2015/02/02

EFF prepara nova ofensiva contra o DRM


A Electronic Frontier Foundation (EFF) está a preparar nova ofensiva contra o DRM, e conta com a ajuda de um poderoso aliado, Cory Doctorow, um dos escritores e activistas que mais tem combatido a questão dos sistemas de gestão dos "direitos", que invariavelmente atropelam todos os direitos dos consumidores.

Ano após ano, década após década, vemos editores e entidades a promover o uso de sistemas de DRM cada vez mais obtusos como forma de proteger os seus produtos digitais, ignorando que, ano após ano, esses mesmos produtos continuam a ser pirateados facilmente por quem o quiser fazer. Por muito que queiram fazer passar a ideia de que o DRM é necessário; temos exemplos que vão demonstrando precisamente o contrário (como o de uma editora de um jogo que recomendava que os jogadores recorressem a um "crack" para poderem continuar a jogar um jogo cujo servidor de autenticação iria ser desligado, deixando os jogadores sem possibilidade de poder usar o produto que tinham comprado.)

Mas agora as coisas começam a ficar ainda mais complicadas... pois estas entidades que promovem o DRM querem agora fazer passar leis que tornam ilegal qualquer divulgação de informação sobre os próprios sistemas. Algo que terá como consequência a possível prisão de um investigador de segurança que revele uma vulnerabilidade num sistema de DRM... enquanto que o seu silêncio poderá significar que milhões de pessoas podem ter os seus computadores de "porta aberta" para estas entidades e também para atacantes que venham a descobrir as mesmas falhas - e sendo este o alvo principal do projecto Apollo 1201 da EFF.


Hoje em dia já somos confrontados com uma enorme redução dos direitos que temos sobre os produtos. Dantes podíamos vender um livro em segunda mão, ou um CD, ou DVD, ou jogo de computador; hoje em dia, compramos versões digitais que ficam para sempre associados às nossas contas, e que não podemos vender (ou sequer oferecer ou transferir). Em vez de querem encontrar mais formas de reduzir o controlo que temos sobre os nossos computadores e conteúdos que usamos legalmente, talvez fosse melhor preocuparem-se com esta vertente que realmente seria de interesse público.

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