Tarifa social de internet em Portugal pouco tem de "social"

A Associação D3 fez as contas, e demonstra como a Tarifa Social de Internet em Portugal está completamente desajustada da realidade, sendo mais cara e mais lenta do que as ofertas comerciais disponíveis.

A Tarifa Social de Internet (TSI) foi criada com o objectivo de promover a inclusão digital dos portugueses, facilitando uma forma economicamente acessível de terem internet nos seus smartphones. Passados três anos, o resultado dessa medida, que visava abranger 780 mil famílias, demonstra ter sido um falhanço completo, contando apenas com cerca de 500 utilizadores. E a explicação é fácil de encontrar, particularmente quando comparada com as ofertas da recém-chegada DIGI ao mercado nacional.

A ideia da TSI ser uma forma de acesso à internet económica transforma-se numa pura ilusão. A D3 revela que o acesso TSI é dez vezes mais cara e doze vezes mais lenta(!) do que aquilo que qualquer cidadão português pode encontrar actualmente no mercado.

A Tarifa Social oferece 15GB de dados por mês por €6,15, com velocidades limitadas a 12 Mbps / 2Mbps. O custo por gigabyte já era substancialmente superior ao que era possível ter nos operadores nacionais, que oferecem dados e velocidades muito superiores, mas isso torna-se ainda mais evidente quando comparado com as propostas da Digi, que também por €6 mensais dá 150 GB de dados acumuláveis, mais chamadas ilimitadas, e velocidades igualmente superiores.

Ou seja, com acessos "sociais" assim, mais vale pagar por um serviço comercial para se ficar melhor servido. Diz a Associação D3 que a "Tarifa Social da Internet será lembrada como um dos maiores fracassos de políticas sociais em Portugal", e que por outro lado também nos vem relembrar as vantagens que os portugueses tiveram com a entrada de um novo operador, verdadeiramente concorrencial, no sector das comunicações - que há muito se pedia, para nos ajudar a aproximar o custo das telecomunicações das de outros países europeus.