2015/07/02

Apple Music custa apenas €1.70 na Índia


Durante os próximos três meses milhões de pessoas poderão experimentar o Apple Music sem se preocuparem com o custo da sua mensalidade, mas não deixará de ser curioso constatar que o custo do serviço tem preços significativamente diferentes em diferentes partes do mundo, sendo que na Índia a Apple pede apenas €1.70 por mês por algo que noutros países custa 7 euros ou 10 dólares.

Todos sabemos que o nível de vida é completamente diferente nos muitos países deste mesmo mundo. Bastará olhar para as diferenças que temos entre os países a nível Europeu para constatarmos isso (nuns países temos ordenado mínimos de 500€ enquanto noutros temos quatro vezes esse valor, ou mais) - e multiplicar isso por ordens de grandeza quando se comparam com países noutras regiões do mundo.

No entanto, a Apple nunca mostrou grande preocupação em adequar o preço dos seus produtos a estas diferenças - alguém que queira comprar um iPhone na Índia tem que pagar um preço sensivelmente idêntico ao do resto do mundo - coisa que não acontece com o Apple Music. Com este serviço a Apple tem mesmo preços significativamente diferentes.

As mensalidades que por cá implicam um pagamento de €7 ou €11 euros mensais, na Índia estão disponíveis por €1.70 por mês e €2.70 (para a modalidade familiar para até seis pessoas). No Brasil, o preço é de $4.99 e $7.99, metade do que é praticado nos EUA.

Será isto sinal de uma maior preocupação em adequar o preço dos produtos e serviços a um valor mais justo para cada região? (Se assim for, bem tramados estamos, ao levar com um preço "europeu" quando na realidade temos ordenados bem abaixo da média europeia!) Ou será que se trata apenas de tentar atrair o maior número de assinantes possíveis para que o serviço Apple Music ganhe maior poder negocial com as editoras?


O que é certo é que desde a chegada do Spotify que tenho frequentemente pensado na questão do valor que estou disposto a pagar para ouvir música. Não é que ache que €7 por mês seja um valor exagerado para se ter acesso a "toda a música do mundo"... o problema é que para mim, pessoalmente, as músicas que ouço 99.9% das vezes continuam a ser as músicas que já tinha comprado em LP, e mais tarde em CD. Se por algum acaso cósmico deixassem de haver novas músicas e artistas (ou tal tivesse acontecido há uma década atrás), a mim não me faria praticamente diferença nenhuma... fico feliz e contente com as muitas centenas de CDs que comprei ao longo dos anos.

... E é por isso que, neste meu caso, acho abusiva a noção de pagar 7€ por mês, para o resto da vida, para ouvir  quase exclusivamente as músicas que já comprei. É isto que me tem feito não subscrever nenhum dos serviços de streaming até à data (o que não quer dizer que não o venha a fazer). O caso muda de figura, no entanto, para quem não tiver qualquer colecção acumulada e/ou goste de explorar frequentemente novos (ou velhos) artistas. Nesse caso parece-me que os €7 (ou principalmente os €11 para 6 pessoas) se tornam muito mais atractivos.... e ainda mais seriam se fossem os €1.70/2.70 cobrados na Índia.

1 comentário:

  1. Finalmente encontro alguém que partilha o mesmo perfil de "ouvinte" que eu! Eu me identifico totalmente com a sua afirmação. A maior parte das músicas que ouço é proveniente da era pré-iTunes advinda de CDs que adquiri dos anos 90 para cá. Para mim faz muito mais sentido um serviço como o iTunes Match(€25/ano) que sincroniza toda a minha biblioteca musical com até 10 dispositivos do que um serviço de streaming. Não discordo ou condeno quem opta pelo Spotify ou Apple Music, apenas não é o meu perfil.
    Relativamente ao artigo eu acho extremamente positiva essa atitude da Apple. Creio que tem um viés "educativo", no sentido de atrair os possíveis utilizadores para o "Light Side of The Force" e também é uma adaptação ao mercado. No Brasil o Spotify custa os mesmos US$ 4,99 que custará o Music, logo não haveria adesão nenhuma se o serviço custasse o mesmo que nos EUA. Será o início de uma tendência?

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