O caso dos CPUs defeituosos Intel parece ainda estar para durar, com um processo que acusa a empresa de ter escondido a falha e enganado os consumidores.
A Intel está sob pressão com um processo coletivo liderado por um cliente de Nova Iorque, Mark Vanvalkenburgh, que afirma que a empresa ocultou os defeitos nos seus CPUs de 13.ª e 14.ª geração. O homem acusa a Intel de enganar os clientes ao prometer uma experiência "premium", sabendo que os processadores sofriam de um problema que podia provocar crashes e ecrãs azuis; e argumenta que a Intel continuou a comercializar os CPUs como sendo "os mais rápidos do mundo", adequadas para gaming e multitasking, enquanto os clientes enfrentavam crashes reboots aleatórios, que eram atribuídos a problemas de software.
Segundo o processo, se a Intel tivesse divulgado estes defeitos, os consumidores não teriam pago o preço elevado destes processadores. E isto só passou a ser conhecido quando começaram a surgir múltiplos relatórios que revelaram que os processadores Raptor Lake da Intel tinham uma taxa de devolução significativamente superior às gerações anteriores. Vanvalkenburgh diz que a Intel já tinha conhecimento destes problemas desde 2022, mas optou por não informar os clientes, continuando a promover os produtos como "topo de gama". O processo acusa a Intel de não fornecer avisos claros ou números de lote para identificar os CPUs afectados, deixando os clientes numa situação de incerteza. A Intel ofereceu uma garantia de dois anos após o defeito se tornar público, o que alguns consideram insuficiente.
Actualmente, a Intel diz já ter detectado a verdadeira origem do problema, que estava relacionado com o fornecimento de uma tensão demasiado elevada a uma parte do CPU, que o ia danificando progressivamente, e disponibilizado actualizações que corrigem essa situação. O problema é que esta actualização não reverte os estragos nos CPUs que estejam parcialmente danificados, e que poderão continuar a sofrer problemas de instabilidade.
Com um número estimado de milhões de clientes afectados, o caso poderá resultar em indemnizações que podem ascender a centenas de milhões de dólares. Isto numa altura em que a Intel tem enfrentado uma fase complicada, e piorada pelo facto da AMD ter lançado um novo CPU que se revela bastante mais atractivo.
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