2015/07/17

Quando a Blockbuster não quis comprar a Netflix - um dos grandes arrependimentos da História?


Diz-nos a História que os Impérios nascem, proliferam, e inevitavelmente caiem. No caso do Netflix não deixará de ser curioso ver que esta empresa, que a gigantesca Blockbuster recusou comprar por 50 milhões de dólares no ano 2000, vale actualmente mais de 43 mil milhões, enquanto que a Blockbuster é agora apenas uma memória de um passado pré-histórico.

As novas gerações nunca conhecerão o ritual de passar pelo clube de vídeo para trazer um (ou mais) filmes para alimentar os leitores de vídeos durante o fim-de-semana; muito provavelmente tendo direito a um rebobinador dedicado logo ao lado, para rebobinar as cassetes VHS antes de serem devolvidas ao clube.

Os videoclubes surgiram que nem cogumelos a partir da década de 80, e muitos deles até se adaptaram com relativa facilidade à transição para os DVD, permitindo dizer adeus aos rebobinadores de cassetes, e também ao risco de ter uma cassete a enrolar a fita no leitor criando uma grande dor de cabeça. Mas a internet já começava a atrair as atenções, e projectos "loucos" como o YouTube iam demonstrando a sua validade para servir de canal de distribuição que nos permitir ver aquilo que se quisesse com um simples clique. Coisa que a Netflix se encarregou de aproveitar (não esquecer que também começou por ser um serviço de aluguer de filmes em DVD), fazendo disso o seu negócio principal.

Hoje em dia as preocupações dos serviços de streaming como o Netflix passam por coisas anacrónicas, como as questões dos direitos pelas regiões, que perduram das épocas dos canais de distribuição tradicionais, pelo utilização intensiva de dados (coisa que inevitavelmente se tornará irrelevante à medida que as infraestruturas forem evoluindo na direcção dos "gigabits"), e também pela preocupação dos potenciais abusos pela partilha de contas - que alguns estimam ser já responsáveis pela perda de 500 milhões de dólares anuais.


Mas a grande verdade será mesmo: o que pensará hoje em dia a pessoa que há 15 anos atrás, na Blockbuster, terá dito não à compra do Netflix? (Para todos nós, ainda bem que assim foi... pois tal aquisição poderia ter acabado por ser um grande travão na aposta da Internet como canal de distribuição de filmes e séries! Será melhor aceitar que as coisas têm a sua época... e depois inevitavelmente são suplantadas por outras.)

1 comentário:

  1. São estas decisões que marcam os gestores de excelência. A capacidade de antecipar a mudança e reinventar o negócio.
    E temos tantos exemplos que não conseguiram dar este salto...

    ResponderEliminar