2013/12/22

O "Reboot" do Android forçado pelo iPhone


Muitas vezes é fácil esquecermos de como as coisas eram antes de uma "revolução". Hoje em dia todos tomam por garantido haver smartphones e tablets em que simplesmente se pode tocar e deslizar com os dedos para fazer todo o tipo de operações; e onde Androids e iPhones são produtos que se podem encontrar nas mãos de muitas pessoas que andam pelas ruas... Mas a verdade é que nem sempre assim foi, e independentemente da forma como encaram a rivalidade Android vs iOS... não há dúvida nenhuma que o Android só é o que é hoje... devido ao iPhone.



Ignoremos por momentos as velhas questões de quem copiou o quê, quem inventou primeiro isto ou aquilo, ou que deverá ter maior moralidade para se queixar ou processar. Tudo isso poderá ser discutido, e atrevo-me a dizer que nestas questões raramente a "verdade" é a preto e branco, pois todos olham pelos seus próprios interesses e normalmente estão dispostos a dobrar ligeiramente as regras para atingir os seus fins.

O que não será alvo de discussão é que o panorama pré-iPhone era um verdadeiro faroeste digital: a Nokia dominava com os seus Symbian, os Windows Phones iam timidamente ganhando popularidade (mesmo que a MS parecesse fazer todos os possíveis por impedir que isso acontecesse, com anos e anos onde nada foi feito para melhorar o interface, que parecia querer transpor o mundo do Windows 98 para um ecrã de telemóvel - embora também houvesse bons exemplos, de apps que nos mostravam que a coisa poderia ser bem diferente). Aliás... o próprio acto de descobrir e instalar uma app era por vezes uma aventura; e mesmo no Symbian, estavam sujeitos a ter que tirar um curso intensivo só para conseguirem identificar a app que fosse adequado à versão e modelo correcto do vosso smartphone.

Mas havia também outro grande entrave a grandes revoluções: os operadores dominavam os mercados, e tudo o que as grandes marcas queriam fazer tinha que passar pela sua aprovação - já na altura o Google estava empenhado em levar o seu motor de busca para os smartphones, e a resposta era sempre algo do género: "muito bem, mas os vossos resultados vão aparecer no fim da lista, depois dos conteúdos que tivermos para sugerir" (e isto quase sempre significava primeiro aparecerem "ringtones" para os clientes comprarem.



E depois num famoso dia de 2007, Steve Jobs revelou o iPhone... e tudo mudou. E mudou ao ponto de Andy Rubin, responsável pelo Android, pedir para o seu motorista encostar na berma para poder assistir à apresentação e dizer para os seus colegas, algo do género: "Vamos ter que refazer tudo de novo".

Numa questão de semanas, a equipa do Android definiu novos objectivos e novas metas. O protótipo em que estavam a trabalhar (e que mais se assemelhava a um BlackBerry com mini-teclado qwerty) deu lugar ao projecto Dream, onde também um touchscreen de grandes dimensões dominava o equipamento.

Mesmo com todas as (muitas) limitações que o iPhone original tinha (inicialmente nem sequer permitia correr apps de terceiros, nem havia app store - para não falar da obrigatoriedade do iTunes, que demorou anos a desaparecer), não admira porque motivo Steve Jobs ficou com um ódio de morte ao sistema, ainda mais quando Eric Schmidt também estava na Apple - a par de também trabalhar para o Google.

Ódios e possíveis culpas à parte, todos os fãs do Android acabam por ter que agradecer a Steve Jobs e ao iPhone por actualmente termos o sistema Android que temos. Se não fosse este tal de iPhone apresentado em 2007, se calhar estaríamos a teclar em mini-teclados qwerty, com um thumbstick ou trackball para navegar entre as opções no ecrã. :)

23 comentários:

  1. Viva

    O que vale é que escolheste esta quadra festiva..., lol..., pode ser que escapes...

    Bom Natal a todos, em especial ao Boss cá do sítio.

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    1. Não sei se escapa.. mesmo com espírito natalício.. vou pensar..

      nos entretantos, Bom Natal a todos

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  2. symbian e windows phone?
    corrige isso, é windows mobile****

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  3. "não admira porque motivo Steve Jobs ficou com um ódio de morte ao sistema" loool

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  4. Depois de escreveres essa fábula de Natal aqui no blogue pode ser que queiras escrever sobre como a história realmente se passou.

    http://www.phonearena.com/news/Google-didnt-have-to-start-over-with-Android-because-of-the-iPhone_id50585

    http://bgr.com/2013/12/20/iphone-sooner-dream-story/

    Haviam dois protótipos Android. O Sooner e o Dream. O Sooner era baseado em hardware já existente no mercado na altura (os smartphones pré-iPhone) e como tal o software era adaptado a esse hardware. E o Dream, que era o Android e os smartphones como nós os conhecemos (digamos o HTC G1) e para onde a Google ia com o Android a médio prazo. Isto já antes do lançamento do iPhone.

    Como o HTC G1 era um tipo de hardware totalmente diferente do existente na altura levava mais tempo até ter hardware e software que correspondesse ás expectativas. O Sooner já tinha sido descartado antes do lançamento do iPhone.

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  5. É inútil remar contra a maré mas, para o caso de este artigo servir de referência a alguém no futuro, convém abrir-lhe os olhos para este telemóvel de 2003 sem teclas: http://reviews.cnet.com/smartphones/sony-ericsson-p800/4505-6452_7-30097559.html (e não é vaporware, um vizinho meu tinha um, e mais tarde até eu tive um p990). Naturalmente que, com a tecnologia da época, o ecrã era pequeno e era necessário stylus para reconhecer os toques (até vinham com um pseudo-teclado clamshell que se limitava a fazer os toques no ecrã no sítio certo, mas era amovível)

    Portanto, não, não é preciso agradecer ao messias para ter telemóveis sem qwerty e trackball (que ainda são úteis dependendo do contexto -- pessoalmente gosto de qwerty), simplesmente era preciso um touchscreen grande e que não necessitasse de stylus. Essa tecnologia chegou em 2006 no LG Prada (http://reviews.cnet.com/cell-phones/lg-ke850-prada-unlocked/4505-6454_7-32316442.html -- look mom, touch interface -- vejam o video). Pouco depois saiu o iphone e o resto é história. Mas já se sabe que a história é escrita pelos vencedores. O que é menos aceitável é um blog tecnológico de referência a papaguear a propaganda do costume.

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    1. Sinceramente, não percebo porque motivo tantas pessoas se sentem tão ofendidas quando se lhes relembram as verdades. Os touchscreens "grandes" não nasceram com o iPhone - já muitos anos antes eu anda com pocket PCs no bolso, e com câmara digital, e módulo GPS bluetooth externo. Havia já telemóveis com gestos de unlock e tudo. Isso são factos indiscutíveis.

      O que é igualmente indiscutível - por muito que alguns se tentem esquecer ou ignorar - é que basta olhar para o panorama pré-iPhone e pós-iPhone para ver como as coisas mudaram.

      Se não querem reconhecer a influência que o iPhone teve, muito bem estão no seu direito... Não percebo é porque ficam tão afectados ao ponto de extremar opiniões e/ou lançarem vãs acusações a um blog que não tem que provar a sua independência e imparcialidade a ninguém (e cujo fundador - eu - até anda com um iPhone e um Android no bolso há anos, e se sente perfeitamente descansado para criticar o que tiver que criticar em ambos.)

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    2. Vãs acusações?
      Pela sua lógica se não fosse o iPhone ainda viveríamos na Idade da Pedra, como se as outras plataformas não fossem evoluir com o tempo.

      E desculpe-me se volto a insistir no assunto, mas em plena época natalícia o senhor escreve dois artigos a glorificar os produtos da Apple, este e o do Mac Pro, se isto não é publicidade gratuita, não sei o que é.

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    3. @Carlos
      "Os touchscreens "grandes" não nasceram com o iPhone"

      Sim, mas repara que na minha frase eu disse touchscreens grandes **e** sem stylus. É um daqueles "e" boleanos em que uma coisa não funciona sem a outra. O que nos leva a...

      "basta olhar para o panorama pré-iPhone e pós-iPhone para ver como as coisas mudaram"

      Eu diria que basta olhar para o panorama de touchscreen pré-capacitivo e pós-capacitivo. Como provei acima com o LG Prada, e que tu certamente já conhecias mas escolhes não dar o valor devido, não era preciso o iphone para nada. Depois de a tecnologia chegar, a revolução era inevitável. Portanto a frase com que terminas o artigo é um flamebait. Não te armes agora em virgem ofendida com 10 telemóveis em cada bolso, porque a rectificação às "verdades" era bem necessária. Agora sim, que temos duas perspectivas por escrito, cada leitor pode tirar as suas conclusões.

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    4. Caro @Manuel, lamento que a sua visão selectiva opte por ignorar tudo o que nesta quadra natalícia também se disse pelo Android, como por exemplo o "escaldante" atribuído ao Moto G.

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    5. @Tiago
      A principal mudança não foi a nível da tecnologia dos touchscreen (que foi importante, sem dúvida), mas sim a nível do conceito de interface criado para ser usado com os dedos. Já no meu velhinho pocket PC eu usava programas e interfaces modificados, que usava sem problemas com os dedos (ou também se esquecem que inúmeros modelos Android foram lançados com touchscreens resistivos - obrigavam a "carregar mais", mas funcionavam).

      Se tão informado estás sobre esse Prada, então estarás também consciente que em nada tinha a ver com um iPhone - mais parecendo mais uma skin sobre um Symbian/Windows Mobile. (Ou será que só contam os artigos que achas por bem referir, ignorando os outros que não partilham da tua opinião?)

      Sim, a evolução é inevitável, e se não fosse uma coisa poderia ser outra, e poderíamos estar a debater se a raça humana cá estaria se não tivesse caído um certo asteróide há milhões de anos, e/ou como o Android estaria a combater o Symbian, ou vice-versa, ou qualquer outro novo player tivesse surgido desde então. Mas voltando à realidade, se achas sinceramente que o iPhone não teve qualquer impacto na forma como as coisas evoluiram... estás no teu direito. Peço apenas que faças o mesmo por mim, pode ser?

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    6. @Carlos
      Terminando por aqui, porque pior cego é aquele que não quer ver os links que lhe colam, o interface touch do prada foi feito para usar com dedos, deitando por terra o teu primeiro parágrafo -- outra vez.

      Se é um addon ou um OS é irrelevante para o caso, porque para os utilizadores o que interessa é ser um telemóvel que se usa sem teclas nem stylus em 2006, o que ajuda a rebater o último parágrafo da tua fábula de natal, como lhe chamaram acima.

      Idem para o capacitivo vs resistivo, o que é certo é que tanto o iphone como o prada estrearam comercialmente os interfaces orientados a touch em telemóveis (o que não quer dizer que os tivessem inventado, btw) e usavam touchscreens capacitivos, mas obviamente que os resistivos continuaram a melhorar, e tornaram-se usáveis nesse contexto.

      Já agora, eu também nunca disse que o iphone nunca teve qualquer impacto (e diga-se de passagem que já perdi a conta ao nº de falácias). Aquilo que recuso é que o android ou outro OS qualquer não viessem ser "como o conhecemos", com a implicação de que estaríamos na idade da pedra como alguém disse antes, se não fosse o iPhone, o Steve Jobs e o Espírito Santo. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra...

      Vá, bom natal para todos e muitos gadgets no sapatinho.

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    7. Carlos, então faz o favor de ver os links que eu coloquei a explicar a génese do Android. Estava a caminhar para uma interface touch quer o iPhone surgisse ou não.
      A revolução foi mesmo causada pelos ecrãs capacitivos e não pelo iPhone.

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    8. Rosmano, ele nem lê com atenção os próprios links que ele cola (e já noutra discussão que tive com ele aconteceu o mesmo). Basta ver os últimos 2 parágrafos da (única) referência que ele usou na fábula. As frases relevantes, para mim, são:

      "Within weeks the Android team had completely reconfigured its objectives. A phone with a touchscreen, code-named Dream, *that had been in the early stages of development*, became the focus. "

      "a bar had been set, and whatever we decided to launch, we wanted to make sure that it cleared the bar"

      Resumindo esses 2 parágrafos, O que o iphone fez foi acelerar a indústria na direcção do touch, com um dispositivo de grande qualidade ao melhor estilo apple e que veio a conquistar o mercado. Isso "apenas" (não tiro o crédito onde ele existe) forçou o android (e outros) a acelerar os *planos existentes* e a adaptar-se às expectativas criadas, *ultrapassando-as*, para se distinguirem no mercado.

      Que tenham existido meros copycats, é normal, acontece em todas as indústrias. Insinuar que se calhar estaríamos todos com qwertys é um bocadinho demais. O sonho do touch é demasiado antigo para se dizer isso, e é ignorar os esforços dos antecessores do iphone, não só o p800 que citei, como os nokia 800 e afins que só lhes faltava espetar o módulo gsm (que pena a nokia ter sido destruída por dentro, quando tinha tudo para prosperar! -- uma história que ainda não foi bem explicada...)

      Termino com uma reescrita das passagens que me fizeram "saltar a tampa", para exemplicar que para se ser isento não basta ter artigos de todas as marcas, mas sim efectivamente respeitá-las. No primeiro parágrafo:

      «[...] Mas a verdade é que nem sempre assim foi, e independentemente da forma como encaram a rivalidade Android vs iOS... não há dúvida nenhuma que o iPhone causou um grande impacto no desenvolvimento do Android.»

      E no último parágrafo:

      «Ódios e possíveis culpas à parte, o Android e outros viram-se forçados a arregaçar as mangas e acelerar o passo rumo ao futuro que o iPhone inesperadamente liderou. Se não fosse esse tal de iPhone apresentado em 2007, a revolução do touch poderia ter-se atrasado alguns anos. :)»

      Pronto. O mesmo artigo, com o flamebait neutralizado. É a minha prendinha de natal. Se pudesse até editava o artigo, mas isso só o verdadeiro Pai Natal consegue fazer. Ho, Ho, Ho! :D

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  6. like ao comentário tiago sousa

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  7. A inveja é uma coisa tão feia.
    Enterrem a cabeça na areia e vão ver onde vão parar com essas atitudes.

    Quer queiram quer não o iPhone (e já agora o iPad) foram gadgets que revolucionaram. Existe o antes e o depois. São um marco indelével na tecnologia.

    http://todayilearned.co.uk/wp-content/uploads/2012/07/samsung-phones-before-and-after-iphones.jpeg

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  8. Tanto fanatismo nestes comentários...
    Acho que há uma coisa que pelos vistos ainda custa a distinguir: o "inventar" algo e o "massificar" ou "popularizar".
    Neste caso, pode nem ter sido a Apple a criar o touchscreen capacitivo, pode nem ter sido a Apple a criar uma interface adaptada a isso ( quero com isto dizer, sem uso de stylus ), pode nem ter sido a Apple a primeira a proporcionar uma boa experiência de utilização com esta combinação de hardware... Mas foi a Apple que massificou esse conceito em todo o mundo. Poderia ter sido outra empresa que já tivesse criado algo semelhante? Sim, claro, mas foi a Apple que se adiantou e teve esse mérito, e isso ninguém pode negar.

    Tenho neste momento um iphone 5 e a fluidez com que o sistema reage ao toque é impressionante, assim como no windows phone. Já sobre o android nao posso dizer o mesmo, incluindo os galaxy de topo. Eu optei pelo iphone porque dou valor a esta rapidez, no entanto se quisesse personalização iria para o android sem dúvida.. Cada SO tem os seus pontos fortes e fracos e tudo depende do que cada um quer fazer com o telemóvel. Agora nao venham dizer que a Apple nao alterou o mercado dos então chamados "telemóveis"..
    E pensem apenas numa coisa: a concorrência é algo muito bom para ambos os lados! :)

    Bom resto de natal e um bom ano novo!

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    1. @Rui, falando por mim, se te deres ao trabalho de ler com atenção os comentários anteriores, poderás descobrir que o que está em causa não é quem "inventou", nem sequer quem "massificou" ou "popularizou", mas sim como seria o android (eu abrangeria o resto dos fabricantes) sem o iphone. O artigo (ou fábula) do Carlos apontou num sentido; eu e outros comentadores mostramos outras hipóteses. É só isso. Fanatismos não é o meu departamento... Excepto fanatismo por factos e argumentos lógicos construídos com eles.

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    2. @Tiago, eu só acho piada que tu consideres a minha opinião, baseada nos factos que são apresentados, como sendo uma "fábula" - ao mesmo tempo que consideras a tua opinião como não o sendo.
      Tu estás convicto que o Android iria evoluir da mesma forma se não houvesse iPhone - eu estou convicto que o panorama seria bem diferente caso este não tivesse sido lançado. (E penso algo que bem o demonstra era a aposta que o Android continuava a fazer até então no projecto que cancelou como resposta directa à saída do iPhone. Mas cada um interpretará isso como bem quiser - e estará no seu direito disso. O que acho curioso é que te custe tanto respeitar quem tem uma visão diferente da tua.)

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    3. @Carlos, pela santíssima $DEITY, e apesar de ter dito antes que não iria responder-te, não resisto continuar: Lê com atenção esta frase DO TEU PRÓPRIO LINK:

      "A phone with a touchscreen, code-named Dream, that had been in the early stages of development, became the focus."

      Já tinha chamado a atenção para isto acima. É óbvio que com ou sem iphone iriam (continuar a) sair telemóveis com interface touch. Basicamente estás a fazer passar a tua opinião com base num artigo que nem sequer suporta o teu argumento (fora o resto que já foi dito anteriormente). E isto faz de ti biased -- não respeitar todos os factos. Pegaste no que te interessava do teu link e siga. Para ouvir "opiniões" vou ao cultofmac ou ao androidpolice. Aqui espero imparcialidade, o que, num mundo em tons de cinzento, significa que a realidade nunca é tão clara como a fazes passar neste artigo/fábula. E não, imparcialidade não é o mesmo que ter igual nº de artigos de cada marca. Se calhar nem a minha opinião nem a tua estão certas a 100% -- e no mínimo é isto que o artigo deveria reflectir. Como está agora, parece que estou a ler o novo capítulo da bíblia, o livro de jobs. (btw sugeri uma reescrita das passagens problemáticas ali acima, caso não tenhas visto)

      Desculpa se exijo demais de ti mas o facto de não dares o braço a torcer perante as evidências tira-me do sério, sinceramente. São poucos os exemplos de publicações com o mais alto nível de rigor mas pensa em Ars Technica ou Anandtech (certamente que ainda te lembras do "drama" do A7 64bits e do esforço onde o Anandtech foi para mostrar o seu real valor, isto sem eles denegrirem nada, apenas para serem objectivos).

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    4. @Tiago
      Peço-te eu que leias a frase que tu próprio seleccionaste: particularmente a parte "became the focus", o que penso não deixar margem para dúvidas que até ao momento *não* o era.

      Portanto, peço-te apenas que reconsideres se não será a tua visão parcial (ou talvez com alguns preconceitos anti-Apple/iPhone ou que quer que seja) que esteja a fazer-te ler coisas que na realidade não fiz tentar passar. E quando já começas a ter que recorrer à religião... penso que é sinal mais que evidente que se deva ficar por aqui.

      Tal como me sinto no direito de poder não receber quem me vem tocar à porta a tentar impingir as "suas verdades"; facilmente perceberás que, por muito que aceite e goste de discutir todos os assuntos aqui no AadM; há alturas em que terás que aceitar que nem todos somos obrigados a pensar da mesma forma.

      E tal como eu não vou reclamar dos artigos pró-Apple do Grubber, ou pró-Android do Armando Ferreira (daqueles que, usando a tua expressão, também me fazem "saltar a tampa"), por respeito à sua opinião mesmo não a partilhando (e neste caso, sendo pessoas que ao contrário de mim, nem sequer se dignam a aceitar outras perspectivas) - neste caso aconselhava-te a fazer o mesmo.

      Aliás, certamente encontrarás muitos mais sítios que te façam saltar a tampa e onde te possas entreter a elucidar essas pessoas... do que por aqui.

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    5. @Carlos, exacto, became the focus duma coisa que *já estava nos planos* (early stages of development). O iphone veio *acelerar* a adopção de interfaces touch. Mas sem o iphone, *eles chegariam na mesma*, embora mais tarde. É esta a questão central que estou farto de repetir. Peço desculpa se isto não tinha sido óbvio mas acho que eu e outros temos estado a bater nesta tecla com toda a clareza.

      Faço um paralelo com os 64bits: tanto quando a AMD os integrou em x86, como quando a Apple implementou ARMv8 no A7, ambos adiantaram-se ao roadmap da concorrência, o que obrigou a mudanças de planos, mas não significa que a concorrência não chegasse lá a seu tempo, de qualquer das formas.

      Apesar de não dares o braço a torcer, agradeço-te por manteres os comentários, para que os visitantes futuros (imagina estudantes a fazer um trabalho sobre a história do iphone daqui a 5 ou 10 anos...) poderem tirar as suas conclusões sobre a interpretação do artigo original. Mantenho firmemente que não estás a conciliar bem o que escreveste no artigo com a fonte que usas (nem com outras).

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    6. E acabam por ser discussões inconsequentes: as coisas são como o que são actualmente e é impossível prever como seriam de outra forma.
      O Android poderia ter-se tornado naquilo que é hoje, ou poderia ter sido algo ao estilo daquele primeiro Prada, ou ainda algo que apenas tomasse por base as referências da época (Symbian, Blackberry, etc.) Só Andy Rubin nos poderia responder ao que pretendia fazer do Android (que afinal... inicialmente tinha sido imaginado para ser aplicado em câmaras digitais.)

      É inevitavel em qualquer indústria que os sucessos de uns influenciem o desenvolvimento dos outros - a Nokia dissecou os iPhones assim que sairam, tal como qualquer marca automóvel se apressa a comprar e "esmiuçar" um novo modelo da concorrência para descobrir todos os detalhes que possa também aproveitar para melhorar os seus próprios modelos. E é assim que tem que ser.

      Pena é que em muitos casos as questões das patentes o impeçam... Quantas coisas não seriam boas de aproveitar de uns e outros, para se criar o melhor sistema (de hoje - que nunca se sabe quando surgirá outro novo sistema, que seja ridicularizado de início, mas que num par de ano faça dos actuais aquilo que iOS e Android fizeram à Nokia... :)

      Venham de lá sempre mais e melhores, que é isso que nos interessa a todos.

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