2015/05/04

Combate de Boxe faz "knockout" a quem tem ilusões de acabar com partilha de conteúdos


Há décadas que os produtores de conteúdos se têm centrado em combater a pirataria e partilha de conteúdos pelo lado errado, e com a evolução tecnológica, esse combate poderá agora ter sido perdido por knockout, como revelado pelo combate de boxe entre Mayweather e Pacquiao.

Este combate de boxe "pay per view" obrigava os espectadores a pagar $99 para o verem, e como seria de esperar, tornou-se num dos conteúdos com mais streams de vídeo a surgirem por todo o lado, permitindo que fosse visto sem se pagar um cêntimo. Na verdade, não é nada de novo... os fãs de futebol sabem que por cá não faltam streams idênticos para os jogos de futebol mais apetecíveis; sendo que a única diferença é que estes streams se vão tornando cada vez mais acessíveis até para quem não tenha conhecimentos técnicos... usando apps como o Periscope (do Twitter), qualquer pessoa pode apontar o seu smartphone ao televisor e fazer a emissão para milhares de pessoas.

Infelizmente, também este caso irá despoletar a resposta errada: é bem provável que os grupos anti-pirataria comecem a exigir aos serviços de live streaming que implementem sistemas de reconhecimento de conteúdos protegidos, para os bloquear - fazendo com que, qualquer dia, nem sequer se fossa fazer um live streaming de algo na rua, pois ao serem detectados cartazes ou logotipos de certas lojas/marcas, o mesmo seja automaticamente bloqueado.

Pena é que não percebam que será impossível pararem com estas transmissões, que cada vez mais se vão enquadrando na categoria de "partilha" (como de um amigo que convida outros para virem ver um jogo/filme a sua casa) e não de "pirataria" (de alguém que quer ganhar dinheiro à custa dos conteúdos dos outros). Aliás, torna-se caricato que muitos dos espectadores que pagaram para ver este combate de boxe não o conseguiram fazer devido a problemas técnicos.

Se calhar... talvez fosse melhor investirem os milhões que gastam a tentar combater as piratarias na melhoria do seu serviço, para que os clientes que pagam se sintam bem servidos de modo nem sequer considerarem a opção por um stream de baixa qualidade... que para além de ser de borla, funciona.

5 comentários:

  1. Mas a brincar a brincar vários sites têm deixado de ficar acessíveis nos últimos 2 meses. Já um gajo tem fazer gigajogas.

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  2. Cá pelo burgo a CMTV passou a perna à sporttv e transmitiu em directo de madrugada.
    De qualquer forma live streaming pirata ja é conhecido e bem antigo. É vulgar serem usados sites como o ustream para fazer broadcast de streams piratas da liga dos campeões.
    Em inglaterra, a UFC pressionou a policia inglesa para prender o sirpaul, que considerava ser um dos maiores piratas de streams de combate. Na semana seguinte, os torrents continuaram a aparecer nos sitios do costume.

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  3. Baixar o preço é a resposta. Se em vez de cobrarem $99 cobrassem 0,99$, em vez de terem 10000 piratas para cada pagante, teriam, admitamos, 10 piratas por pagante, porque 0,99$ é uma compra de impulso que não custa nada a dar. Ou seja, no primeiro caso ganharam $99 e tiveram 10001 pessoas a ver. No segundo caso, para as mesmas 10001 pessoas a ver teriam ganho $900. Simples.

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    1. Também concordo com esta abordagem.
      Muitas vezes, em vários jogos, preferia ter a possibilidade de pagar nem que fossem 1 ou 2€para ver o jogo a ter de subscrever um canal "premium" por 30 dias...

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    2. Exatamente... e essas transmissões deviam ser colocadas onde todos temos acesso, sem box e afins. No Youtube.

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