2015/08/05
Firefox em Linux permitia identificar utilizadores pelo nível de carga da bateria
As técnicas a que se recorrem para se conseguir identificar e fazer o tracking de utilizadores na internet não param de nos surpreender, e desta vez tínhamos uma que o fazia usando o nível da bateria.
Enquanto por um lado se vai promovendo uma maior privacidade ao se navegar na internet, por outro lado há uma forte aposta no sentido de se conseguir identificar e fazer o tracking de cada utilizador. É muito valioso para muitas empresas de publicidade (e lojas) saber se um visitante já andou a investigar sites da concorrência, ou se tem repetidamente visitado determinado site e a considerar fazer uma compra, etc.
A forma mais simples de fazer esse tracking é usando os cookies, mas muitas empresas não se ficam por aí, recorrendo a métodos mais criativos de fazer o tracking mesmo no caso de utilizadores que bloqueiem ou eliminem os cookies. Neste caso, o método de identificação era o nível da bateria dado pelos utilizadores de Firefox em Linux.
Este valor está disponível via HTML5, e não é considerado um elemento crítico, pelo que nem sequer pede permissão ao utilizador ao o alerta de que determinado site o está a utilizar. O problema é que no Firefox em Linux, o valor dado tinha uma precisão de 64 bits, permitindo obter um valor suficientemente distinto para servir de identificador mesmo no meio de "milhões" de outros utilizadores. Isto é, enquanto noutros utilizadores, o resultado do nível de carga poderia ser algo como 95.7%, no Firefox em Linux obter-se-ia algo como 0,957266388772638724 - sendo muito pouco provável que existissem utilizadores com um nível de carga exactamente igual, e assim permitindo a sua identificação (mesmo tendo em conta o ritmo normal de descarga ao visitar diversos sites, etc.).
Se usam Firefox em Linux não se precisam preocupar, pois isto já foi resolvido, devolvendo agora um número arredondado que não dá acesso à precisão total que permitia este método de identificação; mas... faz-nos pensar: que mais métodos irão inventar para identificar os utilizadores que preferiam não ser identificados?
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Mas eles teem de fazer dinheiro de alguma forma senão não conseguem oferecer-nos tudo de graça!
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