A Uber continua a enfrentar uma batalha em Portugal (e praticamente todos os mercados em que opera) mas se esse desfecho depender da opinião dos utilizadores, o seu desfecho estará garantido à partida. Um estudo da Universidade Católica revela que mais de 90% das pessoas está a favor da Uber em Portugal, valor que sobe para os 99% no caso de dos utilizadores do serviço.
O estudo do Centro de Estudos Aplicados da Católica, feito a pedido da Uber, contou com uma amostra de 600 inquiridos, dos quais 300 são utilizadores do serviço (150 utilizadores frequentes e 150 utilizadores não frequentes) e 300 não o são. Os dados foram recolhidos entre os dias 8 e 12 de Julho de 2015.
Relativamente à percepção do público, em geral, face à Uber, 96.7% dos utilizadores frequentes e 98.7% dos utilizadores não frequentes concordam que a marca “Uber” inspira confiança. Junto dos não-utilizadores, 36.3% partilham desta admiração, sendo que 29.0% têm opinião neutra - valores muito expressivos, que dão conta de uma elevada intenção de experimentação, tendo em conta que são consumidores que nunca experimentaram o serviço.
Quanto ao serviço prestado, 98.0% dos utilizadores frequentes e 98.7% dos utilizadores não frequentes concordam que a qualidade do serviço Uber é elevada . Por fim, no que diz respeito à comparação com outros serviços de transporte, 94.7% dos utilizadores concordam que o serviço Uber lhes inspira mais confiança do que o serviço de táxi e 95.7% concordam que o conforto é maior .
Aproveito para destacar um dos resultados que me pareceu curioso, no que diz respeito à percepção que se tem da Uber.
Embora em todos os grupos a maioria tenha descrito a Uber como uma plataforma tecnológica que liga utilizadores a motoristas, é curioso ver que foi no grupo dos não utilizadores que esse valor foi mais elevado com 78,7%, face a 67,3 e 63,3% nos grupos dos utilizadores intensivos e pouco intensivos. Nestes dois grupos, cerca de um terço optou por descrever o serviço como uma empresa de transportes em carros com motoristas especializados; e ainda mais curiosamente, foi o grupo de utilizadores mais intensivos que ficou na dianteira ao descrever a Uber como sendo uma empresa de "táxis" (embora com apenas 6,7%, representando 10 pessoas no grupo de 150.)
Para os mais curiosos, seguem-se todas as páginas do estudo, com os seus resultados e conclusões; e interrogo-me sobre quais seriam os resultados de um estudo idêntico sobre o serviço de táxis tradicional. ANTRAL, estás disposta e pedir à Católica um estudo desses?
Uma amostra pequena e 50% de utilizadores do serviço limita um pouco a assunção da expressão "mais de 90 % dos portugueses" porque não é explicito como se construiu a amostra, com o sistema de remuneração foi claramente enviezada e é falso que 50% dos portugueses utilizem o Uber
ResponderEliminarEstou na fatia mais pequena de quem acha que os taxistas não são grande coisa mas não é por isso que possa estar a favor da Uber só porque me iria trazer mais benefícios. Óbviamente que eles são contra por não querem concorrência, mas quem está de fora deve sim abster-se de clubismos (neste caso nós queremos o Uber porque é bem mais à frente, etc...) mas sim sobre se:
ResponderEliminar»A situação actual é justa para ambas as partes?
»O sector do transporte de pessoas (vulgo Táxis) deve ser aberto a mais players? Com as regras actuais?
Na última questão vamos ignorar a falsa problemática se a Uber é só uma aplicação porque, é através da Uber que andas no carro que te leva de A - B e é a eles que lhes pagas. Isso é um táxi. Dito isto, agora vamos à questão se existem empresas que fazem isto e é através delas que operam. Isso é a versão oficial, que podendo ser verdade então é uma óptima oportunidade para definir o que é e como deve ser o transporte pessoal no qual retiro dividendos. Por exemplo, o Bla Bla Car, não se enquadra na definição actual de táxi mas é exactamente isso que proponho, que se deixe de pensar em táxis ou restantes e criar um enquadramento legal mais abrangente, que permita a quem têm mais "regulamentos" não estar a competir com quem actualmente não têm esses regulamentos.
Primeiro devia-se tentar perceber, estatisticamente falando, qual a percentagem de portugueses que já ouviram falar do Uber. Isto porque, quiça, 90% dos Portugueses nunca ouviram tal palavra na vida...
ResponderEliminarJá agora os comentários anteriores expressam também um pouco do que pensei sobre o artigo e do serviço!
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ResponderEliminarObviamente que os 90% de portugueses que apoiam a Uber são 90% entre aqueles que que conhecem a Uber. Caso contrário nunca se poderiam pronunciar se concordam que ela opere em Portugal ou não e não são considerados para este estudo.
ResponderEliminarPor mim, uma classe profissional que, na sua esmagadora maioria, não se importa em prestar um bom serviço, não merece que me preocupe se as regras que os levarão à falência são justas ou não. Já irão tarde.
Não obstante o título é incorrecto :)
EliminarPelos vistos a polémica ajudou a dar publicidade ao Uber. Pondo de lado ou não a credibilidade e a reputação dos condutores que querem prestar o serviço de transporte, os taxistas, nomeadamente a ANTAL, podiam desenvolver um serviço online tipo "radio táxis" que desse uma verdadeira concorrência à Uber, em vez disso continuam agarrados como sempre à espera do passageiro de "dedo no ar".
ResponderEliminardigfish o que não falta por aí é aplicações que chamem táxi, TAXI, a UBER não é um serviço de taxi, é um serviço de "aluguer com condutor de carro" e é isto porque as licenças de TAXI custam dinheiro, é pá eu não nutro simpatia pelos condutores de Taxi, mas se a UBER quer fazer concorrência, é fácil paga o que eles pagam e cumpre com as regras que os Taxis são obrigados a cumprir.
EliminarE porque não cumpre??? Porque assim não tinha lucro.
É pá 90% esqueceram-se de me perguntar, porque também não tenho nadinha contra, desde que a Uber compre licenças de Taxi e deixe de fingir que é uma empresa de aluguer de carros, Mas aí já não dava lucro a multinacional americana pois não?
ResponderEliminarMais este estudo parece encomendado, e é uma vergonha para a católica.
ResponderEliminarA Serio? então 50% não usa mas sem usar sabe dizer que a Uber é " uma plataforma tecnológica que liga utilizadores a motoristas" RIGHT???? vai dar um jeitinho este "estudo" em tribunal.
VERGONHA tenham vergonha
Concordo em certa parte com o que o Pinheiro diz. Mas as pessoas só olham para os seus umbigos e esquecer-me que existe regulamentos...
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