2011/07/23

O que é o Firmware?


Depois de vos ter explicado como funciona um CPU, hoje venho abordar um assunto que é "simples" para quem sabe... mas que se torna algo misterioso para quem se inicia nestas andanças.
Aliás, relembro-me perfeitamente de eu próprio ficar baralhado com as explicações do que era este "firmware", e que era algo intermédio entre o "software" e o "hardware".

Se o software e o hardware são fáceis de entender... porque motivo então se torna tão complicado descrever o que é o firmware?


O que se passa é que o firmware é, para todos os efeitos, "software".

No entanto, quando um sistema electrónico com um CPU é ligado, este acorda tal e qual um bebé recém-nascido humano: sem grande consciência do que tem em seu redor. No caso de um computador, ele ainda está a "anos luz" de saber se tem uma placa gráfica disponível, ou sequer de saber o que é um disco rígido ou SSD.

A única coisa que o CPU sabe neste instante inicial é: onde ir buscar a sua primeira instrução.

E por norma, essa primeira instrução tem origem num chip que contém o programa inicial que lhe vai permitir realizar as restantes operações, como é o caso da BIOS nos PCs.

É a isso que se chama de firmware; mas que surge sob formas tão variadas e diversas quantas as quantidades infindáveis de equipamentos que existem - desde a electrónica numa máquina de lavar roupa aos sistemas de gestão do motor do vosso automóvel.

Noutros tempos, este firmware estaria gravado em ROMs ou PROMS, chips que apenas podiam ser gravados uma vez e... nada mais. Mas depois começaram a surgir EPROMs (chips com uma janelinha, que podiam ser apagados quando expostos a alguns minutos de luz ultravioleta), e EEPROMS - apagáveis electricamente (normalmente com voltagens mais elevadas) - e que foram as percursoras das actuais memórias FLASH que encontramos em todo o lado: dos cartões de memória aos SSDs.


Estas definições e explicações tornam-se ainda mais complexas no caso de equipamentos que, eles próprios, contêm diferentes módulos - e onde cada um deles poderá ter o seu próprio firmware.

Por exemplo, no caso de um moderno smartphone, onde habitualmente se usa a palavra firmware para descrever o sistema operativo nele instalado: existirão efectivamente vários firmwares. Desde o firmware dos chips responsáveis pelas comunicações, os do GPS, e vários outros - que em muitos casos até podem estar a ser carregados através do CPU principal (depois de este ter arrancado e estar "apto" a funcionar).


Mas, voltando a uma explicação mais simplista: o firmware refere-se ao conjunto de instruções responsáveis pelo funcionamento intrínseco do equipamento; e que lhe permite - no caso dos computadores - arrancar um sistema operativo instalado pelo utilizador, e/ou executar correr os diversos programas (software) que se desejar - algo que já vos expliquei em detalhe no artigo "como funciona um CPU".

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