O DRM é uma das piores pragas da era digital, que se torna ainda pior por continuamente nos tentarem querer convencer que é algo feito para benefício dos utilizadores. Por isso, digam-me como se sentiriam se vos dissessem que não poderia aceder aos conteúdos que compraram durante 3 meses, como pode acontecer a quem comprou ebooks no iTunes.
A Apple permite a criação de contas familiares onde se partilham conteúdos, mas o processo é tudo menos simples, potenciando erros que facilmente resultam no surgimento de avisos como este, que informa que um iPhone já está associado a um Apple ID e que só pode fazer um download de conteúdos já comprados a cada 90 dias. A própria mensagem é obtusa e faz levantar mais dúvidas do que aquelas que clarifica, mas o que é certo é que temos uma situação em que alguém que comprou legalmente conteúdos (neste caso ebooks) fica sem acesso aos mesmos, durante um prazo de três meses!
Normalmente o DRM é algo com que muitos não se importam de conviver, até ao dia em que têm que lidar com problemas como este (e acreditem que é sempre uma questão de quando e não de se.) E a partir desse dia a posição quanto a conteúdos com DRM passa a ser encarada de forma completamente diferente - quer isso implique optar por conteúdos sem DRM (felizmente há lojas de ebooks que já usam isso como factor de diferenciação), que implique deixar de comprar. Afinal, é com a nossa carteira que melhor podemos demonstrar o nosso desagrado, não comprando conteúdos com DRM (e esperar que, demore o tempo que demorar, os editores, distribuidores e autores, lá compreendam que isso só os prejudica.)
Estas facilidades das plataformas na cloud e fechadas podem ter algumas vantagens, mas é preciso não esquecer também as grandes desvantagens que representam, especialmente em tudo o que diz respeito ao acesso aos conteúdos que lá compramos - mas que para todos os efeitos passam a ser equivalente ao mero direito de lhes aceder quando o serviço achar que o deve permitir.
Tendo adquirido o direito de usar o conteúdo (pois eles dizem que não adquirimos o livro e sim o direito de poder aceder ao mesmo) eu quebraria o DRM do livro com o Calibre e adicionaria alegremente. Já aconteceu-me uma situação inusitada com ebooks, não por causa de DRM e sim por localização geográfica. Quis comprar o livro em uma bookstore estrangeira, fiz o (longo) cadastro (com uma morada local fictícia), mas na hora de pagar não aceitou meu cartão MB Net, nem meu cartão real. Não tinha a opção PayPal. Tudo isso após 20 minutos de um processo lento e maçador. Desisti, fui a um site pirata e 5 segundos depois tinha o livro no tablet.
ResponderEliminarOs eBooks da Apple não têm DRM.
ResponderEliminarPor isso é que a store tem de adoptar essas medidas!