2014/03/18

Facebook cria sistema de reconhecimento facial tão eficiente como uma pessoa


A tecnologia e a privacidade nem sempre estão de acordo, e isso faz com que algumas empresas hesitem e adiem alguns sistemas que - previsivelmente - irão causar alguma polémica. O reconhecimento facial é uma dessas tecnologias, e agora o Facebook revela ter um sistema que é tão eficiente a reconhecer rostos como qualquer pessoa.



O Facebook já teve um sistema de reconhecimento facial em funcionamento, mas que rapidamente retirou para não causar o habitual alvoroço em torno das questões da privacidade. Sabendo-se que conta com centenas de milhões de fotos associadas a utilizadores, o FB tem uma base de dados invejável que permitiria fazer o reconhecimento de qualquer pessoa bastando para isso mostrar-lhes uma foto - ao estilo do que vemos nos filmes.

Isso poderá não estar disponível para o público, mas que não haja ilusões de que é algo que poderá ser feito internamente (ou eventualmente pelas autoridades), como agora fica demonstrado por este sistema de reconhecimento de rostos por eles desenvolvido chamado DeepFace e que obtêm resultados próximos do que serão conseguidos por um utilizador humano.


Este algoritmo não está directamente associado à identificação de pessoas "individualmente", mas sim à detecção do mesmo rosto em diferentes fotografias - à semelhança do que se teria se se pedisse a alguém para olhar para um rosto numa foto e o identificar noutras fotos (sem ter qualquer conhecimento sobre quem seria). Mas claro que bastará apresentar uma foto de referência de uma pessoa conhecida, para que rapidamente o sistema passe a saber identificar essa pessoa.

Este sistema DeepFace consegue identificar os rostos correctos 97.25% das vezes, praticamente ao mesmo nível do que é conseguido por um operador humano (97.53%). Parte do seu segredo está no processo que detecta a posição do rosto na foto e o consegue recriar em 3D, de modo a conseguir colocá-lo sempre de "frente" para a câmara para efeitos da comparação (e usando também os pontos de referência).

Já na altura o tinha dito e volto a repeti-lo: de pouco adianta às pessoas "reclamarem" destes sistemas que potencialmente poderão acabar com a sua privacidade. É que, quando muito, viverão na ilusão de que essa privacidade continua a existir... quando na realidade sistemas como estes (e outros) estarão activos... mas longe do olhar do público. Para isso, mais vale que estejam activos publicamente e abertamente, de forma a que todos tenham acesso às mesmas ferramentas.

E sim, isso implicará que num futuro (talvez) não muito distante, ao passearmos com os nossos óculos digitais com câmaras, se possa olhar para alguém e de forma quase instantânea saber quem é essa pessoa, o que faz, e toda a demais informação que ela tiver publicamente na internet.

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