2012/11/03

Pesquisas por Medida

O que esperam encontrar quando pesquisam por um assunto num motor de busca na internet?

Na maior parte das vezes querem encontrar a resposta às vossas questões. E a verdade é que cada vez mais pessoas dependem - e confiam - nos resultados que lhes são apresentados pelos motores de busca.

Mas, o problema é que os resultados que actualmente nos são apresentados pelos principais motores de busca, como o Google, já não são tão isentos e independentes como se poderiam pensar. É que com toda a quantidade de informação que agora se pode compilar e analisar, sobre cada utilizador individual de forma independente, os motores de busca vão mais além... e apresentam-nos os resultados que consideram ser mais adequados para cada um de nós.

Isto é... o histórico dos nossos emails, os anúncios que clicamos, as notícias que lemos, os sites que mais visitamos, os likes que fazemos, os tweets que enviamos ou partilhamos... tudo pode ser usado para criar um perfil de "personalidade digital" que serve para manipular os resultados que nos são apresentados.

Se é verdade que até certo ponto isso pode ser vantajoso, ao nos fornecer resultados que vão mais de encontro ao que esperamos encontrar, por outro lado faz com que se possa correr o risco de se ficar fechado dentro de uma "bolha digital" que nos mostra um mundo à nossa imagem... que pode não corresponder exactamente à realidade "real".

Imagine-se um caso extremo, de um fã de um clube de futebol cujas pesquisas apenas retornem resultados em que o seu clube ganhou; desvalorizando todos os casos em que os resultados não foram os desejados?

É uma situação que não se imagina que possa vir a acontecer, mas que no entanto vai acontecendo diariamente (em níveis menos extremos) em cada pesquisa que fazem. E é devido a estes sistemas que, lá por verem um resultado no primeiro lugar de uma pesquisa no Google, não significa assim tanto... pois se for uma qualquer outra pessoa a fazer a mesma pesquisa... provavelmente irá ter outros resultados.

Há motores de busca que pretendem alertar para os riscos desta "bolha" de comodismo digital, e que fazem disso um dos seus elementos diferenciadores, como o Duck Duck Go, que refere especificamente este "Don't Bubble Us".

Numa altura em que é humanamente impossível digerir toda a quantidade de informação que é gerada a cada segundo, e onde dependemos cada vez mais das máquinas para nos apresentarem os resumos das coisas mais importantes, é uma situação para a qual todos devem estar sensibilizados... e devidamente informados.

1 comentário:

  1. Continua a ser possível fazer pesquisas sem log in para evitar essa bolha

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