2014/09/20

Kickstarter clarifica as regras e responsabiliza autores dos projectos


Numa altura em que o Indiegogo parece estar mais interessado em arranjar formas de aumentar os seus rendimentos, permitindo angariar dinheiro "para sempre" em vez de tentar clarificar como pretende combater projectos fraudulentos (ou sequer se o pretende fazer), é bom ver que pelo seu lado, o Kickstarter quer colocar "os pontos nos i's".

Com as novas condições do serviços, embora o Kickstarter relembre que o acordo que se faz ao apoiar um projecto é feito directamente entre o apoiante e o autor do projecto (ilibando o Kickstarter de potenciais represálias), também volta a frisar que é obrigação do mesmo cumprir o projecto - ou, no caso de tal se vier a revelar impossível, comunicar de forma clara o que se está a passar, de como foi usado o dinheiro, e de como pretendem recompensar os seus apoiantes. Para além disso, embora já fosse possível fazê-lo, fica também expresso que os projectos não cumpridos se arriscam a enfrentar processos por parte dos apoiantes, esperando com isso "desmotivar" qualquer tentativa de projectos fraudulentos.

É verdade que as plataformas de crowdfunding têm permitido concretizar milhares de projectos (e eu pessoalmente já apoiei mais de uma dúzia deles, felizmente sem ainda ter "perdido dinheiro" - embora num dos casos tenha pedido, e conseguido, o reembolso quando o projecto se esticou quase um ano para além do prazo de entrega prometido, e mesmo assim sem qualquer indicação de uma data credível para a sua conclusão.) Mas este fenómeno atrai também todo o tipo de elementos indesejados que procuram aproveitar-se da simpatia, e dinheiro, dos apoiantes para facturarem de forma fácil.

Uma técnica simples consiste em pegar num produto qualquer já existente, de baixo custo, que possam comprar num fabricante na China por alguns euros; remarcá-lo como sendo um "novo projecto"; pedir quatro ou cinco vezes o valor de custo; e pronto - ganhar dinheiro instantâneo garantido e sem trabalho. É o mesmo que montarem uma loja no Ebay para vender estes produtos; mas aqui com a vantagem de terem as compras confirmadas sem necessidade de terem os produtos em "stock".

Como sempre... recomenda-se cautela e algum trabalho de investigação antes de se aventurarem a apoiar seja o que for neste tipo de sites.

1 comentário:

  1. A coisa que sempre achei o grande problema em todo o "choro" do pessoal pela net sobre estes sites é, as pessoas usam o kickstarter (e outros do genero) como lojas online de pre-orders, e depois quando não recebem o produto ficam chateados e sentem-se roubados, quando na verdade isto são serviços de investimento e como qualquer investimento tens a possibilidade de perder o que investiste.

    Ora isto obviamente que só inclui os que realmente querem e tentem fazer o projeto, mas a realidade é que podem não o conseguir fazer por 1001 razões, incluindo gastarem o dinheiro todo a fazer e ele acabar antes do produto estar terminado, depois vão fazer o quê? Outro kickstarter para angariar mais dinheiro?

    A questão é que as pessoas não devem estar à espera de receber nada se o projecto não for acabado, quer dizer, eu vou lá, quero fazer um jogo, por alguma razão não consigo acabar o jogo (isto acontece até em empresas de jogos multimilionárias por isso não é assim tão dificil de acontecer num indie) e o que eu dava ao pessoal era, entre outras coisas, uma copia do jogo..... ora, se não o acabei querem que dê o jogo como?

    Já vi infinito pessoal a queixar-se de situações exactamente igual a esta que exemplifiquei, não receberam o produto que era o objetivo do investimento, vamos a ver, o produto não foi terminado pelas mais variadas razões... epá, só se queriam receber o produto incompleto e sem estar funcional.

    Os causos de fraude mesmo é uma coisa completamente diferente que na verdade o site tb não tem nada a ver com isso, se alguem comete fraude, é ilegal, se é ilegal têm autoridades responsaveis para tratar disso.

    Uma cena que aí falam que acho completamente justo, normal e até obrigatório é que, lancem ou não lancem o produto, devem dar feedback de como está a correr, problemas, milestones, etc... e se não acabam, porquê, e como ficou... ao menos assim provam o que fizeram e também fica explicado o porquê de não se acabar.

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