Embora me pareça que serão necessários largos anos para que os ecrãs Ultra HD se tornem populares (quanto mais as emissões em formato 4K - coisa que podemos avaliar olhando para os nossos canais e ver quantos deles são em HD 16:9, mesmo após todos estes anos) é mais que certo que quem os comprar desde já irá querer tirar partido deles com conteúdos 4K.
A Sony tem um leitor 4K que acede directamente à sua loja digital e onde podemos encontrar mais de 70 filmes e séries em resolução Ultra HD. Claro que todos esses pixeis extra se pagam caros, e para verem um episódio de uma série de televisão com esta qualidade terão que pagar $3.99. No caso dos filmes, os preços são de $7.99 por um aluguer de 24h, ou $29.99 para o compararem - ficando gravados no disco de 2TB do leitor (esperemos que esteja planeado o re-download dos conteúdos em caso de avaria).
No entanto tudo isto leva-me a antecipar um cenário assustador para o futuro... É que se até agora comprávamos filmes na loja que podíamos ver em qualquer leitor ou televisor, ou até levar para casa dos nossos amigos; com este sistema que agora se tenta implantar... passaremos a ficar presos a uma determinada plataforma - um pouco como o que sucede com as apps.
Se acham que estou a ser paranóico, que tal se vos disser que este leitor Sony 4K e serviço apenas funciona se tiverem um ecrã Sony Ultra HD?
Ah pois... se por acaso no futuro trocarem de televisor para outra marca, digam adeus a todos os vossos conteúdos...
Estaremos a seguir em direcção a um futuro onde se tornará normal ver filmes dos estúdios Sony apenas em televisores Sony? Não quero acreditar que assim seja, e espero sinceramente que os consumidores votem com as suas carteiras (o que neste momento não será difícil considerando os custos exorbitantes associados). Bem sei que haverá sempre as formas "alternativas" de aceder aos conteúdos - nos sites piratas temos já acesso filmes nessas resoluções, mesmo antes de terem existido alternativas legais. Mas fico com pena de ver os responsáveis perderem uma excelente oportunidade de mostrar que é possível evitar a pirataria oferecendo um serviço que vá de encontro às necessidades dos consumidores.
Mas a ver por estas intenções, parece-me que o que vão conseguir é precisamente o oposto, e incentivar cada vez mais a que os clientes recorram "ao que tiver que ser" para poderem usufruir daquilo pelo qual estariam dispostos a pagar.
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