Reino Unido quer espiar internet por 1 ano - e os utilizadores é que vão pagar a conta

No Reino Unido, preparam-se novas leis "Big Brother" que permitem espiar tudo e todos com maior facilidade, incluindo aquilo que os cidadãos fazem na internet, e são eles próprios que terão que suportar os custos para armazenar tal quantidade de dados por um ano.

Vivemos tempos curiosos. Por um lado condenam-se países e serviços que espiam tudo o que é possível de espiar de dados que percorrem a internet; logo de seguida alguns dos países que isso criticavam apressam-se a aprovar leis para que possam fazer coisas idênticas. No Reino Unido os operadores passarão a ser obrigados a guardar um registo da actividade de todos os utilizadores durante um ano... só que estes já vão alertando para os custos de tal obrigação, dizendo que esse custo terá que ser transferido para os próprios utilizadores.

A eterna luta contra "os maus da fita" tudo justifica, incluindo manter um registo de toda a actividade que todo e qualquer cidadão fizer na internet durante os últimos 12 meses. Os operadores já vieram dizer que, ao contrário do que acontece com as chamadas, onde facilmente se pode guardar apenas os "metadados" referentes a cada chamada (data, número de destino, etc.) guardar a actividade na web é algo bem diferente, pois poderão estar a ser feitos centenas de pedidos por segundo, dependendo dos serviços, que terão que ficar registados. Serão terabytes e mais terabytes de dados que os operadores dizem representar muitos milhões extra em equipamento para os guardar (e bem que têm sorte de não ter que pagar taxa à SPA para que os artistas pudessem receber a sua comissão.)

Por um lado, é de agradecer estas medidas... é graças a elas que, tal como acontece com os bloqueios dos sites indesejados, se vão desenvolvendo e popularizando o uso de alternativas que permitem aos utilizadores continuarem a usar a internet como querem - neste caso, incentivando o uso de serviços tipo VPN, TOR, ou outros.