2014/10/01

Empresa quer gerar todos os textos e imagens possíveis - para processar todos os que usem "qualquer coisa"


Há um curioso teorema sobre as infinitas possibilidades de algo infinito, que refere que um macaco a bater aleatoriamente numa máquina de escrever seria capaz de reproduzir integralmente todas as obras de Shakespeare... dando-lhe um tempo infinito. Pois bem, se um macaco poderá não o conseguir fazer literalmente na vida real, parecem haver outro tipo de "macacos" que o querem fazer digitalmente.

A questão dos direitos de autor pode ter fundamentos perfeitamente válidos e justos, mas há autênticos trolls que apenas olham para isso como uma forma de ganhar dinheiro com o mínimo trabalho possível. A Qentis é uma empresa que demonstra isso de forma sublime, pois propõe-se a criar automaticamente todos os textos possíveis de criar, assim como imagens e músicas, abrindo as portas para que possa simplemente processar todo o mundo por tudo e qualquer coisa que possa vir a ser criado no futuro.

A ideia é colocarem um computador a gerar todas as possibilidades de textos, sons e imagens. E a Qentis diz que nos casos de textos até 400 palavras, em inglês, alemão e espanhol, deterá todos os direitos de autor sobre tudo o que for possível escrever. Nas imagens, está a gerar todas as imagens possíveis com uma resolução até 1000x800 (dos quais já terá gerado cerca de 3% e espera chegar aos 100% em 2020), e depois também pretende aplicar o mesmo sistema aos sons.

Para dar uma ideia, estimando-se que uma língua tem um milhão de palavras, um texto de 400 palavras dará algo como 1 milhão multiplicado por 1 milhão... 400 vezes! É daqueles números astronomicamente absurdos de possibilidades. Nas imagens, mesmo que se assumisse apenas 8 bits de cor, teríamos 256 x 256 x 256 x .... repetido 800 mil vezes. (Por curiosidade, a calculadora do Google diz que ambos os resultados são "infinitos", o que já dá uma ideia da imensidão da coisa.)


Há quem argumente que pelo facto de se tratarem de "obras" geradas automaticamente, e não pelo "espírito criativo", não poderão ser sujeitas a direitos de autor - mas não deixará de demonstrar o ponto a que a deturpação e subversão de um direito que deveria defender os autores pode chegar.

10 comentários:

  1. http://ktetch.co.uk/2014/09/qentis-business-plan-doesnt-add-up/

    ResponderEliminar
  2. Actualmente isto é completamente impossivel basta fazer as contas para ver q nada bate certo.

    ResponderEliminar
  3. ahah era en gracado de ver a partir de 2020 ninguem podia escrever nada com menos de 400 palavas sem ter a SPA a porta

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Acho que era mais... nem a própria SPA poder escrever nada a não ser que pagasse ela própria a taxa à Qentis. :)

      Eliminar
  4. Não consigo perceber de onde vem tanta burrice, será que não tenho inteligência ou burrice suficiente para perceber esta palhaçada, já como dizia um Senhor com inteligência surreal, "só duas coisas são infinitas o universo e a estupidez humana"

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Estás errado, o universo não é infinito...Já a estupidez humana...Por acaso o dono disto tem bons princípios e ética...

      Eliminar
  5. Esta Qentis não bate bem... Então e os custos para suportar infinitos pedidos de direitos de autor? Têm dinheiro para isso?!

    ResponderEliminar
  6. Portanto, este texto é meu. Não têm copyright sobre ele...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

    ResponderEliminar
  7. Que desperdício de poder de processamento.
    Em vez de estarem a gerar textos e imagens podiam fazer algo mais útil?!
    russos...

    ResponderEliminar