Temos visto muitas empresas e consórcios a tentarem resolver o problema da transmissão de electricidade sem fios, mas até ao momento, é coisa que continua a permanecer no reino da curiosidade que poucos utilizam (e o facto de existirem actualmente sistemas concorrentes não ajuda a que se tenha vontade de investir em qualquer um deles).
A maioria destes sistemas funciona à base de indução ou ressonância magnética, técnicas que obrigam a que o equipamento esteja bastante perto da base de carregamento - alguns poucos centímetros - o que não será propriamente aquilo que desejaríamos para uma vida de "electricidade sem fios", que nos desse maior liberdade sem termos que nos preocupar em pousar os equipamentos em locais pré-determinados.
A uBeam é uma pequena e jovem empresa que nos propõe um sistema bem diferente de transmissão de electricidade: usando ultra-sons.
Na prática, é um sistema que se assemelha ao do funcionamento de um microfone, e que aqui utiliza cristais piezoeléctricos (que transformam a vibração do ar em electricidade) - mas que recorre a frequências ultrasónicas inaudíveis para evitar que tal sistema fosse "insuportável" para os nossos ouvidos. (Podem ficar descansados, pois a frequência utilizada é igualmente inaudível para os nossos amigos caninos.) A inventora já tinha demonstrado este sistema em 2011, mas os investidores demoraram a aparecer, fazendo com que só agora o sistema esteja próximo de se tornar uma realidade comercializável.
[protótipo de um emissor uBeam com a sua inventora Meredith Perry]
Quando finalmente surgir no mercado, a ideia é ter uma base de transmissão colocada no tecto de uma divisão, e que transmitirá energia para todos os equipamentos receptores que estiverem por perto - e com um raio de acção bastante superior aos permitido pelos outros sistemas de electricidade wireless. Isto faria com que um tablet, smartphone, portátil, câmaras de vídeo, etc. deixados na sala ficariam automaticamente recarregados.
Na teoria parece-me muito bonito, mas até que isto prove a sua validade no mundo real continuo com sérias dúvidas sobre vários aspectos: em particular, qual a eficiência deste sistema? Se o objectivo é gerar ondas sonoras que inundam todo o volume de uma divisão, sendo que só uma ínfima parte chegará ao receptor, parece-me um sistema altamente ineficiente - e se tivermos que gastar continuamente 500 ou 1000W de potência, para que se tenha 5 ou 10W no receptor... penso que o sistema ficará morto logo à partida. Mas, espero bem que não seja o caso, e fico ansioso para ver o resultado.
http://www.ted.com/talks/eric_giler_demos_wireless_electricity.html
ResponderEliminarem 2009...