Uma colisão entre satélites foi evitada por muito pouco na semana passada, depois de um satélite chinês recém-lançado ter passado a poucas centenas de metros de um satélite Starlink. A SpaceX diz que a situação ocorreu porque o operador chinês não partilhou dados de localização, dificultando a coordenação entre satélites.
Segundo a equipa de engenharia da Starlink, nove satélites foram lançados a partir do centro espacial de Jiuquan, na China, sem coordenação aparente com os operadores já presentes em órbita. Um desses satélites acabou por aproximar-se perigosamente de um Starlink. Os satélites Starlink conseguem ajustar automaticamente a sua trajectória para evitar colisões, mas esse sistema depende de informação conhecida e partilhada. Só nos primeiros seis meses de 2025, os satélites da Starlink realizaram mais de 144 mil manobras deste tipo, um sinal claro do nível de congestionamento que se tem na órbita baixa terrestre.
When satellite operators do not share ephemeris for their satellites, dangerously close approaches can occur in space. A few days ago, 9 satellites were deployed from a launch from the Jiuquan Satellite Launch Center in Northwestern China. As far as we know, no coordination or…
— Michael Nicolls (@michaelnicollsx) December 13, 2025
O satélite em causa foi lançado pela CAS Space, que já veio responder publicamente dizendo que cumpre todos os procedimentos obrigatórios para evitar colisões com objectos conhecidos e sublinha que o incidente ocorreu quase 48 horas após a separação da carga útil.Our team is currently in contact for more details. All CAS Space launches select their launch windows using the ground-based space awareness system to avoid collisions with known satellites/debris. This is a mandatory procedure. We will work on identifying the exact details and… https://t.co/eNajj5cJxh
— CAS Space (@cas_space) December 13, 2025
O que é certo é que este episódio volta a aumentar as preocupações sobre um possível acontecimento "Kessler Syndrome", em que uma colisão entre satélites cria um nuvem de destroços que irá propagar-se em cadeia ao atingir outros satélites, criando uma nuvem de lixo espacial em torno do planeta que inviabiliza o uso dessas órbitas e complica seriamente todos os restantes lançamentos. A este ritmo de lançamentos de milhares de novos satélites por ano, parece ser cada vez mais uma questão de "quando" e não uma questão de "se".


















Sem comentários:
Enviar um comentário (problemas a comentar?)