Análise ao LG Prada 3.0

Para quem gostar de um smartphone como sendo algo mais que um simples equipamento utilitário, e que se torne também num acessório estilístico, tem no LG Prada 3.0 um candidato à altura.

Mas será que o seu funcionamento está à altura do seu design cuidado, e será capaz de convencer os clientes mais exigentes? É isso mesmo que vamos averiguar já de seguida:



O LG Prada 3.0

Para um equipamento que vem com um "3.0" será de esperar que qualquer falha que pudesse existir nos modelos anteriores esteja agora corrigida.

As primeiras impressões demonstram logo o "pedigree" deste equipamento, que vem confortavelmente acomodado numa luxuosa caixa ao melhor estilo Prada. Lá dentro, o smartphone repousa num manto de veludo - algo que fará relembrar uma caixa onde se guardam todo o tipo de peças preciosas... e que até dá pena ser algo que não se irá utilizar frequentemente.

Também a parte traseira deste LG apresenta uma tampa plástica texturada simulando o habitual couro Saffiano da Prada, à semelhança do que acontece com a caixa.


Mas afinal, o que esconde este Prada 3.0?

A nível de hardware, não irá impressionar quem procura o mais recente topo de gama. Estamos perante um smartphone Android (2.3) com um CPU dual-core a 1Ghz, 1Gb de Ram, 8Gb de Flash (mais slot microSD), câmara de 8MP (que grava FullHD 1080p) e frontal de 1.3MP, e um ecrã LCD de 4.3" NOVA com luminosidade de 800nits (mas que infelizmente se fica por uma resolução WVGA 800x480). Tudo isto num aparelho que tem apenas 8.5mm de espessura. Também tem NFC... o que será útil se conseguirem arranjar algo onde o utilizar.

A nível da qualidade de construção não há nada (de negativo) a apontar. Este Prada tem uma solidez a toda a prova que não inspira grandes cuidados, e com alguns pormenores bem conseguidos: como o botão de on/off que tem um ténue luz que se ilumina à sua volta; assim como um botão deslizante que esconde a porta microUSB sempre que não se necessite dela, evitando a acumulação de lixo - e que ao contrário do que acontece noutros equipamentos, aqui tem um funcionamento sólido que promete durar toda "uma vida"!

A ficha para os headphones surge no topo, e temos também direito a um botão dedicado para chamar a App da câmara e servir de botão de disparo de fotos; enquanto que na parte lateral temos direito a dois botões separados para o volume (e que na App da câmara servem também para controlar o zoom digital).

Quanto aos acessórios: encontramos o habitual mini carregador USB de tomada; e uns auriculares cheios de estilo - que podem impressionar pela sua qualidade visual, mas não impressionam certamente pela sua qualidade sonora. Os mais puristas continuarão a fazer melhor em optar por uns auriculares de qualidade ao seu gosto.


Em Funcionamento

Mas é tempo de deixarmos o aspecto e os acessórios; instalarmos a bateria... e pressionarmos o botão de power.

O design cuidado do exterior do Prada faz-se notar também no interface que nos é apresentado. Embora se trate de um Android cujo comportamente permanece maioritariamente inalterado, surge aqui com um tema predominantemente monocromático que lhe dá uma aparência diferente.

Pessoalmente, gostei bastante deste interface com icons estilizados e monocromáticos. Mas... uma coisa é experimentar algo durante alguns dias; outra coisa será utilizá-lo continuamente durante meses.

Há também uma questão que rapidamente se coloca - e que felizmente a LG não se esqueceu de considerar: um interface monocromático deste tipo pode ter bom aspecto... mas pode igualmente ser arruinada a partir do primeiro momento que coloquem um atalho para uma qualquer outra App no home screen. O resultado seria bastante "folclórico" e estragaria tudo... Mas não têm que se preocupar, pois podem facilmente alterar o icon dos atalhos, recorrendo a uma colecção de várias dezenas de icons monocromáticos pré-definidos criados pela LG. Assim, fica garantido que podem colocar as Apps que desejarem no homescreen, sem que estraguem o seu aspecto "icónico".

O ecrã LCD Nova permite que o LG Prada possa ser usado mesmo nos dias de Sol, mas infelizmente não poderá competir com os restantes Androids que actualmente oferecem resoluções HD. Os seus 800x480 estão já no limiar "mínimo" que se pode considerar aceitável... pelo que será necessário dar uso frequente ao "pinch to zoom" quando se navega na web.

O ideal mesmo seria que este LG pudesse ter o Chrome para Android... Mas estando isso limitado aos Android 4.0, temos que nos limitar ao browser de origem (ou recorrer a uma das alternativas existentes na App Store.)





Fotografia e Vídeo

Com a sua câmara principal de 8MP, o LG Prada 3.0 é capaz de tirar fotos razoáveis e gravar vídeo com qualidade até FullHD 1080p.

No entanto, a velha questão que se coloca é se realmente as fotos tiram partido de toda esta resolução. Em muitas casos, ao analisaramos as fotos mais de perto vemos que os detalhes se amontoam em blocos de pixeis esborratados... que na prática pouco diferentes serão de ter uma foto de 5MP redimensionada. (E também no vídeo se nota bastante esse efeito, com demasiada pixelização mesmo nos vídeos supostamente em "FullHD".) Será talvez culpa de uma compressão demasiado agressiva... Mas a verdade é que se parece tratar de ter "8MP" apenas só para se dizer que tem (um problema que não é exclusivo da LG nem deste equipamento, note-se!)

A existência de um botão de hardware dedicado à câmara é uma mais valia... mas que se pode revelar frustrante, já que abre a App da câmara... activando a câmara frontal em vez da câmara traseira, que se previa ser a opção mais lógica.

Outro detalhe estranho: a app da câmara reage fluidamente à transição entre o modo vertical e horizontal... mas apenas em dois sentidos. Se inverterem o smartphone ou o rodarem "no outro sentido", as coisas ficam de pernas para o ar... o que seria evitável.

Seja como for, não quer dizer que as fotos captadas com este Prada 3.0 sejam más:

Detalhe de uma foto em situações extremas - completa escuridão e recorrendo apenas ao flash:

Quanto ao vídeo:




Apreciação Final

O cliente alvo deste LG Prada 3.0 não será aquela pessoa que diariamente procura as últimas novidades e anseia pelo último equipamento "topo-de-gama" equipado com CPUs quad-core e ecrãs HD, e que faça das actualizações para Android a sua rotina semanal ou diária. Por isso mesmo, a questão do Android 2.3 e de um ecrã com resolução "limitada" tornam-se secundárias para quem apenas pretenda um smartphone capaz de aceder à net, servir de telemóvel, e que tenha um estilo único e inconfundível que o separe da restante imensidão de equipamentos no mercado.

Com isso em mente, este Prada 3.0 cumpre plenamente com o que se espera dele, tratando-se de um equipamento que não passará despercebido, mesmo se estiver rodeados de modelos como os Galaxy S ou iPhones da concorrência.

Claro que se fica com pena que a LG não lhe tenha colocado um ecrã HD, ou o tenha trazido para o mercado já com um Android 4.0 que o tornaria ainda mais atractivo. Mas novamente, considerando-se o público alvo a que se destina, isso serão factores que têm peso reduzido.

Por isso mesmo:

LG Prada 3.0

Quente

Prós

• Design e qualidade de construção
• Fluidez de funcionamento
• Tema "diferente" do Android

Contras

• Baixa resolução do ecrã
• Qualidade mediana das fotografias e vídeo

Em Portugal, o Prada 3.0 by LG é vendido em exclusivo pela TMN por 599.99€.

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