Windows Phone perde terreno para Android e iOS

Os Windows Phone a preços mais acessíveis pareciam estar a dar novo alento à plataforma da Microsoft, mas os últimos números da IDC parecem indicar que isso não é suficiente, com o Windos Phone a perder terreno para o Android e iOS.

Que a supremacia das plataformas do Google e Apple é inequívoca, disso parece não haver dúvidas. Segundo estes números, estas plataformas dominam 96.4% do mercado dos smartphones (e com o Android a deter a fatia "de leão", com 84.7%), deixando apenas uns reduzidos 3.6% para os demais, do qual o Windows Phone açambarca 2.5%. O problema é que esse número representa um decréscimo face ao mesmo trimestre do ano passado.

Isto quer dizer que, numa altura em que a plataforma Windows Phone deveria estar em crescimento, impulsionada pelos modelos mais acessíveis que têm vindo a ser lançados, não é a isso que estamos a assistir. Mas... há outro lado da questão que importa considerar.

A Microsoft estará perfeitamente consciente destes números, e não terá sido por acaso que por altura deste segundo trimestre anunciou que disponibilizaria o Windows Phone gratuitamente para os fabricantes, e iniciou uma forte campanha para os (re)cativar e convencer a lançar modelos. É que, de outra forma, os únicos Windows Phone disponíveis... são os da própria Microsoft (Nokia).

O impacto dessa nova ofensiva é algo que ainda demorará algum tempo a fazer-se sentir - se é que se virá a fazer sentir - pelo que há também quem diga que é prematuro estar a anunciar a morte do Windows Phone (e eu concordo - nem que seja pelo facto da MS não se poder dar ao luxo de ficar de fora do segmento mobile - e ainda ter muitos biliões que poderá "queimar" para garantir que a plataforma chegue ao ponto da auto-sustentabilidade.)

Pena é que a MS tenha lidado com o caso da forma que lidou desde o início, quando pelo dinheiro que já desperdiçou, bem que poderia ter lançado os Windows Phone a preço quase de custo (ao estilo dos Nexus do Google), e assim ter conquistar uma legião de utilizadores em pouco tempo. Ao invés, lançaram modelos caros; que pouco depois levaram com a notícia de que não poderiam ser actualizados para o Windows Phone 8; e cujas repercussões irão fazer-se sentir ainda durante bastante tempo. (E não podemos esquecer que a plataforma Windows Phone ainda tem bastante que andar para acompanhar o Android e iOS, que já trabalham em sistemas de centralização de dados de saúde e integração com smartwatches - e eventualmente outros wearables.)

Mas, os novos modelos mais económicos continuam a portar-se bem em inúmeros países, e não passa uma semana em que não se ouça que uma qualquer app mediática não passe a estar também disponível para Windows Phones.

Uma coisa é certa... se daqui por um ano o Windows Phone continuar em declínio... parece-me que será obrigatório que a MS tire da cartola algumas medidas mais radicais.