Temos mais um caso que vai dividir opiniões, nesta época em que o direito à privacidade tanto tem sido debatido... mas onde será necessário decidir até que ponto se deverá ir nessa protecção, e quando é que será legítimo infringir esse direito. Segundo relato da polícia, o Google terá denunciado um utilizador que guardava fotos de pornografia infantil no seu computador.
Se há crime que toda a gente não se importará de perseguir e condenar é a pedofilia, e neste caso não parecem haver margens para dúvidas: o indivíduo em questão já estava registado como sendo um "sex offender", e mantinha as imagens no Gmail, que foram confirmadas pela descoberta de outras mensagens e imagens suspeitas noutros equipamentos seus, que levaram à sua detenção.
Esta medida poderá surpreender alguns, pelo facto do Google estar activamente a pesquisar e denunciar estes casos; mas a verdade é que o Google disse estar empenhado em combater este tipo de crimes desde 2006, e em 2008 criou uma base de dados de imagens "indesejadas" que podem ser usadas para identificar utilizadores que estejam envolvidos neste tipo de redes.
Embora esteja completamente a favor que se usem todos os meios e formas disponíveis para se apanharem criminosos, a minha pergunta é... se se faz isto para os pedófilos, o que nos impede que no futuro estes sistemas se alarguem também a quem estiver a planear matar alguém, ou roubar algo; ou qualquer outro crime? O que acontecerá se algum empregado frustrado desabafar num email para um amigo que "era capaz de matar o patrão"? Até onde se poderá/deverá ir na luta contra o crime... e... fará ainda sentido ter a ilusão de que se pode ter uma vida "privada" nestes tempos que correm?
Minority report num futuro próximo.
ResponderEliminar" O que acontecerá se algum empregado frustrado desabafar num email para um amigo que "era capaz de matar o patrão"? Até onde se poderá/deverá ir na luta contra o crime... e... fará ainda sentido ter a ilusão de que se pode ter uma vida "privada" nestes tempos que correm?"
ResponderEliminarIsto que vou contar aconteceu a um familiar meu que vive nos Estados Unidos e não é bem a mesma coisa, mas lembrei-me porque foi parecido...
O filho do meu tio teve uma professora de ingles que pediu aos seus alunos uma carta original (tema aberto )então juntaram-se em grupos de 5 e fizeram a tal carta...no meio da confiança que tinham com a professora e algazarra pela carta mais original o meu primo teve a brilhante ideia de sugerir/escrever que estavam a planear raptar e matar a professora de historia porque era demasiado exigente, com eles...bem ja podem imaginar no que isto deu não?
A policia foi chamada a escola o meu primo na altura tinha 11 ou 12 anos foi levado para esquadra foi avaliado durante 5 meses com acompanhamento psicológico e sei lá mais o que devido a essa brincadeira, revistaram o quarto do miúdo e etc etc
yeaap os meus tios passaram-se da cabeça porque o miúdo estava a fazer apenas uma carta pedida pela professora...e os outros nada aconteceu lol são assuntos complicado e felizmente o miúdo é totalmente normal e calmo...
Cumps
Depois dos episódios da NSA - e da própria microsoft - ainda ficam surpresos com estas notícias? A privacidade na internet é uma miragem.
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ResponderEliminarA coisa é assim:
1 - Se a Google tem um sistema capaz de varrer as fotografias que circulam pelo Gmail e identificar imagens de pedofilia
2 - e o anda a utilizar
3 - então fez mais denúncias, porque não é provável que só haja um pedófilo a enviar/receber esse tipo de fotografias pelo Gmail.
Se (3) não se verificou, então (2) também não e a história está mal contada.
Não ponho em dúvida que a Google tenha capacidade para criar o sistema (1) para identificar tais fotografias, mas, até ver, não me parece que o esteja a usar, por sua iniciativa, de forma generalizada. Andei a ver se havia mais informação e se a Google tinha dito qualquer coisa. Encontrei a declaração de Eric Schmidt a anunciar que a Google tinha criado filtros que impediam que sites/imagens de pedofilia aparecessem nas pesquisas, mas não encontrei nada sobre o Gmail.