Quase dois anos após a decisão de que o zero rating viola a neutralida da net, chega finalmente a proibição dos tarifários zero rating na Europa.
A entidade reguladora das telecomunicações BEREC (Body of European Regulators for Electronic Communications) passou a proibir as ofertas zero rating, que por cá ainda são tão apreciadas pelos nossos operadores de telecomunicações.
Os tarifários zero-rating são aqueles que fazem discriminação de dados, disponibilizando uns certos gigabytes para uso geral, e depois outros gigabytes para usar em serviços de vídeo, e ainda podendo oferecer outros limites de dados para serviços de mensagens, ou de música, ou outros. Um princípio que viola o princípio básico da neutralidade da net, de tratar todos os dados da mesma forma. O zero-rating também penaliza a justa concorrência entre serviços, já que incentiva o uso dos serviços que tinham os dados oferecidos. Se um tarifário oferecesse gigabytes extra para usar no Apple Music, tornaria o serviço mais apelativo do que o Spotify (por exemplo).
É algo que está demonstrado há muito que penaliza os consumidores, sendo que qualquer tentativa dos operadores reescreverem a realidade (não esquecer que estamos a falar de empresas que nos tentaram convencer que os dados ilimitados tinham limites) é facilmente desmascarada pelo facto de, aqui ao lado, existirem tarifários que oferecem 220 GB de dados por €9.99 euros - sem qualquer necessidade de discriminação.
Ficamos a aguardar pela actualização dos tarifários nacionais para esta nova era, que há muito tardava em chegar a Portugal. Veremos que desculpas vão arranjar para explicar as discrepâncias de limites de dados e preços face aos tarifários oferecidos nos demais países europeus.
Isso acontece porque os ISPs não tem capacidade pra tanto tráfego
ResponderEliminarIsso é treta...
EliminarDados são dados... é indiferente se estás a ouvir musica ou a ver videos... bits e bytes são iguais para todos...
Ou se pagares mais para ter um plafond de dados maior eles já têm capacidade de tráfefo?!
Alguém está a precisar de umas aulas de redes, para os ISP's é igual ter as pessoas a usar o youtube ou o vimeo, a única coisa que muda é o trajeto que os dados fazem, e isso já é depois de terem passado pelo ISP.
EliminarEra se eu não fosse de networking e tivesse dado assistência a NOS, Vodafone e MEO.
EliminarPra vocês é o mesmo pra os ISPs não é.
Pois, mas não é assim que a coisa funciona. Não existe diferença entre veres um vídeo no YouTube ou no YouPorn. Podes gastar mais ou menos por causa do bitrate dos vídeos, mas 5GB são 5GB, e isso não muda.
EliminarEu tinha um Yorn X (?) e apesar de muitas das apps que uso estarem contempladas no pacote, cansei-me de por exemplo ter dados para tudo o que é vídeos e redes sociais, e ter apenas 1GB para o que realmente uso.
Mudei para a Woo, com 9GB indiferenciados, e foi a melhor coisa que fiz. O uso é meu, a gestão é minha.
"Era se eu não fosse de networking e tivesse dado assistência a NOS, Vodafone e MEO.
EliminarPra vocês é o mesmo pra os ISPs não é"
Se tivesses argumentos não precisavas de inventar estórias da carochinha, dizias os argumentos e pronto. Mas como não tens nenhuns achas que essa treta que disseste interessa alguma coisa, mesmo que fosse verdade, que não é.
Aliás, assim de repente o único edge case que poderias alegar é o facto de alguns ISPs terem serviços internos de distribuição de conteúdos (como a Netflix faz com o Open Connect). Mas isso cai por terra quando tens o tráfego da Netflix no mesmo bolo do YouTube.
EliminarMal posso esperar pelos tarifarios "revolucionarios" de 10gb/mês publicitados como se os ISPs fossem o deus na terra a oferecer ouro aos pobres quando na verdade estão a oferecer gato por lebre por terem sido forçados.
ResponderEliminarIsto.
EliminarJá li algures que alguém importante numa empresa de comunicações móveis admitia que a limitação de tráfego era apenas para ganhar mais dinheiro.
ResponderEliminarDo ponto de vista técnico não faz sentido limitar o tráfego, o que faz sentido é limitar a largura de banda quando a antena tem mais gente ligada a ela do que a sua capacidade de as servir, porque o espectro rádio não é infinito, e dependendo da forma como utilizam o mesmo, poderá ser realmente necessário reduzir a largura de banda a cada utilizador... o mesmo para a ligação entre a antena e a central, que poderá perfeitamente estar a utilizar algo que permite transportar menos largura de banda do que aquela que o cliente supostamente tem direito, em especial se estiver mais que um cliente ligado à mesma (o normal).