrãs Full HD, com brilho e cores "no ponto". O gesto de desbloquear apresenta um engraçado efeito de uma bolha a aumentar que revela o que está por baixo - com a respectiva distorção.

É também aqui que vemos que a LG optou por manter botões dedicados em vez de usar os botões onscreen do Android. Embora os botões onscreen seja mais versáteis, é inegável que a opção da LG nos dá um ecrã mais espaçoso sem o desperdício deste espaço.

Isso é algo que se torna particularmente vantajoso em coisas como o browser, onde podemos ver mais conteúdos...

Mas noutras partes acaba por não se traduzir em qualquer benefício, como na lista de apps, onde os icons maiores utilizados pela LG fazem com apenas se vejam 4x5 apps por ecrã, contra 5x5 do Android "puro" no Nexus 4.

Mas não se pense que tudo é mau no interface da LG. A área das notificações oferece muito mais opções de personalização que o Android "stock", e não falta sequer a funcionalidade para podermos tirar notas ou rabiscar sobre o ecrã, como é habitual nos LG.

Igualmente interessante é o sistema de multi-janelas que permite ter várias apps a correr em simultâneo no ecrã, e onde até podemos mudar a transparência de cada uma individualmente. Ter o browser a correr e abrir uma calculadora e um bloco de notas ao mesmo tempo... é algo que se faz de forma simples e sem ter que estar continuamente a saltitar entre apps fullscreen.

Mesmo sendo um equipamento do ano passado, o LG G comporta-se na perfeição e sem hesitações com todo o tipo de apps (embora melhor fosse que a LG lançasse uma actualização para o 4.2 ou 4.3 para tirar partido das últimas optimizações.)

Apreciação Final

O LG G é um aparelho que mesmo tendo sofrido o azar de chegar tarde ao nosso país - e de rapidamente ter perdido o lugar de topo de gama para o LG G Pro - continua a ser um equipamento que proporciona uma experência Android de luxo.

O interface modificado pela LG oferece coisas boas e outras que não são tão boas, mas as vantagens e desvantagens acabam por se equilibrar (embora eu seja apologista de que os fabricantes deverão deixar o Android de origem, confesso que gostei da funcionalidade multi-windows e da app de fotografia melhorada).

Há algumas coisas estranhas que por vezes aparecem, como por exemplo o aviso de que não era possível utilizar o brilho máximo do ecrã por excesso de temperatura (e isto com o aparelho a uma temperatura normal). Mas no global, não há problemas a assinalar.

A grande questão é que este LG G fica numa posição muito delicada, tendo um preço de cerca de 500€ (em operador!) que não é nada atractivo ao equivalente Nexus 4, bastante mais económico, e que conta com a vantagem do Android actualizado. E se isso não fosse suficiente e estivessem mesmo dispostos a optar por um LG para usufruir das vantagens que o seu interface modificado oferece, mesmo aí será mais vantajoso aguardar para ver o que o LG G2 tem para oferecer (mesmo se depois teremos que ficar sujeitos à espera habitual até que efectivamente chegue às nossas lojas).

Por isso, embora este LG G fosse merecidamente um escaldante por altura do seu lançamento (em Novembro de 2012), neste momento, face ao preço a que está e aos concorrentes que entretanto surgiram, a coisa fica muito mais complicada. Se à semelhança do Nexus 4 o seu preço viesse para valores na ordem dos 300€... aí a conversa seria outra, mas a 499€ não nos deixa outra alternativa a não ser atribuir-lhe um...