A Microsoft não desiste do seu caso contra o livre acesso pelas autoridades aos dados mantidos em servidores fora dos EUA, e enquanto se prepara para voltar aos tribunais (depois de ter perdido na primeira instância) vai ganhando aliados de peso, como a Cisco, Apple, Electronic Frontier Foundation, entre outros.
As revelações de Edward Snowden sobre a abrangência que a espionagem dos EUA tinha veio levantar fortes preocupações nas empresas e governos estrangeiros, que agora estão mais sensibilizados para o risco de usar empresas norte-americanas para todo o tipo de serviços que possam envolver informações consideradas "sensíveis". Enquanto esse efeito já se começa a fazer sentir, com várias entidades e empresas a porem de parte serviços dos EUA, a MS quer evitar que isso se alastre ainda mais, alegando que as leis norte-americanas não se deverão aplicar a servidores que são mantidos noutros países.
Ou seja, a MS quer poder garantir aos seus clientes internacionais que os seus dados permanecerão em segurança contra qualquer eventual pedido de informação vinda das autoridades dos EUA, e que apenas poderão ser acedidos segundo as leis dos seu próprio país.
A ideia é interessante, e faz algum sentido - e penso que será indispensável caso estas grandes empresas norte-americanas pretendam ter alguma esperança de poder continuar a cativar grandes clientes governamentais internacionais - mas por outro lado, isto em nada invalida a real questão: mesmo que legalmente esse acesso aos dados fique salvaguardado conforme as empresas pretendem; isso em nada invalidará todos os sistemas de acesso "secreto" que a NSA e outras agências de espionagem de outros países continuarão a deter e a interceptar todo o tipo de tráfego que passa na internet.
Daí que... mesmo que os Tribunais dêem a resposta que a MS e parceiros desta luta querem ouvir; será que isso será suficiente para fazer com que o resto do mundo passe a confiar neles?
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