2023/03/19

Chatbot AI Replika remove conversas "adultas"

Nem sequer os/as assistentes virtuais AI estão livres de poderem desapontar os seus apaixonados.

No filme Her de 2013, acompanhamos a vida de uma pessoa que se tinha apaixonado por uma assistente AI. Uma década mais tarde, sistemas como o ChatGPT permitem que esse tipo de coisas se torne uma realidade - e de facto, já o são. O Replika é um serviço que faz precisamente isso, permitindo criar uma pessoa virtual AI ao gosto de cada utilizador. Mas, tal como no filme, também aqui as coisas podem terminar em desilusão.

Neste caso, a desilusão foi propositada, com a empresa a ter optado por proibir as interacções de cariz sexual. Uma medida que muitos pensam poder ser uma forma de evitar atenções indesejadas por parte de entidades reguladoras, mas que a empresa diz que é apenas para melhor se enquadrar no estilo que deseja manter para os seus assistentes AI. No entanto, isso de pouco serve para quem estava habituado a recorrer aos ditos personagens digitais como companhia, e que agora comparam o sucedido a uma lobotomia feita às "pessoas" com quem estavam habituadas a falar.

Seja como for, serve como alerta que demonstra que, pelo menos na actual fase destes sistemas AI que funcionam na cloud, todos ficam sujeitos à mudança das regras a qualquer momento. E, de certa forma, quando aplicado a personagens AI que foram individualizadas para cada pessoa, quase se pode considerar que isso permite que as empresas os tratem como reféns. Até que a tecnologia evolua ao ponto de permitir que estes assistentes virtuais possam viver de forma completamente offline e livre de serviços externos, arrisco-me a dizer que será algo que irá acontecer de forma cada vez mais frequente nos próximos anos.

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