2014/02/28

Comissão Europeia quer que jogos gratuitos sejam mesmo gratuitos


A Comissão Europeia não está a achar piada à crescente vaga de jogos "gratuitos" que depois incentivam os utilizadores de todas as formas a que gastem dinheiro nas compras in-app. Se um jogo é descrito como gratuito, a CE quer que o jogo seja efectivamente e totalmente gratuito, para que não induza em erro os potenciais clientes - especialmente no caso das crianças - e que depois poderão inadvertidamente fazer compras indesejadas.

Num mundo ideal, penso que este seria o tipo de regulamentação que seria completamente despropositada e burocrática. Mas infelizmente não vivemos num mundo ideal, e existe um número crescente de pessoas e empresas cujo único propósito é arranjar as formas mais ardilosas de enganar os utilizadores e fazer com que eles caiam no erro de comprar coisas - nem que seja por engano. Veja-se por exemplo ao que se chegou no caso dos operadores de telecomunicações, que já nos tentam dizer que é perfeitamente natural usar-se o "ilimitado" para descrever pacotes que oferecem 2000 minutos ou mensagens, e 15GB de dados.

Desculpem lá se não concordo... 2000 minutos são 2000 minutos, 15GB são 15GB... não tem nada a ver com o suposto ilimitado que querem usar como sinónimo; nem tão pouco é legítimo que recorram a outras artimanhas como a redução de velocidade após os 15GB... sendo "ilimitado", mas a passo de caracol.

Novamente, parece-me que é simplesmente um caso de chamar as coisas pelos nomes. Se um jogo é gratuito, que seja gratuito. Nos casos em que se tratam de jogos pseudo-gratuitos que se tornam praticamente injogáveis caso não se opte por investir em compras extras, então que os recambiem para as secções de jogos pagos para que não induzam em erro quem procura um jogo verdadeiramente gratuito.

9 comentários:

  1. Tal como a treta do 4g em todo o lado, e depois só dá 3g a velocidade muito abaixo do mencionado. Lol

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  2. Num mundo ideal, as empresas, instituições, e até pessoas singulares simplesmente não utilizariam este tipo de artimanhas, infelizmente não é o que acontece, e o que vemos é que para a grande maioria vale tudo o que estiver ao alcance para atingir objectivos.

    Usando ainda a mesma expressão, num mundo ideal toda a gente viveria bem ou muito bem, infelizmente estamos muito longe de um mundo ideal, e não caminhámos nesse sentido.

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  3. Falando em operadores e o seu famoso ilimitado, aproveito para dar conhecimento de um caso, no qual lidei com ambos os operadores da MEO:
    - Tentativa de reportar avaria de baixa velocidade (contrato M4O com 24MB)
    Comercial: Não é com o dept. comercial, tem que ligar para as avarias (a pagar)
    Pseudo-técnico: A sua linha só permite 6MB e tem que estar a 4MB devido à estabilidade, tem que ligar para o dept. comercial.

    Agora digo eu (e disse-lho via telefone): Oh meus grandes anormais, então se sabem a limitação da linha para que vendem contratos de 24MB?
    Pseudo-Técnico: É normal, o contrato é ATÉ 24MB, não garantimos velocidades.
    Eu: Mas você confirmou que a linha só da 6MB, nunca terá em caso algum mais do que isso!
    Pseudo-técnico: Exacto.
    Eu: Então está a querer dizer que a área comercial pode vender o que bem entender, mesmo existindo limitações, até pode vender fibra ou uma ligação de ouro, mas se lá só existir cabo de cobre roído pelos ratos, paciência.

    Enfim, é esta a MER** de operadores que temos!
    E sobre isto, a CE não se prenuncia ?!?!?!?!?!??!?!?!?!?

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    1. Eu estou numa situação idêntica, temos 3play do meo, também 24 Mb, mas (para além de eu saber) fui avisado que os 24Mb eram o máximo permitido, e que depois dependeria da qualidade da linha e da distância da central, tenho 12Mb de velocidade, mas não deixo de estar a pagar 24.

      ps: Os 24Mb que você tem contratados, como deve saber são com o "B" minúsculo, o que faz muita diferença

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    2. Esse tal contrato de 24/M4O não é meu, credo, quero é distância desse engodo que é o pacote M4O, bem me tentam impingir por telefone, mas na realidade, acontece o inverso. Aos meus clientes aconselho a não colocar isso, e quando há problemas sérios (o acima descrito) encaminho para outra solução, 4G ou outro operador consoante o caso.

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    3. Também vou relatar o meu caso com pseudo técnicos da Sapo.
      Às vezes penso que as avarias acontecem de propósito.
      Fizeram actualização ao router e ele parou de aceitar senhas alfanuméricas (senhas para acesso ao Sapo Net. Pronto, fiquei sem internet. Gastei mais de 7 Euros com incompetentes que não conseguiram resolver nada.
      Depois no dia seguinte falei com uma rapariga que resolveu tudo em 30 segundos.
      Foi ela que me disse que minha senha não era mais aceita e fez um reset para apenas números.
      Já aconteceram outras vezes e eles me devolveram o dinheiro. Dessa vez não devolveram. Bando de aldrabões.

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  4. Nao acho que a tua comparacao entre a publicidade enganosa do ilimitado nos contratos dos operadores e os jogos gratuitos tenha alguma coisa a ver.
    Numa das situacoes, o abuso e claro e facil de determinar: se assinaste um contrato que diz que tens ilimitado e depois te taxam, o direito esta do teu lado. Embora, mesmo neste caso, embora possas dizer que ha ma fe do operador, os gajos podem sempre usar a desculpa de que o contrato que TU assinaste nao e o mesmo que a publicidade te ofereceu (e era tua responsabilidade leres o que estas a assinar antes do assinares).

    De qualquer forma, em relacao aos jogos, a questao pela qual me irrita falar-se, sequer, neste tipo de legislacao e porque as pessoas tem de ser responsaveis. Se o jogo "diz ser gratuito" (ou seja, aparece com custo "free" para o instalar) mas depois pede dinheiro para progredir nele, as pessoas so caem se querem.

    Tanto quanto sei, os jogos para criancas tem, geralmente, controlos builtin para garantir que e um adulto que esta a mexer neles (pelo menos, os que o meu filho usa sao assim) e, mesmo que sejas enganado a clickar nas coisas (porque nao tem 1 proteccao para adultos), a app store (no iOS) pede-te a password, pelo que tens de ser 1 idiota para nao saber o que estas a fazer.

    Para que raio precisamos de legislacao? Precisamos e de educar as pessoas (de forma LIVRE, nao por forca) que nao podem acreditar em tudo o que leem e devem duvidar sempre de tudo.

    Este e o meu comentario cinico :o).

    Abraco,
    Luis

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    1. Boas Luis,
      Pois não, foi mesmo um comentário offtopic, mas a ideia que queria deixar, é que nesta questão dos jogos, estou completamente de acordo contigo, se houver educação e as pessoas se derem ao trabalho de entender o jogo sem clicar em tudo que pisca, de facto não era necessária legislação nenhuma, já nas questões com operadores, volto a referir que o contrato não é meu mas sim de um cliente, e irrita-me ver os comerciais enganarem à descarada as pessoas, e depois nós, técnicos, temos que estar a explicar a um senhor de 50 ou 60 e tais anos, que a net é lenta porque foi enganado, que na casa dele o máximo que vai conseguir são 4MB e anda a pagar 24. Entendes?!
      No meu contrato não tenho queixas (à excepção das falhas do VoIP), pago 6 e tenho médias de 5.5 ou 5, o que acho perfeitamente normal.
      Voltando aos jogos, posso equiparar às SMS de valor acrescentado, as empresas usam métodos extremamente chamativos para as crianças, e os pais quando dão por ela já têm uma conta brutal.
      Nesse aspecto agradeço à minha mãe os conselhos:
      "Ninguém dá nada a ninguém"
      "Quando a esmola é muita, o pobre desconfia"
      Mas eram outros tempos, não que seja assim tão velho, mas noto muita diferença em relação aos pais de agora ;)
      Cumprimentos.

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  5. Anónimo1/3/14 14:57

    o Problema disto é que é que nao há (ou nao funcionam como é o caso, por exemplo, da ANACOM que trabalha para as empresas de telcom em vez dos interesses públicos) mecanismos reguladores ou uma "polícia". Há várias entidades que poderiam regular estes assuntos do acesso de internet com facilidade, mas óbvio que nao o fazem por razoes de ordem financeira, seja por uns presentes, seja por luvas directas em contas off-shore. Se fossem a investigar os meninos da ANACOM quantas coisas iriam descobrir. E num país em que o raciocinio funciona no sentido: O povo é inculto e otário > logo nao vao ler contratos (ou entende-los...) nem reclamar em quantidade suficiente > oferecem-se contratos surreais e caros, mas oferecendo servicos realmente baratos e que nao correspondem à verdade distorcendo com palavras "até" "podendo chegar" "caso" > mais dinheiro + impostos (governo) + luvas (ANACOM); ou seja naturalmente ganham todos os "inteligentes" e o "zé povinho" naturalmente nao se vai importar...

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