Por muito que as entidades "protectoras" dos artistas tentem fazer passar que o declínio das vendas de música seja devido à pirataria, eis um relatório - que vem da própria RIAA - e que mostra que o que se passa é simplesmente uma mudança da forma como se ouve música, com o streaming a conquistar cada vez mais adeptos.
Nos EUA, as receitas dos serviços de streaming continuam a aumentar significativamente de ano para ano, tendo já superado a venda de CDs. Uma transição que vai precisamente contra aquilo que por cá se vai absurdamente tentando justificar, de que os terabytes que os utilizadores possuem, são usados para guardar obras protegidas... quando na realidade são cada vez mais os que nem sequer usam um megabyte que seja para essa função, preferindo os serviços de streaming (que, como os próprios interessados confirmaram num certo programa de TV... "já pagam as taxas aos autores".)
Mas pronto, ainda lhes resta o argumento de que, neste momento, as compras de música digital ainda é de facto superior ao streaming, embora com a tendência actual isso seja algo que deixará de acontecer daqui por um par de anos.
Claro que nessa altura ninguém pensará em rever a situação, e as desculpas passarão seguramente a ser outras: de que o streaming não paga tanto como deveria, ou qualquer outra coisa que tenha que ser inventada para tentar fazer com que os euros continuem a encher-lhes os bolsos, independentemente das mudanças no mercado. De facto, só fico surpreendido por não ver outros sectores de actividade recorrem a técnicas idênticas para garantirem receitas "à custa de taxas". Porque motivos não temos os Hotéis a pedir uma taxa sobre todos os portugueses que diariamente preferem ficar em suas casas em vez de irem para um Hotel; ou os restaurantes exigirem uma taxa sobre todos os portugueses que optam por almoçar e jantar em casa, privando-os assim do seu ganha pão? Se calhar... será por não serem artistas.
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