Em Terra, as nossas preocupações com o lixo resumem-se, na maior parte das vezes, a decidir quem é que vai despejar o lixo ao contentor. Mas no espaço, as coisas são mais complicadas... e não me refiro ao lixo que é gerado no interior da Estação Espacial Internacional (ISS). Enquanto que cá em baixo a gravidade e o atrito fazem com que as coisas rapidamente fiquem "paradas"; no espaço e em órbita, todo e cada detrito ou partícula espacial pode tornar-se num projéctil devastador.
A ISS conta com vários sistemas de protecção contra estes embates espaciais - alguns com partículas microscópicas - mas quando se trata de algo com maior volume... não há blindagem que resista. Por isso mesmo há toda uma equipa de olhos bem abertos sempre atenta a todos os objectos potencialmente perigosos que se possam vir a atravessar no caminho da ISS. Nos casos mais extremos, a tripulação pode ter que se refugiar nas cápsulas de regresso por prevenção, podendo "fugir" imediatamente caso o impacto seja catastrófico. Felizmente, até à data tal nunca aconteceu (embora já tenham sido enviados para as cápsulas por três vezes.)
Igualmente curioso é que toda esta gestão de desvio dos objectos potencialmente perigoso é gerida completamente a partir das estações no solo. Na maioria dos casos a tripulação a bordo da ISS pode continuar a fazer as suas rotinas como se nada se passasse.
... A ideia de viver no espaço pode fazer-nos sonhar... mas a realidade mostra-nos que é bem mais complicada (e perigosa).
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