Todos sabemos que os automóveis 100% eléctricos ainda estão longe de serem verdadeiras alternativas aos automóveis com motores a combustão, sofrendo com as limitações das baterias actualmente disponíveis (pesadas, sujeitas a tempos de carga demorados, com ciclos de recarga limitados, etc.) No entanto, há que começar por algum lado, e nalguns casos... já oferecem qualidades suficientes para que se tornem bem atractivos... como é o caso dos vários modelos da Tesla (isto para quem poder pagar o seu preço, claro).
Mas, como tem todas as novas tecnologias, e particularmente na indústria automóvel... há sempre apreciadores e detractores. E agora temos um caso que vai dar que falar, entre um relato publicado no NY Times sobre os automóveis eléctricos Tesla.
No caso deste jornalista do NY Times que foi dar uma voltinha com um Tesla Model S, a história que partilhou com os seus leitores foi a de um desastre completo. Queixou-se de que ficou parado na auto-estrada sem carga para chegar ao destino; que o indicador das milhas que podia percorrer não indicava valores reais; que a rede de carga rápida que permite recarregar o automóvel gratuitamente não tem estações a intervalos suficientes para ser útil; etc. etc.
Eu passei pela notícia antes de ter estourado a polémica... e confesso que achei estranho que ele tivesse tido tão má experiência... mas... há que acreditar, certo?
Aparentemente, nem por isso. A Tesla não ficou calada e recorreu à própria "arma do crime" (o automóvel que foi testado) para demonstrar que o artigo contém informações falsas e enganadoras, e que foi propositadamente manipulado.
Como provas apresenta os registos guardados pelo automóvel, que indicam que o automóvel nunca ficou "sem bateria" como foi relatado, que percorreu bastantes mais milhas do que as que indicava no seu mostrador; e coisas curiosas como o facto do tal jornalista ter parado o carregamento do automóvel quando este indicava uma autonomia inferior à distância que pretendia fazer, ter passado por dezenas de estações onde poderia ter recarregado o carro, ter ligado o aquecimento para gastar mais bateria e conduzido a velocidades mais elevadas (contrariamente aos relatos que fez de que teve que passar frio e conduzir a velocidades baixas para conseguir esticar a autonomia); e chegando ao ponto caricato dos registos mostrarem que até chegou a conduzir num parque de estacionamento por alguns minutos, para trás e para a frente, apenas com o intuito de gastar completamente a bateria (sem no entanto o ter conseguido fazer).
Dois relatos diferentes que certamente irão acender o debate entre os apoiantes dos automóveis eléctricos e os seus opositores. Neste caso, as provas apresentadas parecem dar razão à Tesla e mostrar que o relato "imparcial" que surgiu no NY Times não terá sido assim tão imparcial ou ocasional. (Curiosamente, já anteriormente a Tesla se queixou de um incidente idêntico, quando num episódio do Top Gear eles simularam uma avaria falsa apenas para "ter piada".)
Actualização: como se esperava, o assunto vai dar muito que falar; e também já teve direito a resposta por parte do jornalista visado.
O lobby dos combustíveis fósseis tem um poder imenso!
ResponderEliminarUi!
ResponderEliminarExistem mais actualizações a essa notícia. Isso não ficou por aí e nem vai ficar, julgo eu.
http://jalopnik.com/more-reading-on-the-telsa-vs-new-york-times-story-200600529
Se o carro fosse produzido na Europa, não haveria essa polémica toda. O lobby petrolífero na América tem muito peso.
ResponderEliminarNeste momento quero estar do lado da Tesla, para o jornalista ter se justificado melhor, só com um video a registar todo o percurso (acho estranho esse video não existir).
ResponderEliminarJornalista corrupto com o lobby do petróleo por trás, ou uma empresa sem escrúpulos a tentar salvar uma imagem lesada por este.
ResponderEliminarBom, ambos fazem sentido mas é próximo do impossível saber quem é que de facto fez a asneira da grossa.