O equilíbrio entre a disponibilização de dados e a protecção da privacidade dos seus intervenientes nem sempre é fácil de encontrar, e agora um investigador mostra-nos como dados "anonimizados" sobre os táxis de Nova Iorque são afinais bastante simples de decifrar.
Nos EUA qualquer cidadão pode recorrer ao "Freedom of Information Act" para obter acesso a dados do governo, e Chris Whong fez isso mesmo para obter um registo do histórico das viagens dos táxis em Nova Iorque. São mais de 20GB de dados contendo mais de 173 milhões de viagens realizadas ao longo dos anos, com a informação sobre o local e hora de partida e destino, assim como uma identificação anonimizada sobre o veículo e condutor.
Esta identificação do condutor e veículo é anonimizada para proteger a privacidade dos condutores, mas como Whong veio a descobrir, o processo pode ser facilmente "crackado", permitindo descobrir a identificação real dos condutores e veículos.
Mais um exemplo que nos relembra se haverá qualquer esperança de se poder querer manter um registo "anónimo" na sociedade actual - onde o nosso telemóvel diz continuamente aos operadores por onde andamos; os passes dos transportes revelam de onde e para onde vamos e a que horas; os portais nas estradas revelam por onde passam os nossos carros; e os cartões multibanco denunciam o que compramos e quanto gastamos ou levantamos.
E isto para não falar de sistemas como o que Chicago quer implementar, em que se colocarão autênticos "postos de escuta e vigilância" por toda a cidade, que por um lado permitirão analisar os padrões de movimentação das pessoas... mas por outro lado abrem as portas a ainda mais potenciais invasões de privacidade.
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