2012/12/11

Primeiro Contacto Asus Transformer Pad Infinity (TF700)

Se muitos interessados há nos modelos Transformer da Asus, mais haverá ainda no recente Transformer Infinity (TF700). O António Rodrigues já teve a oportunidade de brincar com um destes novos Transformer que nos chega com um ecrã FullHD, e diz-nos o que achou.


A Asus criou uma linha de sucesso com a introdução do original conceito Transformer. A primeira geração teve uma aceitação bastante boa, e vários outros modelos foram lançados com base na mesma premissa: híbrido entre laptop e tablet. Estes equipamentos destinam-se a quem pretende um Tablet com Android, mas não quer abrir mão de um teclado físico e uma autonomia superior à média.

A mais recente coqueluche da Asus neste campo é o Tablet que hoje analisamos: o Asus Transformer Pad Infinity (TF700).

Começo já pelo melhor: o Transformer Pad Infinity afirma-se como um dos tablets Android mais rápidos disponíveis no mercado. Além de um fantástico ecrã, apresenta um processador e uma camera melhor que os modelos anteriores, e com uma qualidade de construção excelente.

Nota: esta não pretende ser uma análise exaustiva, mas antes as impressões de um breve contacto com o equipamento.

O Transformer Pad Infinity (TF700)

O TF700 é baseado no anterior Transformer Prime (ele próprio uma evolução do TF300), com a Asus a rectificar alguns pontos menos conseguidos. Nota positiva para o facto de não terem alterado muito o form-factor. O Infinity beneficiou do mesmo desenho estreito e elegante do Prime. Ao contrário da Google, a Asus manteve o slot microSD para expansão de memória.

Especificações:

  • Ecrã: 10.1" LED Backlight WUXGA (1920x1200), multi-toque (10 dedos), Super IPS+
  • CPU: NVIDIA Tegra 3 Quad-core CPU, a 1.6GHz
  • Memória: 1GB, 32GB EMMC (+8GB armazenamento vitalício ASUS WebStorage)
  • Wireless: WLAN 802.11 b/g/n@2.4GHz
  • Bluetooth V3.0+EDR
  • WebCam: 2MP Frontal, 8MP Traseira com Auto focus + Flash + Sensor BSI + Lente de 5 elementos
  • Pad: 1x micro HDMI + 1x Leitor Micro SD
  • Docking Móvel: 1x Porta USB2.0 + 1x Leitor SD
  • Sensores: Sensor G, Sensor de Luminosidade, Giroscópio, Bússola Electrónica, GPS
  • Autonomia: 9,5 horas; 14 horas Pad + Docking Móvel

Uma (boa) imagem vale mais do que...


De facto, o ecrã é uma das grandes estrelas do TF700. Finalmente temos um Transformer com um ecrã que supera a resolução Full HD. São 1920x1200 pixels num ecrã Gorilla Glass 2 e tecnologia IPS+, com cores vibrantes e ângulos de visão muito bons. Usa-se sem grandes problemas no exterior (o símbolo "+" em IPS significa mais brilho).

Com esta resolução, a Asus conseguiu aproximar-se bastante da nitidez e detalhe de imagem do iPad.
Aliás, este é o primeiro Tablet Android a ostentar o simbolo Full HD (mas entretanto ultrapassado pelo Nexus 10 e os seus "monstruosos 2560x1600).

Ainda assim, e quando comparado directamente com o Prime, à primeira vista é algo difícil percepcionar a diferença. Só olhando com mais atenção começamos a notar o maior detalhe e cor no texto do browser ou a ler e-books. Nos icons quase não se notam diferenças.


Outra coisa que também passa despercebida no primeiro contacto é o tratamento anti-oleosidade. Neste ecrã as marcas de dedos surgem em menor quantidade do que em outros Tablets, mesmo quando usado intensivamente. É um prazer usar um ecrã assim.

O TF700 vem com a versão 4.0 ICS, mas já está disponível o update para a versão 4.1.1. Infelizmente, não foi possível efectuar o mesmo em tempo útil.



Smile!!!


Apesar de não ter tido oportunidade de testar mais a fundo as cameras, posso afirmar que os resultados obtidos num teste rápido com a camera traseira foram muito bons. Nada que seja equivalente a uma camera dedicada, mas comparando com o que normalmente equipa a maioria dos Tablet Android o resultado fica claramente acima da média.

Teclado virtual? Eu gosto de contacto!


Semelhante ao dos modelos anteriores e com as mesmas funções além da introdução facilitada de texto, isto é, duplicar a autonomia e mais portas de ligação.

Mais uma peça que conta com uma qualidade de construção irrepreensível, e ao contrário do que se possa esperar é confortável quanto baste para textos um pouco mais longos, após um pequeno período de habituação. Claro que o menor tamanho das teclas não é indicado para escrever o próximo grande romance ou best-seller, mas ainda assim, o espaçamento é adequado. Já a resposta das teclas ao toque deixou uma sensação de alguma rigidez excessiva, talvez devido a um curso demasiado curto.

Os encaixes do Pad no teclado funcionam como esperado, transmitindo segurança e robustez, como nos modelos anteriores. Nota positiva para a tecla "back" no teclado: é útil porque evita ir instintivamente com o dedo ao ecrã, assim como as restantes que são atalhos rápidos para funções comuns (som, rede, etc).



Nota menos positiva para a área multi-touch no teclado: apesar de ter precisão e área útil quanto baste, revelou-se demasiado rugosa e não permite que o dedo deslize de forma suave, prejudicando um pouco a usabilidade. No entanto, com a possibilidade touch no ecrã, serve apenas como complemento esporádico.

Posso tocar só mais uma vez?


A rapidez de reacção ao toque e a suavidade do deslizamento com zero lags ou stuttering fazem com que seja um prazer usar o touch neste ecrã. Tudo se passa de forma absolutamente suave, com tempos de reacção excelentes.


Apesar de estar a usar a versão 4.0 (que não beneficia ainda do Project Butter), ainda assim as transições e animações processam-se com rapidez e sem qualquer atraso digno de nota. Sinal de que com o update para a versão 4.1 ficará ainda melhor. Não houve uma única vez que tocasse em algo, e não se passasse nada - como acontece com alguns sistemas menos reactivos e/ou mais parcos em recursos.


Nada a apontar à performance do Tegra 3. Aliás, a velocidade percepcionada no arranque das apps pareceu-me mais elevada do que no Prime. O mesmo se aplica ao GPU e aos jogos.

O browser Google Chrome portou-se lindamente, mas não tenho termo de comparação. Infelizmente não consegui terminar com sucesso benchmarks em HTML5 devido a limitações na ligação Wireless que tinha disponível. :\


Onde o ecossistema Android peca em relação a estas novas e enormes resoluções HD e similares, é no suporte por parte das apps.

Já se sabe que o market (Google Play) não consegue ainda competir com a App Store da Apple, no que toca à quantidade e qualidade de oferta específica para Tablets. Esse problema tende agora a agravar-se com o mercado a ser inundado em breve com Tablets que oferecem resoluções HD ou próximo disso.

Parece-me que esta é uma área na qual a Google devia actuar rapidamente: para que serve um Nexus 10 com resolução superior à Retina Display, se depois não existem apps dignas do seu uso a 100%? Para quem consome conteúdos - objectivo primordial de um Tablet - acaba por ser algo frustrante.

O mesmo se aplica ao CPU: de momento, não existem muitas apps que tirem real partido dos potentes quad-core da plataforma Tegra 3. É certo que as tarefas em segundo plano e algumas tecnologias de aceleração específicas (como o referido Project Butter) acabam por beneficiar dos cores extra, mas isso por si só não justifica a aposta em quad-cores. Apps precisam-se!

Uma nota sobre o GPS: apesar de não ter sido alvo de testes, existem relatos de que o problema manifestado no Prime (recepção/captação de sinal deficiente) foi corrigido no TF700. A Asus substituiu por plástico uma parte da cobertura metálica na traseira do Pad. Dessa forma a captação do sinal é facilitada e funciona da forma esperada.


O TF700 vem com software da Asus pré-instalado, à imagem do que se passa com muitos fabricantes de PC's. Se por um lado isto pode agradar a alguns utilizadores, para muitos é incómodo e considerado bloatware: cabe a cada um decidir da sua real utilidade. Na prática  acabam por não interferir no funcionamento do Tablet apesar de omni-presentes.


Talvez os mais interessantes sejam o MyNet e SuperNote. Com o MyNet é possível fazer stream para dispositivos compatíveis com a norma DNLA. Já o SuperNote é uma app para registo de apontamentos, que além do teclado suporta também a "escrita" com recurso a touch (desenhar letras com o dedo), e até permite capturar imagens, audio e vídeos directamente.

Interessantes são também os tweaks que a Asus fez no sistema Android - palmas para não ter abusado e a integração estar muito bem conseguida!

Estes permitem, por exemplo, tirar screenshots clicando na tecla de "apps recentes", ajustar rapidamente o brilho do ecrã com dois toques apenas ou ajustar o modo de operação do Tablet (normal, balanceado ou poupança-de-energia).

Para os que trabalham em qualquer altura, a Asus fornece de origem e grátis a app Polaris Office que permite criar/editar ficheiros nos formatos MS Office e PDF, entre outros.



Do lado das conexões, refiro a porta Micro-HDMI para ligação a TV's. Isso também possibilita jogar em ecran completo numa TV com recurso a controladores PS3 ou Xbox 360 (e outros game pads suportados), através de dispositivos de ligação USB. Estes conectam-se à porta USB existente no teclado, não sendo possível usar apenas com o Tablet.


Água na boca...

É o que este Tablet deixa :)



A ideia que fica é que o Transformer Pad Infinity é o Tablet que o Prime devia ter sido. Mas mais do que um mero upgrade, o TF700 representa nesta geração a afirmação e maturidade do conceito Transformer.

Esquecendo as habituais comparações com o iPad e os mais recentes Google Nexus, este Tablet é uma excelente escolha para quem precisa de mobilidade a toda a prova sem perder de vista a possibilidade de produzir conteúdos (leia-se: escrita) com um pouco mais de conforto do que usando apenas os teclados virtuais. Além do teclado físico, não esquecer que se ganha igualmente uma autonomia invejável, muito importante neste perfil de utilizador.

Como bónus, levam para casa o poder de processamento da plataforma Tegra 3 aliado a um ecrã e resolução excelentes, que permite fazer o gosto ao dedo no jogo favorito em qualquer altura, ou visionar aquele filme em Full HD que adiamos no último fim de semana ;-)

Termino com um agradecimento especial ao meu caro Colega Miguel J. Almeida, que gentilmente disponibilizou o equipamento para esta mini-análise rápida.

Pros:
  • Ecrã excelente, resolução Full HD
  • Performance geral
  • Construção sólida e de qualidade
  • Autonomia
  • Design esgio e elegante
  • Sofware Asus pré-instalado

Contras:
  • Resolução e CPU sub-aproveitados
  • Teclado algo rígido, não adequado para escrita intensa e longa
  • Poucas apps que aproveitem devidamente o potencial de resoluções mais elevadas
  • Sofware Asus pré-instalado





5 comentários:

  1. no artigo só um pormenor estranho, tanto os prós, como os contras, têm um dos pontos igual, o "Software ASUS pré- instalado".

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  2. Onde comprar? De preferência no Brasil?

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    1. Rapaz, só por importação mesmo, mas alguns fornecedores no Brasil importam ele. Procure em sua cidade lojas de informatica que pegam encomendas. Eu tenho um e encomendei em uma loja (custou a bagatela de 2470 com o teclado) e levou 3 dias para chegar. E uma dica, procure uma loja que de garantia :)

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    2. mercado livre ja se encontra este produto

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  3. Pf, podem-me dizer se entre este e o TF300 notam alguma diferença muito grande que justifique o investimento? Procuro um tablet maioritariamente para ver filmes e navegar (com algumas páginas bem pesadas, com muita imagem), mas que me dê conforto visual e não seja muito lento...

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