2014/08/28

Redes sociais desincentivam o debate de ideias?


Poderia pensar-se que as redes sociais e a livre circulação de informação permitiria um debate mais aprofundado e alargado de todos os temas. No entanto, um estudo veio revelar que as redes sociais têm tido o efeito completamente oposto, fazendo com que os utilizadores se sintam menos dispostos a expressar ideias contrárias às dos seus amigos.


É certo que a questão das amizades e das pessoas com que andamos não é algo que seja propriamente novidade. Pergunte-se a qualquer pessoa de qualquer geração, e rapidamente surgirão as questões das "más companhias", "boas influências", "pressão de grupo", etc. Só que agora parece ficar - mais uma vez - demonstrado que isso também acontece digitalmente nas plataformas sociais.

É que tal como na vida real, também no mundo digital os utilizadores optam por se juntarem a pessoas com gostos e opiniões coincidentes; e depois de se integrarem num grupo ficarão menos dispostos a expressar opiniões contrárias às dessas pessoas. Adicione-se a isto o facto das redes sociais filtrarem cada vez mais informação à medida dos gostos e interesses de cada um, e temos uma receita que poderá ter consequências preocupantes.

Não vamos entrar sequer no capítulo da potencial manipulação que estas ferramentas sociais permitem, e que de forma experimental, deliberada, ou camuflada, poderão guiar as opiniões das pessoas.

Caberá talvez à educação "gravar" na cabeça de todos os jovens, desde cedo, de que é salutar e essencial expressarem as suas próprias opiniões, questionar as coisas que lhes são apresentadas e as suas origens; debater e discutir (no bom sentido) com pessoas que possam ter opiniões e visões diferentes da nossa (e respeitar o seu direito a isso); e usar as redes sociais e ferramentas online como forma de promover isso... em vez de servirem como "silenciador de opiniões" (mesmo que de alguma forma se possa considerar que seja algo "auto-seleccionado").

Se por vezes haverá ocasiões em que mais vale mantermos o silêncio e evitarmos entrar em discussões desnecessárias e sem sentido; noutras haverá que fazer ouvir bem alto e em bom som que temos algo a dizer quanto a isso. (O recente caso da PL118/283 será um bom exemplo disso.)

1 comentário:

  1. como dizes, "Caberá talvez à educação "gravar" na cabeça de todos os jovens," ela ja faz isso, so que é para criar exatamente o que nao devia acontecer, que é nao duvidar e questionar.

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